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O Sistema Convencional de Escrita

Por:   •  26/9/2018  •  Relatório de pesquisa  •  11.159 Palavras (45 Páginas)  •  266 Visualizações

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  1.  INTRODUÇÂO

Alfabetização está relacionada com o sistema convencional de escrita, com metodologias que muitas vezes estão limitadas nas práticas de junção de sílabas, memorização, decifração e cópia, fazendo com que o aluno seja um receptor mecânico, não ocorrendo participação no processo de construção do conhecimento. Já o conceito de Letramento vai mais além ´´entendido como o desenvolvimento de comportamentos e habilidades de uso competente da leitura e da escrita em práticas sociais´´ (SOARES, 2004).

Alfabetizar é um dos grandes desafios oferecidos aos docentes desde a antiguidade. Alfabetizar letrando é um enigma que atualmente vem sendo exigido e, muitos profissionais ainda não conseguiram decifrar, causando o insucesso nesse processo, que precisa iniciar na Educação Infantil para poder percorrer com êxito ao Ensino Fundamental e Médio. Quando esse processo não ocorre tem como resultado o insucesso e defasagem nas escolas.

Magda SOARES afirma ainda que: (...) letramento é o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever: o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita (SOARES, 1998, p.18).

A pesquisa pretende sugerir caminhos mais eficazes para esse processo de alfabetização e letramento, esclarecendo e relacionando os conceitos e, analisar as diferentes práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula, e sua contribuição para o processo de alfabetização e letramento. A intenção é compreender como ocorre o processo de construção do conhecimento por meio da leitura e da escrita em sala de aula, analisando sua operacionalização desde a Educação Infantil até o 5º ano do Ensino Fundamental.

Muitos profissionais da educação se deparam com dificuldades em entender na prática os significados desses conceitos, como trabalhar cada um, mas sempre um dependente da outro, constituindo – se num desafio permanente, mas que precisa ser enfrentado claramente para que crianças sejam inseridas no mundo da leitura e da escrita, não como receptores automáticos, mas como leitores.

A insuficiência desses recursos para criar objetivos e procedimentos de ensino e de aprendizagem que efetivamente ampliassem o significado de alfabetização, alfabetizar, alfabetizado, é que pode justificar o surgimento da palavra letramento, consequência da necessidade de destacar e claramente configurar, nomeando-os, comportamentos e práticas de uso do sistema de escrita, em situações sociais em que a leitura e/ ou a escrita estejam envolvidas. SOARES (2002).

A partir de uma pesquisa bibliográfica, buscaremos, em um primeiro momento, traçar o histórico das experiências de Educação no Brasil, compreendendo as especificidades que adquiriram em cada tempo e lugar, assim como refletir em relação os avanços conceituais de alfabetização até chegar ao letramento. Finalmente, refletiremos sobre a importância do letramento no processo alfabetizador.

No desenvolvimento dessa pesquisa enfocaremos alguns autores importantes: como Magda Soares, Emília Ferreiro, Isabel Cristina Alves da Silva Frade, dentre outros que contribuíram para a compreensão a respeito de alfabetização e letramento.

  1. REFERENCIAL TEÓRICO
  1.  ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: DO TRADICIONAL AO NOVO

2.1.1 Educação no Brasil: Um pouco da história

Os processos educacionais contemporâneos são produtos de transformações econômicas, políticas, científicas e tecnológicas. Portanto, a educação, enquanto uma expressão e resposta a essas transformações, precisa ser conhecida e analisada a partir de um movimento histórico, pois muito do que se faz hoje nas escolas tem origem em teorias pedagógicas clássicas, certas vezes desconhecidas pelos próprios educadores.

Um dos grandes erros que os educadores cometem na atualidade é não buscar referências históricas sobre a educação, pois quando se tem conhecimentos de como os processos educacionais evoluíram, conceitos que evoluíram ao longo da história e, também, os que foram rejeitados e excluídos ficam mais fáceis entender os conceitos colocados pelos estudiosos na atualidade.

Nos tempos mais remotos da história, a educação restringia-se ao fluir normal das atividades do dia-a-dia e caracterizava-se pelo “aprender fazendo”. Entre os índios que viviam no Brasil à época da chegada dos primeiros europeus, o conhecimento era ensinado na vida prática do dia-a-dia pelo conjunto da tribo. Os mais velhos ensinavam aos mais novos as regras de convívio social, os rituais, o trabalho e a guerra, entre outras atividades (COSTA e MENEZES, 2009).

Ainda não se tinha um conceito educacional formado, a aprendizagem acontecia naturalmente através das experiências dos mais velhos compartilhados aos mais novos. Não se tinha uma educação voltada à alfabetização apenas ao conhecimento das atividades e regras de convivência.

Falar de educação na sociedade colonial brasileira é falar de como os homens se educavam, os valores e virtudes a serem favorecidos, os vícios a serem evitados, os saberes considerados fundamentais para o exercício da vida comum ou da vida letrada, tudo isso em meio a um contexto em que o Brasil, enquanto nação, não existia ainda, pois predominava a política, a economia, a cultura portuguesa. (COSTA e MENEZES, 2009).

Concordando com a fala de COSTA e MENEZES, não podemos falar de uma educação legitimamente brasileira, uma vez que a cultura era predominantemente portuguesa; entretanto, podemos falar em uma educação no Brasil Colonial com especificidades próprias e distintas da educação portuguesa: enfrentavam-se aqui situações inexistentes em Portugal, as quais necessitavam de uma abordagem específica.

Mesmo os portugueses impondo sua cultura aos povos nativos no Brasil, a essência cultural desse povo não se extingue em sua totalidade, permanecendo vestígios culturais e educacionais.

A educação no período colonial esteve a cargo, não de forma exclusiva, mas hegemônica, dos padres e irmãos da Companhia de Jesus, durante os anos de 1549 a 1759, ou seja, desde o ano da chegada dos primeiros jesuítas no Brasil até sua expulsão pelo Marquês de Pombal. Durante esse tempo, os cristãos, portugueses ou não, os índios e os negros tiveram em sua educação a marca dos jesuítas (COSTA e MENEZES, 2009).

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