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RESENHA CRITICA CAPITALISMO, ESPAÇO E TEMPO FARIA

Por:   •  4/10/2018  •  Resenha  •  1.469 Palavras (6 Páginas)  •  246 Visualizações

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RESENHA CRITICA

CAPITALISMO, ESPAÇO E TEMPO*

FARIA, L. Capitalismo, espaço e tempo, Ensaios FEE, Porto Alegre, v.20, n.1, p.261-283, 1999

O Capitalismo, ou modo de produção capitalista, é uma forma de organização social marcada pela separação entre os proprietários e controladores dos meios de produção e os que não possuem e não controlam os meios de produção, dependendo exclusivamente da venda de sua força de trabalho, através do salário, para sobreviver.

O Brasil passou por muitas transformações econômicas, apesar do elevado crescimento econômico, num comparativo histórico, preservou-se uma profunda desigualdade, tais mudanças não foram acompanhadas por uma distribuição equilibrada dos seus benefícios. As explicações para este fenômeno podem ser as mais variadas, uma que se destaca é a dependência do desenvolvimento econômico brasileiro, respondendo a mudanças e diretrizes econômicas internacionais com seus moldes de trabalho e produção, e a forma como estas foram internalizadas no país a partir das contradições entre as classes dominantes e dominadas.

Nesse ensaio que segue podemos observar esses pressupostos pelo conjunto de analises de Faria.L que com bagagem extensa nos dá um parâmetro histórico-crítico do capitalismo.

Luiz Augusto Estella Faria, possui graduação em Ciências Econômicas, mestrado em Economia e doutorado em Economia pelas Universidades, Federal do Rio de Janeiro e Federal do Rio Grande do Sul. Foi pesquisador da Fundação de Economia e Estatística, professor visitante na Universidade de Estocolmo (Stockholms Universitet),e na Universidade de Economia de Viena (Wirtschaftsuniversitet Wienn). Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Economia Política e Economia Internacional, atuando principalmente nos seguintes temas: economia brasileira, integração econômica, globalização, relações exteriores do Brasil e Mercosul.

Publicou seu Ensaio em 1999 advindo de um trabalho apresentado no III Encontro Nacional de Economia Política, em junho de 1998, no estado do Rio De Janeiro. Escrito por objetivo, lidar com a problemática do espaço e do tempo no capitalismo, em especifico, o processo de redução de escala de ambas variáveis, com o cuidado de analisar essas transformações dentro do contexto histórico de produção capitalista, dividindo seu estudo em quatro etapas:

Primeiramente com a instituição do mercado, onde é compreendido que sua evolução se dá pela instituição social da troca, lugar onde o capitalismo se estabelece sob quatro pilares – capital, trabalho, dinheiro e terra, sendo convertidos em mercadoria. Onde a história nos mostra que não só as expansões de territórios conquistados se convertem em poder e riquezas, mas também quando essa conquista está ligada ao capitalismo, quando um território está submetido ao capital numa logica onde o mercantilismo subordina as demais relações sociais, sendo a acumulação de riquezas a fonte de poder primordial, entramos na esfera da acumulação capitalista dentro da esfera de produção, que se institui como mercado capitalista, segundo Arrighi, “pela  aproximação do dono do poder político com o dono do dinheiro.”

Em sua segunda etapa FARIA vem comparando as ideias de Estágios de Braudel com a dialética entre capitalismo e território de Arrighi, tratando das questões de espaço do capital, observando que na sua história a relação mercantil foi estabelecida sempre numa dimensão espacial, onde essa ampliação esteve sempre condicionada ao desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação, sujeita a lógica de acumulação de poder em consequência da conquista de territórios, antes do advento do capitalismo como já citado em sua primeira etapa de analise, sendo que o capitalismo vem modificar essa perspectiva , pois o espaço então a partir daí vem a se expandir a partir do desenvolvimento e crescimento do mercado, alterando a lógica. Segundo FARIA (1999), “O desdobramento dessa ampliação do espaço resulta de uma dialética de unidade e contradição entre o Estado, de um lado, o lugar do poder, e a zona urbana, de outro o lugar da riqueza. ”, Criando com esse olhar os diferentes lugares a serem ocupados, e seus paralelos de acumulação de riquezas num sentido espacial geográfico trazendo a necessidade com a constituição de mercados nacionais, ampliar o fluxo de mercadorias e dinheiro, articulando vários setores produtivos unificando os regimes regulatórios de fiscalização e arrecadação. Resumindo, institucionalizando o dinheiro em perspectiva global.

Na sequência seu terceiro ponto trata da relação entre capital e tempo, balizado pelas propostas de periodização e pela ideia de sucessão de modos de desenvolvimento, que são tratados sob o fenômeno das crises, que são o grande impulsionador das transformações históricas do capitalismo, resultando numa uma espécie de aceleração do tempo. Nesse tópico ele trata da:

  • Acumulação, que MARX descreve como: “... modo de re-alocamento sistemático do produto que rege, num longo prazo, uma certa adequação entre as transformações das condições da produção e as transformações das condições de consumo.
  • Do entendimento de regulação, que segundo LIPIETZ, diz ser necessário para tal que forças institucionais crie procedimentos e hábitos que incentive os agentes privados a se adequar aos esquemas de produção e consumo.
  • No papel da tecnologia na evolução do modo de produção
  • E um último seriam as crises

Segundo o autor a articulação desses quatro conceitos descreve a trajetória do capitalismo numa perspectiva da teoria da regulação, onde todas as variantes são objetos diretos das transformações sofridas do “modus operandi capitalista” em relação ao tempo. Nós dizendo que a cada século que se passa observamos o encurtamento desses períodos de crise, o que não quer dizer a superação da crise, podemos dizer até uma sucessão de crises que se renovam sob novas perspectivas ditadas pelo mercado.

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