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O Papel do gestor escolar na escola

Por:   •  6/11/2017  •  Dissertação  •  3.034 Palavras (13 Páginas)  •  1.314 Visualizações

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O papel do Gestor Escolar no contexto atual.

Por: Cezar Sena | Em: 07/02/2015

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O papel do Diretor e seus desafios nos dias de hoje nos leva a liderança pedagógica, para compreendermos o que se espera do diretor. O que ele deve fazer, que relações manter com seus colegas, com as autoridades de ensino, com aluno e comunidade, que tipo de decisão deve tomar diante das necessidades da escola, seu trabalho resume-se ao seguinte esforço: dirigir o esforço coletivo dos professores, funcionários, alunos e comunidade, trabalho que além de complexo, e decisivo. 

O diretor não é aquele que manda. Ele promove a estruturação institucional das relações entre as diferentes personagens, como dirigente e responsável pela gestão da escola, suas ações devem integrar os vários setores. Para isso ele desenvolve tarefas de ordem administrativa, de gestão de recursos financeiros, do patrimônio da escola e dos recursos materiais da instituição, suas finalidades administrativas subsidiam sua finalidade principal, que é a pedagógica. Um dos papéis fundamentais e coordenara construção coletiva da ação educacional e pedagógica da escola propiciando uma gestão participativa democrática.
   

Reconhecer no geral todas as áreas de atuação dos gestores, sendo estas tanto pedagógicas, administrativas e de gerenciamento dentro do ambiente escolar; e o papel desse profissional na organização e administração de uma escola na atualidade, após ter sofrido expressivas alterações, tendo como desafio romper uma forma de administração pautada na centralização do poder da decisão e do autoritarismo, propiciando uma reflexão sobre o desafio da gestão escolar como uma liderança democrática com finalidade de garantir uma escola de qualidade dentro das especificações da comunidade escolar e de seus arredores.   

Ao gerir ações pedagógicas na escola o gestor deve estar atento aos seguintes aspectos: gerir o projeto político pedagógico proporcionando um clima de altas expectativas de aprendizagem; promover a elaboração do currículo escolar; propiciar acompanhamento de aprendizagem dos alunos bem como o ajuste de ações para alunos portadores de necessidades especiais; acompanhar e orientar a melhoria do processo de ensino de aprendizagem; proporcionar a organização das ações da rotina escolar para contribuir para uma boa otimização do tempo pedagógico. 
  

Já na gestão administrativa cabe administrar o patrimônio da escola, a documentação escolar (diário de classe, memorandos, atas, arquivos, listagens, etc.) e recursos materiais. Além disso, cabe também a ela estabelecer regras, procedimentos e rotinas para cumprir a legislação, formular normas de funcionamento da escola.   

Na gestão financeira é preciso decidir coletivamente, com a comunidade escolar e seus colegiados, como deverão ser gastos os recursos financeiros que a escola recebe do poder público, providenciar a utilização de todas as verbas recebidas, fazer a prestação de contas de forma transparente.   Na gestão da infraestrutura cabe administrar os materiais pedagógicos, manutenção do prédio, bens permanentes e consumo.               

A gestão da comunidade abrange os seguintes aspectos: envolver os pais na gestão escolar; estimular a participação dos pais no acompanhamento da aprendizagem dos seus filhos; manter uma comunicação fluída com a comunidade escolar.   

É preciso manter uma boa gestão de relações pessoais através das seguintes ações: promover a organização do trabalho coletivo; estabelecer um bom relacionamento interpessoal e comunicação; estimular a troca de experiência, organizar formação continuada de todos os funcionários e professores.               

É imprescindível gerir os resultados escolares através de algumas ações como: promover um sistema de indicadores educacionais; analisar comparativamente os resultados das avaliações externas (IDEB, SAEB, SARESP, entre outros); acompanhar a aprendizagem dos alunos; definir quais as expectativas de aprendizagem devem ser atingidas por todas as turmas.   

Precisa existir uma gestão do relacionamento com a rede a qual sua escola pertence, onde o gestor deverá estar atento aos acontecimentos em seu entorno e os relativos a políticas educacionais, para tanto, é importante: ter contatos com as escolas vizinhas proporcionando troca de experiências e ajuda mútua; estar atualizado com as políticas públicas vigente em sua rede de ensino; aperfeiçoar os serviços públicos oferecidos em sua comunidade para o bem do aproveitamento educacional dos alunos; manter relacionamento com as organizações da entorno da comunidade escolar, para favorecer um bom entrosamento com a comunidade externa.     

GESTÃO ESCOLAR: 

Podemos definir como gestão escolar um parâmetro que abrangerá não só a instituição de ensino como um todo, mas uma escola que engloba tudo que está ao seu redor. Para que uma escola esteja pautada em uma gestão democrática se faz necessário à interação entre todos que compõe, gestores, professores alunos e comunidade escolar, fazendo assim com que a escola passe a ser uma escola participativa e principalmente uma escola que esteja preparada não só a ensinar, mas a aprender para ensinar.   

Ao olharmos a sociedade em que vivemos nota-se que precisamos adequar os padrões da escola para abrigar este novo contexto e preparar os que dela vão sair para viver de acordo com a realidade do mundo de hoje. Não podemos definir a escola como um espaço aonde a clientela chega e sai sem ao menos saber os objetivos de ter passado por ela.   

A sociedade hoje pede mais que isso, além de trazer para dentro da escola um público com culturas e hábitos diversificados tornando assim a escola um lugar de troca de conhecimento e experiência para todos que nela estão inseridos. Para tanto se faz necessário um novo padrão para definir a direção desta instituição. Chegou-se ao entendimento de que esta direção precisaria ser mais que um aprofundamento burocrático como era o que vinha sendo executado pelos que a compunham.   

Hoje a gestão escolar está pautada em um profissional que além de cuidar da parte burocrática, também é uma parte integrante na construção de conhecimento e aprendente do seu público alvo. Um profissional que conhece sua equipe e almeja integrar-se a ela, que define meios para poder trazer para junto de si seu grupo de trabalho, criando assim um ambiente de propícia harmonia e trabalho em equipe, sem perder a autonomia que lhe cabe, para poder gerir o bom andamento do objetivo pontual que lhe cabe, que é a formação de cidadãos responsáveis e atuantes dentre a sociedade.     

A Autonomia da gestão escolar evidencia-se como uma necessidade quando a sociedade pressiona a instituição para que promovam mudanças urgentes e consistentes, em vista daqueles responsáveis pelas ações, devem do ponto de vista operacional, tomar decisões rápidas para que as mudanças ocorram no momento certo e de forma efetiva, a fim de não se perder o momento de transformação. Também para que se sintam comprometidos com a manutenção dos avanços promovidos por essas mudanças. Mas acima de tudo, adotando-se uma perspectiva política e formadora, para que se desenvolva o sentido da cidadania e de responsabilidade social de todos, pelos destinos das organizações em que atuam e das quais são usuários. (LUCK, 2010, p.62).   

Cabe ao gestor da escola saber direcionar e definir as prioridades e mostrar ao grupo que o cerca as melhores soluções a serem tomadas, ensinando a todos que nem sempre o que parece melhor é o que realmente é necessário para a instituição no momento solicitado. Cabe a ele também saber lidar com a grande diversidade de pensamento dos que a ele irá recorrer em momentos diferentes com problemas e apontamento de soluções diferentes, tornando assim a decisão final uma ação democrática e que beneficiará a todos e ou a grande maioria. Para que esta autonomia decorra de forma eficiente não se pode deixar de pautar a responsabilidade que está decorrente da mesma. “Não existe autonomia quando não existe a capacidade de assumir responsabilidade, isto é, de responder por suas ações, de prestar contas de seus atos, de realizar seus compromissos e estar comprometido com eles, enfrentando reverses dificuldades e desafios.” (LUCK, 2010, p. 98).

Para que os dois aspectos caminhem juntos e cheguem a um resultado satisfatório, um caminho simples e primordial é a melhor solução, o profissional precisa se munir de competência no que lhe cabe. Para competência nada mais podemos definir como conhecimento de suas designações, estudos voltados ao que lhe cabe e procurar conhecimento de pessoas e do seu próprio grupo.   

Um meio muito eficiente de estabelecer uma gestão democrática é a utilização de um documento que já está inserido dentro da instituição hoje, o Projeto Político Pedagógico que segundo Azanha (2006) é um documento que expressa à autonomia da instituição. Definindo assim o papel de cada membro dentre o desenvolvimento do trabalho e as tomadas de decisões final da definição deste estudo conclui-se que a única maneira de proporcionar para a escola um gestor democrático e que se enquadre dentre todos os aspectos aqui exposto, e podendo tornar seu ambiente de trabalho local de resultado satisfatório tornando-se um líder capaz de inspirar confiança na sua equipe, mudar e transformar a sua escola.     

DIMENSÕES DE ATUAÇÃO DO GESTOR EDUCACIONAL     

A concepção de administração escolar delineada pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), Brasil (1996), nos conduz a reencontrar as formulações relativas à liderança e aos conceitos de poder e de autoridade. Uma das características centrais do trabalho do diretor escolar, que também pode ser chamado de gestor escolar ou ainda líder formal, e o esforço contínuo de organizar os trabalhos escolares envolvendo os diferentes segmentos representativos da escola-professor, funcionários, alunos e comunidade.   

Na década de 1980, a configuração de uma proposta de gestão escolar. Nesse sentido a Constituição Federal, Brasil (1988), é um documento expressivo que estabelece a gestão democrática como um dos princípios do ensino.   

Conforme seu artigo 206- Inciso VI – Gestão Democrática do ensino público na forma da lei, quase dez anos depois da constituição ao estabelecer as diretrizes da educação em nível nacional a LDB, Brasil (1996), retoma a gestão democrática no artigo 12,13 e 14 que concretizam essa concepção de Gestão Escolar:     ·        
- Art. 12 – Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
-  Elaborar a execução de sua proposta pedagógica.
- Administrar seu papel e seus recursos materiais e financeiros.
- Assegurar o cumprimento do plano de trabalho de cada docente.
- Promover recursos para a recuperação de alunos de menor rendimento.
- Articular-se com as famílias e a comunidade, criando processo de integração da sociedade com a escola. (BRASIL, 1996, p. 31).   

O artigo 14 contempla mais um aspecto importante para garantia da gestão democrática na escola, ao definir que e o sistema de ensino deve garantir a participação dos professores e da comunidade escolar na vida da instituição.   

O fato de ser coroada a participação dos outros segmentos na gestão da escola, não significa que a equipe gestora tenha perdido sua autoridade. A equipe gestora democrática é aquela que está atenta à demanda dos diferentes segmentos e articula as necessidades impostas pelos órgãos oficiais e as dos grupos que formam a instituição. Desenvolve uma escuta verdadeira para tomar certas decisões.   

Na escola, a administração torna-se um tanto complexa, pois além das necessidades de administrar equipes pedagógicas, alunos e funcionários, o diretor precisa lidar com assuntos que seriam mais diretos de uma forma mais humanizada.   

Para que o profissional realize o seu trabalho de forma efetiva e consistente, precisa fazê-lo de modo a garantir uma série de fatores, onde além de procurar seguir o conjunto de padrões de desempenho com um olho no contexto de trabalho e suas características específicas, precisa prestarem atenção às suas próprias características pessoais.  

Dentre essas características, podemos destacar uma visão estratégica, empreendedorismo, dedicação, determinação, persistência, entusiasmo, expectativas elevadas, sensibilidade humana, empatia, aceitação a desafios e dificuldades, ter espírito de equipe e capacidade de mobilização de pessoas, inteligência emocional e inteligência social, são pontos fundamentais acompanhado de ousadia. 
    

O GESTOR COMO LIDERANÇA ESCOLAR     

Davis e Newstrom (1992, p.150) define liderança como:   
  [...] o processo de encorajar os outros a trabalharem entusiasticamente na direção dos objetivos é o fator humano que ajuda um grupo a identificar para onde ele esta indo e assim a motivar- se em direção ao objetivo. Sem liderança uma organização seria somente uma confusão de pessoal e maquinas que uma orquestra sem maestro seria somente músicos e instrumentos.A orquestra e todas as outras organizações requerem liderança para desenvolver ao máximo seus preciosos ativos.   

As características do gestor, nos dias atuais, não estão agregadas apenas nos traços pessoais, mas naquelas características que são aprimoradas no decorrer do cotidiano, das ações que são enfrentadas, das dificuldades que são superadas. Esses e tantos outros aspectos transformam, modificam o modo de trabalho do gestor como líder. “Quando se tem um gestor líder com postura positiva em suas ações, isso normalmente contagia a equipe que se torna motivada, sem medo de mudanças, desafios. O gestor dessa maneira, propícia a busca da satisfação pessoal pelo profissional que ali atua.” (SILVA, 2009, p. 74).   

Uma liderança com postura negativa acaba por reprimir a equipe, inibindo a participação e o envolvimento da mesma para as ações a serem atingidos, revelando, geralmente um líder autoritário, que amedronta sua equipe na busca de resultados.   

Para Davis e Newstrom (1992, p. 97), “um líder exerce um estilo que pode ser caracterizado como: autocrático, participativo e rédeas soltas, dessa maneira um líder usufruem de todos os estilos, mas apenas um passa a ser dominante.”   

Líder autocrático é aquele que assume para si toda a responsabilidade e a autoridade, normalmente é negativo e se baseia em ameaças e punições, é o tipo de liderança ditatorial, onde o ato de liderar está centralizado exclusivamente na pessoa do líder. O cuidado e as considerações para com os sentimentos das pessoas subalternas não existem, exige a máxima produção de cada indivíduo isoladamente, sem nenhuma atenção para com as vantagens que poderia resultar com um trabalho em grupo bem organizado. 
               
Líder participativo é aquele que informa seus liderados sobre as condições do trabalho que os fazem sentir – se encorajados e expressar as próprias ideias. Líderes rédeas soltas é aquele que evita o poder a responsabilidade, são os membros da equipe que treinam a si mesmo e promovem suas próprias motivações. (SILVA, 2009, p.72). 
 

Day (2001) descreve três naturezas de liderança: normativa-instrumental, facilitadora e emancipadora.   

Na liderança normativa-instrumental, “os diretores dos estabelecimentos de ensino trabalham “através” dos professores para articular as suas (dos diretores) visões, metas e expectativas, de modo a influenciá-los a “comprarem” o seu programa de trabalho.” (DAY, 2001, p. 136).   

Ainda Segundo Day (2001, p. 136-137), na liderança facilitadora:  
 [...] os diretores empregaram estratégias pautadas nas relações de confiança, no desenvolvimento e organização partilhada no trabalho, no encorajamento a participação individual, na implantação de projetos inovadores, no apoio do desenvolvimento profissional e da equipe e no suporte as iniciativas na direção de solução de problemas. A liderança emancipadora sustenta-se em três importantes princípios: participação, equidade e justiça social. O desafio desse tipo de liderança é de ir da prática da facilitação, empreendendo esforços no sentido da distribuição do poder para constituição de um contexto de trabalho como uma comunidade justa e democrática.    

CONSIDERAÇÕES FINAIS
     

Podemos observar que o papel do Gestor Escolar no contexto atual sofreu uma grande modificação no decorrer dos tempos, passando de uma função meramente burocrática para uma função articuladora do processo político pedagógico, envolvendo toda uma comunidade escolar efetivando uma gestão democrática. Compete ao diretor dentre vários papéis o de articular e incentivar as ações colegiadas na escola para que possa haver participação nas tomadas de decisões e nas resoluções dos problemas que a escola venha a enfrentar.   

Apesar das escolas enfrentarem dificuldades como resistência a mudanças por parte de alguns profissionais, e falta de participação de pais, a escola deve oferecer oportunidade de participação a todos os envolvidos no processo de aprendizagem escolar.   

A escola enfrenta muitos desafios procurando a melhoria na qualidade de ensino, buscando a autonomia escolar, descentralização de ações e recursos, pela participação da comunidade.   

No gerenciamento da escola, o gestor é a peça principal em conduzir uma equipe traçando caminhos e ações juntamente com a comunidade escolar, de acordo com a realidade do meio em que a escola está inserida, compartilhar ações e decisões que é uma necessidade para obter um trabalho de qualidade, que fortalecerá a comunidade escolar e auxiliará o trabalho do gestor tornando-o transparente e de sucesso.   

O gestor do contexto atual tem que ser um profissional burocrata, e parte integrante na construção de conhecimento e aprendente de seu público alvo, conhecedor de sua equipe, saber definir meios para unir seu grupo de trabalho, criando um ambiente harmonioso sem perder a autonomia, para alcançar o objetivo educacional que é a formação de cidadãos responsáveis e atuantes na sociedade.       

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
-
 AZANHA, José Mário Pires. Proposta pedagógica e autonomia da escola. In: AZANHA, José Mário Pires. A formação do professor e outros escritos. São Paulo: Senac, 2006;
- BRASIL
Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988;
- BRASIL. 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394/96 - Brasília: MEC/SEF, 1996;
- DAVIS, Keith; NEWSTROM, John W.  
Comportamento humano no trabalho: uma abordagem psicológica. São Paulo: Pioneira, 1992;
- DAY, C. 
Desenvolvimento Profissional de Professores: Os desafios da aprendizagem permanente. Porto: Porto Editora, 2001;
- LUCK, Heloisa.  
Concepções e Processos Democráticos de Gestão Educacional. 5. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2010. (Série Cadernos de Gestão – volume II);
- SILVA, Eliene Pereira da. 
A importância do gestor educacional na instituição escolar. 2009. In: Revista Conteúdo. Vol. I, nº 2. Capivari: jul./dez., 2009; 
* Co-autoria deste artigo; 
Giácomo Dias Bruneri - 

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