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O que é Literatura

Por:   •  30/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.637 Palavras (7 Páginas)  •  282 Visualizações

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O que é Literatura?

Vários estudiosos tentaram definir a questão, o que é literatura? Terry Eagleton observa inicialmente que poderíamos defini-la como a arte de um texto imaginário trazendo o sentido ficcional e em seguida ele coloca que esta definição está adequada e que as definições existentes são questionáveis, mesmo porque a distinção entre ”fato” e “ficção” não tem relevância devido os textos literários conter a verdade “histórica” e a verdade “artística”. Para Gibbon ele escrevia a verdade histórica e talvez esse fosse o sentimento dos autores, tais obras hoje são lidas por uns como fatos e por outros como ficção. Newman tinha a convicção que suas meditações teológicas eram verdades, mas hoje muitos leitores as consideram literatura, porém a literatura inclui muito a escrita “factual” e exclui boa margem da ficção, por exemplo, as histórias em quadrinhos do Super-homem e os romances de Mills são ficção, mas isso não os faz serem considerados como literatura. Terry Eagleton coloca que o ideal seja definir a literatura não pelo fato de ser ficcional ou imaginativa e sim por utilizar-se de uma linguagem incomum ao cotidiano das pessoas, uma linguagem que chame a atenção e é facilmente reconhecida devido ao ritmo e as palavras são colocadas de forma organizada incomum ao cotidiano trazendo uma linguagem específica utilizando- se termos abstratos na qual o significado fica no sentido conotativo. Na Rússia em 1917 um grupo de formalista foi criado; expondo suas ideias que acentuaram na década de 1920, algum tempo depois este grupo foi silenciado pelo stalinismo. (A definição literária foi apresentada por estes Formalistas Russos com base no que foi exposto acima). O stalinismo foi um grupo crítico e polêmico que havia influenciado a crítica literária, sendo assim práticos e científicos objetivaram a realidade material e destituindo a arte e o mistério, enfatizando a estrutura mecânica, para estes a literatura não estava veiculada a ideias, nem tão pouco a reflexão sobre a realidade social, menos ainda a uma verdade transcendental , a literatura era usada para crítica de modo de reflexão para sociedade,  porém passou a ser censurado perante ao stalinismo, sendo assim imposto pelo stalinismo, distinguiam como um erro "taxar” como modo de pensamento , ou exposição de sentimentos. O formalismo aplicou a linguística ao estudo da literatura, e a linguística era do tipo formal, longe de utilizá-la como forma e sim preocupada com a estrutura da linguagem e não apenas com que ela poderia dizer, deixaram-se de recorrer a sociologia a psicologia e dedicaram-se ao do estudo literário, ou seja, eles utilizaram-se da motivação e técnicas narrativas, para expressar o conteúdo, trazendo um personagem para expor suas ideias, desta forma a ideia e a mensagem a ser expressa ficava subentendida, e os formalistas conseguiam se expressar sem serem notados e perseguidos pelos istalinistas, desta forma os formalista conseguiram apresentar a arte como uma crítica a realidades social sem chamar a atenção dos istalinistas. A obra literária passou a ser considerada pelos formalistas como arbitrária, ou seja, por terem que se utilizar de artifícios para se expressarem tais como imagens, ritmo, som entre outros, desta forma a obra literária passou a ter um estranhamento perdendo a familiarização e a especificidade da linguagem literária, sob pressão, a linguagem comum era intensificada, ampliada, condensada, etc., causando estranhamento, o qual muda a reação costumeira tornando as mais perceptíveis. Ao serem forçados a trabalhar com uma linguagem diferenciada, foram obrigados a renovar a linguagem a  uma al passou a transmitir uma mensagem de forma íntima. Este esforço dos formalista foi par prender a atenção dos leitores. Esta nova linguagem foi considerada um desvio de norma, sendo aceita como uma linguagem especial para a literatura. Para que haja o desvio da norma há necessidade que se tenha conhecimentos desta. Não há uma linguagem comum para todos os membros da sociedade, há uma diversidade de linguagem de acordo com a classe social, região, gênero, situação entre outros, a qual é unificada de acordo com cada grupo. Um texto não é eternamente literário, hoje ele pode ser e daqui a algum tempo não ser mais, devido ao valor dado a obra na época em que este será analisado ou quando este passa a ser utilizado no cotidiano, das pessoas em uma conversa popular. Os formalistas não queriam definir o termo literatura e sim literaturiedade, ou seja, o uso especial da linguagem, não apenas os encontros nos textos literários e sim em todos os ambientes comunicativos e acreditavam que o texto literário essencialmente teria que causar estranheza. Os formalistas consideravam que um trecho de um texto literário poderia não o ser fora do contexto, sendo este trecho ser dito em qualquer ambiente sem causar admiração para quem o ouvisse. Os formalistas consideravam a literatura vão muito além da poesia, exemplos, as obras realistas e naturalistas tais como esculturas, quadros, com linguagens não verbais, são consideradas literaturas. A literatura não é um texto pragmático, ou seja, ele difere de uma bula de remédios que informa e é preciso na sua informação. A literatura é utilizada pelo autor para exprimir uma ideia ou um sentimento do eu-lírico sendo ele real ou não. Embora os textos literários não sejam pragmáticos não temos a garantia de que sejam lidos desta forma, pois depende da interpretação de quem for ler e não há como ser uma cópia fiel do que é relatada.  Alguns textos são criados para serem lidos e estudados como literatura, pois assim foram definidos pelos autores, outros foram criados como filosofia ou história e passaram a ser classificados como literatura por assim definirem os leitores, neste caso o mais importante é a produção de um texto que o seu nascimento. A literatura se baseia em um conjunto constante de características inerentes, qualquer fragmento não pragmático pode ser lido como poético se assim o definir o leitor. Mesmo com várias pesquisas não se chegou a uma definição nítida e clara da essência do termo literatura, ou seja, não temos uma definição específica para a linguagem como se referem os linguistas. A literatura, para algumas sociedades, teve funções práticas como função religiosa,  na nossa sociedade a literatura deixou de ter a função prática, podendo distinguir o "prático" e "não prático" desta forma podemos dizer que a literatura oferece uma definição histórica específica. Terry Eagleton observa que alguns textos acabam sendo considerados literatura devido ao fato de serem considerados belos e outros não. Ele cita exemplos de alguns escritores antigos, tais como, Lamb , Macauly e Mill, que são considerados grandes autores da literatura , e outros autores como Darwin, Benthaam, Marx, não serem considerados. Será que é porque a escrita destes não tem características inerentes impostas a literatura? As sociedades consideram literatura a escrita que lhes parecem “ bonitas”. A escrita literária é considerada bela escrita,porém Terry Eagleton ressalta que esta definição não procede. A literatura é considerada pelo valor dispensado pela sociedade  a tal escrita e não por ser considerada bela ou não. Eagleton sugere que a literatura é um tipo de escrita altamente valorizada, porém nos informa que isto é radical, que podemos deixar de uma vez por todas a tese de que a literatura seja um termo objetivo e imutável, qualquer texto pode ser considerado literatura, inalterável e inquestionável – Um belo exemplo seria de Shakespeare-  podendo deixar de ser considerado literatura a qualquer nova ideia que surgir.  Afirma também que, alguns tipos de ficção são literaturas, outros já não e que muitas retóricas elaboradas  não são literaturas. A definição de que a literatura seja uma escrita altamente valorizada e não seja estável, nos mostra que o que valor dispensado a abra é que a definirá como tal.  As obras podem ser  consideradas em alguns séculos literatura, em outra filosofia, a critério da necessidade do leitor, se tornando conceito público,  sendo digna de valor literário, até mesmo as razões que classificam os textos literários podem ser modificadas. Não significando que o chamado "cânone literário" ou as grandes tradições venham perder  valor,  na inquestionável literatura  nacional. Não existe obras literárias com valores voltado a “si” e sim, valores questionados e impostos perante o século.   Literatura de Shakespeare, por exemplo, pode ser esquecida e substituída por grafitos. A literatura possui o valor que os leitores atribuem a ela de acordo com  época em que estas vivenciadas determinadas situações, podemos dizer que o valor de cada obra difere a cada século, pois as pessoas interpretam as obras de acordo com seus interesses.  Diferentes períodos históricos atraíram diferentes valores às obras, valorizando ou desvalorizando cada uma delas de acordo com o período passado. As obras literárias são sempre reescritas pelo inconsciente dos leitores, trazendo sempre modificações, sendo visíveis ou imperceptíveis, essa é a grande razão do ato de classificar a literatura, que é completamente instável,  pelo fato de ser reescrita na avaliação do leitor, de século para século, cada leitor vai compreendê-la  e interpreta-la de acordo com o juízo de valor que se encaixa em suas percepções vivenciadas momento histórico, ou seja, uma pessoa pode fazer uma leitura, na qual não se assegura se esta é verídica ou não, obviamente que outras pessoas também terão outras leituras da mesma  obra. O fato de determinada pessoa ter seu próprio conhecimento para avaliação da obra é um conceito isento de valores, este fato por si só, é um juízo de valor, porém estas avaliações são questionável devido estarem atreladas as experiências e conhecimentos culturais e socias de cada pessoa. A literatura não é objetiva, descritiva e também não podemos afirmar que seja caprichosa no sentido de valor dispensado a ela de acordo com cada indivíduo, logo podemos afirmar que  a literatura é historicamente variável.

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