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Pesquisa sobre Infância

Por:   •  25/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.727 Palavras (7 Páginas)  •  325 Visualizações

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A INFÂNCIA

Não há muitos registros a respeito da infância no começo das civilizações, mas os estudos mostram que a mortalidade infantil era altíssima, devido as condições precárias de sobrevivência e muitas vezes por opção, como no caso dos infanticídios dos filhos de escravas.

Com a moral estóica e cristã, no surgimento da Idade Média, percebe-se que o número de filhos teve um aumento significativo comparado ao período anterior, mas a mortalidade infantil ainda era alta e poucos sobreviviam. As altas taxas de mortalidade infantil eram vistas como algo natural e as crianças mortas poderiam ser substituídas por outras que fossem nascendo. As crianças que sobreviviam logo eram afastadas de suas famílias para conviverem com outros adultos e os ajudarem nas tarefas, sua porta de entrada para o mundo do trabalho. As ricas eram criadas pela amas de leite.

Aproximadamente com sete anos de idade as crianças já ingressavam no mundo dos adultos. Desempenhavam as tarefas, se vestiam e se portavam socialmente como os adultos, como na participação em reuniões, festas e danças. Os adultos não tinham qualquer cuidado, as crianças eram expostas a todo tipo de experiência, todos os assuntos eram discutidos na frente dela, inclusive a questão sexual. Como elas viviam e participavam de um mundo adulto, não brincavam e não eram tratadas de modo especial, não eram vistas como um ser em desenvolvimento, com características e necessidades próprias. A sociedade medieval ignorava a infância, não tinha a consciência para distiguir a criança do adulto, sendo elas consideradas “adultos em miniatura”. Até o final desse período o termo infância era muito amplo, e se fugia desse termo somente as crianças que não eram mais dependentes dos adultos. Para os nobres a dependência estava ligada a incapacidade física.

A transmissão de conhecimento e a aprendizagem de valores e costumes eram garantidas com a participação da criança no mundo do trabalho e no cotidiano da vida dos adultos. Nesse período, as reformas católicas e protestantes contribuíram para a construção do sentimento de infância, as

crianças eram consideradas criaturas de Deus, sendo então puras, inocentes e bondosas, mas também eram vistas como o fruto do pecado, sendo assim precisariam ser vigiadas e se necessário corrigidas.

No século XVII começaram a verificar que a criança dependia dos adultos, então a preocupação foi surgindo e trazendo consigo a ideia de proteção. Nesse contexto era vista como um ser irracional. A criança foi submetida a várias formas de disciplinamento para conter seu “enlouquecimento”. Nessa linha a criança deveria ser corrigida através da disciplina, do sacrifício para o coletivo e a submissão aos adultos. As crianças nobres ou burguesas começaram a ter trajes que os distinguiam dos adultos.

Com o renascimento, no ínicio da Idade Moderna a infância é vista como uma construção da formação humana, entre a nobreza começa a surgir a preocupação em poupar as crianças dos males do mundo, o mesmo ainda não ocorre com as crianças mais pobres.

No Brasil as concepções de infância foram influenciadas pela colonização. Junto com os imigrantes vinham seus filhos e outras crianças como órfãos e crianças pobres recrutadas pela Coroa Portuguesa. As crianças viviam uma difícil e cruel realidade com as penosas condições da viagem, os trabalhos pesados e sofrendo todos os tipos de punições e abusos.

A condição econômica da família era o que determinava as diferentes formas de tratamento às crianças. O distanciamento do trabalho somente era privilégio das crianças “bem-nascidas”, e os meninos tinham o direito de aprender o latim e boas maneiras nos colégios ligados à Igreja, como forma de prepará-los para o mundo adulto. Os demais deviam trabalhar desde muito cedo como uma espécie de adestramento. Funções lhes eram atribuídas e conforme o aprendizado, maior o valor dos escravos.

A partir do século XVIII lentas transformações surgem no que diz respeito à família. Antes ela vivia no coletivo, agora quer mais privacidade. A família burguesa serve de modelo, e troca a sociabilidade por intimidade. Outra modificação no contexto familiar foi a distinção dos papéis sexuais: o homem deveria fazer parte do mundo público e a mulher deveria cuidar da casa e dos

filhos, ficando restrita ao mundo privado, tendo como embasamento o ideal de amor materno, que seria natural e instintivo. Nessa época a criança já fazia parte do centro do mundo familiar.

Essa intimidade provoca novas relações familiares, acompanhadas por mudanças de valores e em especial na educação das crianças. Se antes as crianças eram responsabilidade de toda a sociedade, agora elas são responsabilidade dos pais, no que tange a sobrevivência física, social e psicológica dos filhos. Com o capitalismo a criança passa a ser herdeira das riquezas, misérias e valores sociais.

Ainda no século XVIII com o fortalecimento da sociedade industrial a criança pobre foi ganhando mais visibilidade. Em decorrência disso aparecem no Brasil as primeiras iniciativas assistencialistas como “A Roda dos Expostos”, que se tratava de um local onde os bebês indesejados podiam ser deixados de forma anônima.

A infância passa a ser objeto de estudo, instrução e escolarização. A escola passa a ser responsável por fazer essa separação de infância e juventude da vida adulta, por meio de práticas disciplinares e autoritárias para formar um “cidadão”.

No século XIX percebe-se uma discussão sobre a infância. Nesse período as condições de vida da população brasileira mostravam-se difíceis, principalmente nas cidades grandes, onde o desemprego assolava a população que aglomerava-se nas periferias em situações inadequadas. As crianças e jovens eram o reflexo dessa realidade, sendo abandonados e cruelmente tratadas. Em decorrência disso cada vez mais se voltavam para a criminalidade.

Com o crescimento das cidades, da industrialização e da pobreza a necessidade de cuidado com a infância ganhava dimensão, tornando-se um problema social do Estado, e clamando por políticas públicas e legislações específicas para essa fase da vida, o que é concretizado no início do século XX.

Em 1940 foi criado o Departamento Nacional da Criança, órgão vinculado ao Ministério da Educação e Saúde Pública para atender às crianças.

Em 1941 foi criado o Serviço de Assistência a Menores, voltada a atender menores abandonados e delinquentes.

Em 1942 surge a LBA – Legião Brasileira de Assistência com o objetivo de promover a assistência social durante a infância. Nesse mesmo período as políticas assistenciais voltadas à infância se expandem nos países subdesenvolvidos.

O Fundo das Nações Unidas para a Criança – UNICEF criado em 1946 inseria-se nas políticas assitenciais brasileiras atuando através de convênios com as diferentes esferas públicas. A preocupação que era de caráter assistêncial evolui para um caráter educacional, o que possibilitou políticas educacionais adequadas à essas crianças e a preocupação com o preparo das pessoas que trabalhariam com as mesmas.

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