TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

PSICOMOTRICIDADE E BRINCADEIRA DE RUA

Por:   •  10/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.242 Palavras (13 Páginas)  •  497 Visualizações

Página 1 de 13

1. OBJETIVOS

  1. . Objetivo geral

Adaptar uma brincadeira de rua para incluir crianças com deficiência visual e estimular a psicomotricidade infantil na escola;

  1. Objetivos específicos
  • Integrar os portadores de deficiência visual as demais crianças, em uma brincadeira de rua no âmbito escolar;
  • Garantir acessibilidade a todos os alunos;
  • Definir uma proposta divertida e motivadora;
  • Reconhecer o lúdico como forma de participação na inclusão social na infância e adolescência;
  • Estimular a percepção de si mesmo, do outro e do ambiente;
  • Desenvolver noções de lateralidade, equilíbrio, postura, salto, ritmo, organização temporal e espacial;

  1. INTRODUÇÃO

    Segundo Ramos e Fernandes (2011) a psicomotricidade no processo ensino-aprendizagem visa contribuir de forma pedagógica para o desenvolvimento integral da criança, tendo em vista o aspecto mental, psicológico, social, cultural e físico, no qual acredita-se que as atividades que a  envolve possam ser trabalhadas no contexto escolar de forma a auxiliar no processo de aprendizagem do aluno.

Neste contexto o brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento e a educação da criança. Brincando, ela tem a oportunidade de exercitar suas funções psico-sociais, experimentar desafios, investigar e conhecer o mundo de maneira natural e espontânea. Inúmeras leis, como Convenção sobre os Direitos da Criança, de 1989 (Art. 31), a Constituição Federal (Art. 217) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (Art. 4 e 16) complementam que o brincar é um direito humano garantido a toda e qualquer criança e adolescente independente de suas limitações.

Portanto inclusão social certamente tem sido um dos grandes desafios do mundo globalizado, gerando conseqüências multidisciplinares. A redução das desigualdades em nossa sociedade é tema que ganha relevância cada vez mais nas diversas pesquisas científicas, afinal, deve-se pensar em uma sociedade realmente inclusiva e que prestigie cada dia mais a inclusão dos grupos (OLIVEIRA, 2000).

Ao brincar e jogar, diversos aspectos são estimulados, desenvolvidos ou aperfeiçoados: a criatividade; a memorização; a cooperação e solidariedade; a concentração; a linguagem; a motivação; a aquisição de conceitos; a motricidade; a capacidade de discriminar, julgar, analisar, tomar decisões e aceitar críticas; a competitividade; a socialização; a confiança em si e em suas possibilidades, o respeito às regras, controle emocional, agir em uma esfera cognitiva, dependendo de motivações e tendências internas, e não dos incentivos fornecidos pelos objetos externos (VYGOTSKY, 1991).

Piaget (1987) complementa que a atuação da criança no mundo inicia por meio de seus movimentos, neste contexto o movimento vai se propiciando a aquisição de experiências que a levará ao pleno desenvolvimento.

Segundo a Secretaria de Educação Especial (2004) na escola as aulas devem ser adaptadas à necessidade de todas as crianças, ou seja, inclusive os deficientes físicos trabalhando o desenvolvimento, área psicomotora, aspectos cognitivos, sócio- afetivos, de aprendizagem e sensoriais.

A criança portadora de deficiência tem absoluta necessidade de descobrir, conhecer, dominar e relacionar seu corpo com o ambiente e com as pessoas. Só assim se identificará como ser inédito, formando seu “EU”, interagindo no ambiente. É uma etapa de seu desenvolvimento importante para a formação da sua identidade e da imagem social. A adaptação da educação física neste contexto irá embasar e favorecer a evolução dessa criança, enfocando também aspectos como a autoconfiança, o sentimento de mais valia, o sentimento de cooperação, o prazer de poder fazer e as interfaces dessas valências afetivas com seu cotidiano na família, na escola e na sociedade (MEC/SEESP, 2001).

A educação física cumprirá sua função de importante elemento facilitador no pleno desenvolvimento da criança, rumo a sua emancipação social, possibilitando-lhe condições básicas que a capacitem futuramente a superar as barreiras, de diversos tipos, nuance e intensidades, que certamente lhe serão impostas (MEC/SEESP, 2001).

Neste sentido, o presente estudo propõe uma brincadeira adaptada para ser aplicada durante as aulas de educação física em quadra, pátio ou parque, nas crianças a partir dos seis anos de idade incluindo os deficientes visuais a fim de estimular o desenvolvimento psicomotor, cognitivo, social e espacial deste grupo.

  1. PIAGET E VYGOTSKY E A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR

Para Piaget (1973), a brincadeira e o jogo são essenciais para contribuir no processo de aprendizagem. Por isso afirma que os programas lúdicos na escola são berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, pois estas transformam a realidade. Sendo assim, essas atividades se tornam indispensáveis a prática educativa, pois contribuem e enriquecem o aprendizado.

Focado no que os pequenos pensam sobre tempo, espaço e movimento, estudou como diferem as características do brincar de acordo com as faixas etárias. Observou que, enquanto os menores fazem descobertas com experimentações e atividades repetitivas, os maiores lidam com o desafio de compreender o outro e traçar regras comuns para as brincadeiras (PIAGET, 1973).

As pesquisas de Vygotsky apontaram que a produção de cultura depende de processos interpessoais. Ou seja, não cabe apenas ao desenvolvimento de um indivíduo, mas às relações dentro de um grupo. Por isso, destacou a importância do professor como mediador e responsável por ampliar o repertório cultural das crianças. Consciente de que elas se comunicam pelo brincar, Vygotsky considerou uma intervenção positiva a apresentação de novas brincadeiras e de instrumentos para enriquecê-las.    Afirmava que um dos importantes papéis da escola é desenvolver a autonomia da turma. E, para ele, esse processo depende de intervenções que coloquem elementos desafiadores nas atividades, possibilitando aos pequenos desenvolver essa habilidade (VYGOTSKY, 1991).

3.1. A escola: Relação da inclusão social e psicomotricidade aspectos a ser discutidos desde a infância

A discussão sobre políticas inclusivas costuma centrar-se nos eixos da organização sócio-política necessária a viabilizá-Ia e dos direitos individuais do público a que se destina. Os importantes avanços produzidos pela democratização da sociedade, em muito alavancada pelos movimentos de direitos humanos, apontam a emergência da construção de espaços sociais menos excludentes e de alternativas para o convívio na diversidade. A capacidade que uma cultura tem de lidar com as heterogeneidades que a compõe tornou-se uma espécie de critério de avaliação de seu estágio evolutivo, especialmente em tempos de fundamentalismos e intolerâncias de todas as ordens como este em que vivemos (CANIZA, 2001).

...

Baixar como (para membros premium)  txt (22.2 Kb)   pdf (182.5 Kb)   docx (309.8 Kb)  
Continuar por mais 12 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com