TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Plano de aula

Por:   •  6/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  31.782 Palavras (128 Páginas)  •  383 Visualizações

Página 1 de 128

Gestão escolar 1

Aula 1

Considerações iniciais

Apresentar aos alunos conceitos básicos relacionados à coordenação do trabalho educacional escolar

“Mire, veja: o mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que eles vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso me alegra, montão.”

(João Guimarães Rosa Grande Sertão: Veredas)

Iniciemos nossa aula lendo de forma reflexiva os conceitos de coordenação registrados por Abbagnano e Holanda:

“Coordenação (ingl.: coordination; franc.: coordination; al.: koordination): a relação entre objetos que estão situados na mesma ordem ou nível em um sistema de classificação.”

(Abbagnano, Dicionário de Filosofia, Mestre Jou, 1982)

“Coordenar (do latim coordinare): dispor segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar, ajuntar por coordenação.”

(Holanda, Dicionário Aurélio, Nova Fronteira, 1986)

ANIMAÇÃO

A leitura desses conceitos, inicialmente, pressupõe uma perspectiva de movimento e diversidade, transitando por diferentes cenários e sujeitos, construindo “pontes” nas relações interpessoais, articulando negociações, fomentando diálogo, constituindo-se o grupo como pares legítimos e artífices de um projeto didático. Segundo BATISTA (2001:110):

“Negar ou secundarizar essa disponibilidade significa desconsiderar as possibilidades de arranjo, de ligação, de relação – são essas possibilidades que conferem, ao processo de coordenar, uma tensão permanente, pois tanto se podem ter práticas de coordenação conservadoras, que estarão revestidas de um forte tom de estratégia de controle (a vigilância das atividades e a regulação impositiva do trabalho), como práticas de coordenação transformadoras, que se constituirão numa efetiva medição técnicopedagógica (a interlocução consistente e ancorada no trabalho “coletivo).

A reflexão sobre as práticas de coordenação, na cotidianidade escolar, demanda uma clareza dos determinantes histórico-políticos, formulados pelas políticas educacionais, e de uma articulação entre os movimentos de acolhimento, confronto, ruptura, diálogo, avanços e ranços.

Neste estudo que realizaremos sobre a coordenação do trabalho educacional, faremos a abordagem de temas relevantes no cotidiano escolar e mediadores que perpassam as relações administrativas e pedagógicas. Dentre eles, destacamos:

  • Planejamento.
  • Formação docente continuada ou contínua.
  • Projeto pedagógico, pedagogia e projetos.
  • Relações interpessoais e lideranças.
  • Mediação entre a prática administrativa e a prática pedagógica.
  • Intervenções na prática pedagógica.
  • Avaliação do trabalho educacional.
  • A construção de parcerias entre a escola e a comunidade.
  • Gestão democrática.
  • O compromisso dos gestores na coordenação do trabalho educacional.

Para BATISTA (2001:111):

“A coordenação pode se configurar como prática social caracterizada pela mediação técnico-pedagógica na medida em que traduza consideração pelos sujeitos envolvidos e suas histórias; compromisso com um projeto educativo que esteja sintonizado com diálogos entre e com diferentes; assunção do trabalho coletivo como uma importante estratégia de trabalho; investimento num processo de planejamento baseado na cooperação e na troca de saberes e experiências.”

A conjugação do “coordenar” pressupõe, portanto, um fazer pedagógico que envolve desdobramentos, intervenções e movimentos qualitativos, materializados pela articulação entre as diversas interlocuções (gestores, professores, alunos, família, comunidade); o comprometimento com as lutas e demandas do momento histórico, o planejamento organizado revestido de intencionalidade e de ações consistentes e coerentes às expectativas dos interlocutores; a construção da identidade da escola por meio do projeto pedagógico e o permanente exercício da gestão democrática no trabalho coletivo da escola.

A coordenação do trabalho educacional não se configura no plano exclusivo de atuação do gestor escolar; constitui-se, então, como estratégia de mediação entre educador e educandos na sala de aula, na prática pedagógica essencial de todo o processo educativo, assumindo novas significações à medida que, num momento crescente, envolve outros espaços e sujeitos (reuniões de estudo coletivo com os professores, reuniões pedagógicas, reuniões de conselho de escola).

Privilegiando movimentos de formação continuada, de reflexão, discussão, de reconstrução, de novos olhares, a conjugação da prática da coordenação do trabalho educacional gera novos movimentos e desencadeia novas construções coletivas e interdisciplinares, fortalece compromissos, paixões e esperanças e, fundamentalmente, possibilita a crença na superação de desafios.

“Ser educador é trilhar pelas incertezas da vida com a provisoriedade do conhecimento e a amorosidade das pessoas que se encontram”. (Paulo Freire, 1997). Constata-se, a cada dia e a cada momento, que o século XXI caracteriza-se pelo processo de globalização, gerando intensas mudanças que promovem outras mudanças em todos os setores da vida humana e, em especial, na escola, uma instituição social que legalmente deve atender às exigências da sociedade contemporânea.

FREIRE, P. R. N. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

Aula 2

Coordenar na diversidade e no novo milênio

Explicitar aspectos relevantes, em termos de diversidade e proposta de inclusão social, para a estruturação do trabalho do coordenador pedagógico.

“Sonhar não é apenas um ato político necessário, mas também uma conotação da forma histórico-social de estar sendo de mulheres e homens. Faz parte da natureza humana que, dentro da história, se acha em permanente processo de tornar-se.” 

“Não há mudança sem sonho como não há sonho sem esperança.” 

“A compreensão da história como possibilidade e não determinismo seria ininteligível sem o sonho, assim como a concepção determinista se sente incompatível com ele e, por isso, o nega.”

...

Baixar como (para membros premium)  txt (209 Kb)   pdf (376.2 Kb)   docx (115.7 Kb)  
Continuar por mais 127 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com