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Portfólio Contribuições da Perspectiva Histórico-Cultural

Por:   •  13/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.994 Palavras (8 Páginas)  •  88 Visualizações

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CLARETIANO – REDE DE EDUCAÇÃO

Jacqueline Louise Pereira

RA: 8075424

Disciplina: Alfabetização e Letramento: Aspectos Históricos e Teóricos 

PORTFÓLIO - CICLO 03

Contribuições da Perspectiva Histórico-Cultural no Processo de Alfabetização

A teoria formulada por Vygotsky (1989) e seus seguidores, sobre o desempenho do psiquismo humano, orientada pelos princípios da teoria histórico-cultural, tem trazido uma valiosa contribuição ás pesquisas referentes ao processo de aquisição da linguagem escrita e á aquisição do conhecimento de um modo geral. Usando as palavras de Vygotsky (1989, p.74): “Estudar alguma coisa historicamente, significa estudá-lo no processo de mudança; esse é o requisito básico do método dialético”. Esses teóricos classificam o homem como um ser histórico e cultural, que se diferencia dos outros animais por suas capacidades psicológicas superiores. Essas funções são caracterizadas pelo exercício da percepção, atenção e memória. Essas funções não se encontram “superpostas”, são “plásticas e adaptativas no desenvolvimento da criança, esta relacionado com suas experiências sociais”. Vigotsky (1989, p. 74) afirma que elas representam “um processo de ensino extremamente pessoal e, ao mesmo tempo, um processo profundamente social”. A relação entre a aprendizagem e o desenvolvimento pressupõe a necessidade da mediação no processo de ensino. A pré história da linguagem escrita é outro aspecto da teoria Vigotsky, importante para reflexão do professor alfabetizador. Vigotsky (1988) difunde a idéia de que se deve “ensinar ás crianças a linguagem escrita, e não apenas a escrita de letras”. Essa afirmativa nos leva a questionar o ensino mecânico da leitura e da escrita. A transição do desenho para a escrita: dos rabiscos ao desenho, do desenho á escrita simbólica, foram aspectos amplamente investigados nos estudos de Luria (2006) e Vigotsky (1989). Esses estudos revelaram que a pré-história da linguagem escrita tem início muito antes de a criança entrar na escola. Os autores  consideram o ato de rabiscar como um brinquedo que, para o desenvolvimento da criança, tem um significado extraordinário. Seus primeiros rabiscos, embora ainda não apresentem formas definidas, neles estão a semente da qual brotará a origem dos signos lingüísticos. Neste sentido, afirma Luria (2006), “Antes de atingir a idade escolar, a criança já aprendeu e assimilou certo número de técnicas que prepara o caminho para a escrita”. Esse caminho ao qual se refere o pesquisador pode ser compreendido pelo trajeto percorrido pela criança desde os seus rabiscos indefinidos, os quais ela não se recorda a que se refere, aos rabiscos diferenciados que, mesmo não apresentando um conteúdo próprio, a criança já é capaz de se lembrar o que eles representam. Nesse caminho rumo á escrita, a criança passa por três fases:

Escrita topográfica: período dos rabiscos indiferentes.

Escrita pictográfica: desenhos definidos.

Escrita simbólica: utilização do  código escrito.

Vigotsky (1989, p. 121) também percorreu a trajetória da criança rumo a escrita, partindo dos gestos e signos visuais, afirma ele “O gesto é o signo visual inicial que contém a futura escrita da criança, assim como a semente contém o futuro do carvalho”. Wurth, um dos seus colaboradores, destacou a ligação dos gestos, e a escrita pictográfica. Para este pesquisador, os signos são a fixação dos gestos os quais estão ligados á origem dos signos escritos. Uma evidência dessa conclusão são os rabiscos da criança. Para Vigotsky, o desenvolvimento do simbolismo no brinquedo é o segundo aspecto que une os gestos e a linguagem escrita é a dos jogos das crianças. [...] O mais importante é a utilização de alguns objetos como brinquedos e a possibilidade de executar com eles um gesto representativo essa é a chave para toda a função simbólica do brinquedo das crianças (Vigotsky,1989,p.122). Tanto no brinquedo, quanto no desenho, o significado surge primeiramente como um simbolismo de primeira ordem. Nesse sentido, afirma Vigotsky, (1989, p. 126), “a representação simbólica no brinquedo é essencialmente, uma forma particular de linguagem escrita”. Significa que, quando a criança utiliza o desenho para representar algo, segundo o pesquisador ela está utilizando um simbolismo de primeira ordem [...] as crianças não desenham o que vêem, mas sim o que conhecem [...] o desenho é uma linguagem gráfica que surge tendo por base a linguagem verbal [...] esses fatos nos fornecem elementos para passarmos a interpretar o desenho das crianças como um estágio preliminar no desenvolvimento (Vigotsky,1989,p.127.). O  desenvolvimento do simbolismo no desenho é um dos fatores que pode contribuir para a compreensão da pré-história da linguagem escrita da criança. Considerando que desenham o que conhecem, podemos destacar a importância do meio cultural, para o desenvolvimento da criança quanto mais ricas as experiências  por elas vivenciadas, maiores as possibilidades  de ampliação de sua capacidade de abstração. O desenho, além de ser uma atividade prazerosa, pode ser um recurso de ensino que favorece o desenvolvimento das funções psicológicas superiores, desde que seja encaminhado de  modo significativo. O desenho proposto de modo mecânico, ao contrário, servirá para  embotar a criatividade e atrapalhar o desenvolvimento da criança. O rabiscar, o brincar, o desenhar, conforme Vygotsky, (1989, p. 134), “deveriam ser estágios preparatórios ao desenvolvimento da linguagem escrita das crianças”. Esses pressupostos da perspectiva sociocultural nos levam a questionar a validade dos desenhos prontos para a criança colorir. Essa atividade embota a criatividade dela e impõe um modelo que pode vir carregado de uma mensagem subliminar: “é assim que se desenha ”. A imposição de modelos, não apenas de desenhos prontos para colorir, nunca trouxeram contribuições para o processo de apropriação do conhecimento dos educando. Ao contrário, são prejudiciais ao desenvolvimento dos alunos.  No seu processo de escolarização, o aluno necessita não somente ser desafiado, mas também estimulado a avançar na sua aprendizagem.

Equívocos da Interpretação da Psicogênese da língua Escrita

Nas Publicações e relatórios dos professores, avaliando a implementação da proposta construtiva de alfabetização no Ciclo Básico da Rede de Ensino Público do Estado de São Paulo, encontramos questões que resumem o conflito: “É comum também ver-se um professor que se diz construtivista ensinando silabação, montando e desmontando palavras num mero exercício de memorização” (Lagoa). Eles têm uma tendência obsessiva pela silabação. E eu fico sem saber como agir quando o professor, ao perceber as dificuldades das crianças com uma determina palavra, passa a dividi-la em sílabas. Eles dizem que isso ajuda a fixação e eu tenho dúvida se devo continuar censurado essa atitude (Lagôa,1991,p.17-18).

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