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Por:   •  27/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  865 Palavras (4 Páginas)  •  919 Visualizações

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CRIANÇAS PINTANDO:

EXPERIÊNCIA LUDICA COM AS CORES

Sandra Regina Simonis Richter

Resumo Capítulo 2

Cor como ação e paixão da luz

A cor é um fenômeno que pode ser percebido sob múltiplos aspectos e por meio de diferentes experiências visuais. Nas suas várias opções de abordagem, interesso-me pela perspectiva de Johann Walgang Von Goethe, que concebe a cor a partir da subjetividade de quem a percebe, apontando o caráter mutável e relativo dos fenômenos cromáticos, aproximando se, dessa forma, a concepção de imaginação de Gaston Bachelard e de conhecimento de Jean Piaget.

Goethe foi o primeiro a propor, em sua doutrina das cores (1808-1810), uma reflexão da cor como experiência subjetiva, abrindo as portas da fisiologia e da psicologia como campos legítimos de averiguação dos efeitos da cor. Assim, ao averiguar uma interpretação do órgão da visão como organismo vivo, capaz de agir e reagir, nega sua identificação com um conjunto de lentes e prismas, antecipando o que as vanguardas artísticas do século XX levaram ás ultimas consequências, isto é a cor como possibilidade de expressão autônoma.

Pintura e Conhecimento

O elemento visual expressivo que distingue a pintura das demais formas artísticas é a cor. Aquele que pinta imagina em termos de cores, transparências, opacidades e opera com especificidade dos materiais utilizados para representar um efeito de luz: “a pintura jamais celebra outro enigma a não ser o da visibilidade” (MERLAU_PONTY, 1984, p. 91). Visibilidade sempre temporal, local e histórica ao explicitar um olhar regulado por valores culturais, corporificando modos de ver localizados e datados.

A historia da pintura ocidental, a partir do renascimento italiano, define como paradigma visual o primado do intelecto sobre a mão, ancorado no pensamento lógico-racional e no conhecimento cientifico. Postura que legitimou a pintura como representação geométrica e matemática da perspectiva, descortinando um novo conceito de espaço a partir do século XV. Espaço cada vez mais linear, matematicamente projetado e controlado, regido por conceitos de simetria e de funcionalidade, determinando uma imagem cientificamente verossímil: a imagem construída conceitualmente. Imagem que idealiza o controle total do visível pela exatidão espacial que geometria euclidiana permite construir ao formular uma ilusão de profundidade na tela plana.

A criança e a cor

Apesar de a cor não ser um assunto trivial, seu papel na educação é sempre minimizado e omitido como meio ordenador das sensações, da memória, do espaço, permitindo sínteses interpretativas.

A cor constitui o elemento primal de qualquer elaboração pictórica, mas muito pouco se estudou sobre a qualidade do colorido como um meio pouco se estudou sobre a qualidade do colorido como meio de organização do raciocínio plástico visual. Constatação que denuncia uma concepção histórica no ocidente na qual a cor é subsidiária do desenho.

É a clássica noção da linha como legitima configuradora de ideias como ação preliminar acompanhada de um posterior preenchimento colorido.

Pintar e desenhar são ações distintas que podem interagir de diferentes e inusitados modos, produzindo renovadas imagens que instigam o imaginário. Tanto na escola como na família, geralmente ocorre uma atividade constritora das fecundas possibilidades dessa interação ao focalizar o ato de pintar apenas na coloração das formas lineares.

Se é possível simplificar sem empobrecer, podemos afirmar que desenhar é criar formas por meio de linhas como pintar é criar formas pelas superfícies coloridas.

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