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REFLEXÕES ACERCA DA DIDÁTICA DE COMÊNIO E LIBÂNEO

Por:   •  24/9/2016  •  Artigo  •  2.309 Palavras (10 Páginas)  •  440 Visualizações

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REFLEXÕES ACERCA DA DIDÁTICA DE COMÊNIO E LIBÂNEO

RESUMO

 

 O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre o processo de ensino e aprendizagem na perspectiva de João Amós Comênio e José Carlos Libanêo. No século XVII, Comênio desenvolve uma proposta pedagógica que atinge tanto uma reforma da escola, quanto a forma de ensinar. Defendia a tendência Liberal tradicional, baseada na compreensão das contradições e das novas necessidades humanas surgidas das transformações profundas a se adaptar à nova sociedade capitalista. Já no século XX, quase no final da Ditadura Militar, Libanêo defendia a tendência progressista crítico-social dos conteúdos. Tal concepção consistia na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhes uma forma, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e dinâmica na democratização da sociedade.

Palavras-chave: Ensino, Didática, Educação, Sociedade.

Introdução

        Este artigo pretende discorrer sobre as perspectivas quanto ao ensino, didática e aprendizagem de autores como Libâneo e Comênio. Ambos consideram a didática como a arte de aprender e ensinar. É sabido que a relação entre ensino-aprendizagem foi pensada para atender as exigências de um contexto social de determinada época.

        Desde o surgimento das teorias piagetianas muito tem se estudado sobre como se dá o processo de aprendizagem, inúmeras pesquisas revelam a maneira como se aprende e evidentemente cada época foi fundamentada em uma abordagem.

        Para Comênio a didática deveria estudar as especificidades da educação bem como o desenvolvimento natural do homem. Libâneo acredita que o aluno deve ser preparado para enfrentar questões mundanas e exercer seu papel de cidadão crítico e consciente na sociedade em que está inserido.

        

Ensino na perspectiva de João Amós Comênio

        “Ensinar tudo a todos” (COMÊNIO, 1996, p. 145). Para Comênio a escola deveria formar o ser humano em todas as suas especificidades para que estes pudessem se emancipar e exercer seu direito como cristão conscientemente e criticamente frente à sociedade. Comênio acreditava que todo ser humano, sem distinção de cor, etnia, classe social deveria ser igualmente educado, pois o homem é a imagem e semelhança da figura divina, portanto tinha capacidade para tal.

 Comênio viveu no século XVII e sua ideia de escola ainda permanece viva. Segundo este autor a escola deve despertar a inteligência do aluno, ser uma verdadeira “oficina de homens”, na qual o ensino e a moral possuem igual relevância. Os pais na visão de Comênio devem ser exemplo para seus filhos, exemplo de honestidade, de moral entre outros, serem perfeitos. Evidentemente estes conceitos também deveriam ser implantados nas almas dos educandos nas escolas. Ensino, moral e piedade são fundamentais para seu conceito sobre educação que fundamentada nesta tríade, cura a corrupção do gênero humano.

Comênio propôs em seu livro “Didática Magna” uma organização escolar voltada para a plena formação do aluno. Uma educação na qual os alunos deveriam se formar antes da idade adulta e que esta não fosse “cansativa, mas facílima”.

Comênio propôs uma organização das escolas nas quais:

I. Toda a juventude (exceto a quem Deus negou a inteligência) seja formada.

II. Em todas aquelas coisas que podem tornar o homem sábio, probo e santo.

III. Que essa formação, enquanto preparação para a vida esteja terminada antes da idade adulta.

IV. Que essa mesma formação se faça sem pancadas, sem violências e sem qualquer constrangimento, com a máxima delicadeza, com a máxima doçura e como que espontaneamente. (Da mesma maneira que um corpo vivo cresce em estatura, sem que tenha necessidade de mover os seus membros nem para um lado nem para o outro, pois basta que prudentemente seja alimentado, ajudado e exercitado, para que, por si, pouco a pouco, cresça em estatura e em robustez, quase sem se aperceber disso, do mesmo modo, se se alimenta, ajuda e exercita o espírito prudentemente, essa intervenção converte-se, por si mesma, em sabedoria, em virtude e em piedade).

V. Que todos se formem com uma instrução não aparente, mas verdadeira, não superficial, mas sólida; ou seja, que o homem, enquanto animal racional se habitue a deixar-se guiar, não pela razão dos outros, mas pela sua, e não apenas a ler nos livros e a entender, ou ainda a reter e a recitar de cor as opiniões dos outros, mas a penetrar por si mesmo até ao âmago das próprias coisas e a tirar delas conhecimentos genuínos e utilidade. Quanto à solidez da moral e da piedade, deve dizer-se o mesmo.

VI. Que essa formação não seja penosa, mas facílima, isto é, não consagrando senão quatro horas por dia aos exercícios públicos e de tal maneira que um só professor seja suficiente para instruir, ao mesmo tempo, centenas de alunos, com um esforço dez vezes menor que aquele que atualmente costuma dispender-se para ensinar cada um dos alunos. (COMÊNIO, 1996, p. 163).

A proposta pedagógica comeniana concentra-se especialmente na razão humana apesar de os homens terem diferentes “espécies de inteligências”. Comênio faz analogia entre educação e natureza, pois considera que o aprendizado ocorre naturalmente se o homem for dotado de inteligência e que os exemplos mais soberanos e esmerados estão na natureza.

Assim, ele nos diz:

[...]Deus é que faz tudo em todas as coisas, e que ao homem deixa também apenas o cuidado de receber fielmente no coração as sementes daquilo que lhe ensina. Deus as fará germinar e crescer todas até ao seu pleno desenvolvimento, sem que o homem disso se aperceba. Por isso, aqueles que instruem e educam a juventude não têm outra obrigação além de semear habilmente na alma dos jovens as sementes daquilo que têm de ensinar, e de regar cuidadosamente as plantazinhas de Deus; o crescimento e o incremento virão por acréscimo. (COMÊNIO, 1996, p. 205).

 Segundo Comênio (1996), se a educação for iniciada desde cedo a aprendizagem enriquecera-se facilmente. E para que o aluno saia da escola com uma instrução sólida, esta deve ser interdisciplinar com sólidos e aprofundados princípios postos de modo claro e objetivo.

Considerado o pai da didática, Comênio defende uma educação que comtemple uma evolução espiritual e intelectual.

 

Ensino na perspectiva de José Carlos Libanêo

 Didática é uma disciplina pedagógica que estuda o processo de ensino no seu conjunto teórico e prático, no qual os objetivos, conteúdos, métodos e formas planejados na aula são relacionados para criar uma condição satisfatória de conhecimento e aprendizagem que gere sentido e significado para o discente.

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