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Resenha de Pedagogia do Movimento Camponês na Paraíba

Por:   •  15/8/2016  •  Resenha  •  3.148 Palavras (13 Páginas)  •  317 Visualizações

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Universidade de Pernambuco

FENSG/UPE

Pensamento Filosófico em Ciências Sociais

Discente: Brayan de Souza

Relatório de obra: PEREIRA, Antônio Alberto. Pedagogia do movimento camponês na Paraíba: das Ligas camponesas aos assentamentos rurais. João Pessoa, 2008.

        

Capitulo I – O Campesinato e o Capital: duas concepções de ser humano, duas pedagogias e dois modos de produção

O autor inicia o capitulo a abordar a origem do povo que viria a iniciar os movimentos pela terra. Segundo o autor, os camponeses da região da Paraíba tem como ancestrais pessoas que habitavam florestas. Há já neste capitulo a utilização da teoria marxista como elemento teórico de análise das lutas, que de acordo com tal teoria se comportam como lutas de classe. Há já nesta relação a exploração da força de trabalho do camponês pelos donos de terra.

Há de acordo com o posicionamento do autor dois modos de produção. O Campesino, que visa a produção com fins de sobrevivência. E a produção capitalista, que visa a alta produção com fins lucrativos. Sem importar-se com questões da terra. As quais são de suma importância aos camponeses.

Pereira – maneira que irei referir-me ao autor – escreve acerca de suas viagens iniciais a comunidades indígenas. Onde encontrou sociedades diferentes das alcançadas pelo modo de produção capitalista. E mostra-se contente ao ver que dentre as tribos não há divisão entre classes sociais como há nas sociedades mais complexas, devido ao capitalismo. Algumas citações de Richard Lee – antropólogo norte-americano – demonstram de início o caráter marxista de análise, a citação faz alusão a essência humana como parte de uma barreira ao socialismo. Tal qual o autor explicitara ainda no resumo da obra. Este início e tal citação dão a entender que de início o autor tinha intenção de pesquisar acerca de outros povos, que não os camponeses.

O autor afirma através de uma análise por via marxista, que o homem possui duas naturezas. Uma seria a herdada através do convívio com o grupo, esta seria fruto de processos históricos, a segunda seria a naturalidade. Cultura e natureza humana, respectivamente. O capitalismo se apossa destas “naturezas humanas” e as corrompo em busca do lucro. Acontece assim o que Durkheim nomeia por passagem de Consciência Mecânica para Orgânica.

Sobre questões de trabalho o Pereira deixa claras duas concepções. Uma campesina que busca a libertação. Aqui o trabalho, que é a transformação da realidade, tem por função a libertação da condição humana. Já na concepção do Capital, o trabalho tem caráter alienador. O mesmo serve de alienação das massas a exploração da força de trabalho pelas classes superiores a nível social.

Dentro das questões educacionais o autor distingue duas que diferem. Aqui há uma análise através do pensamento de Paulo Freire. Há nele a educação do oprimido e a educação do opressor. A do opressor busca sobreposição à do oprimido, uma maneira de hegemonia se tomarmos por vias o pensamento de Gramsci. O qual descreve tal qual Freire o fez. Seu conceito de Hegemonia encaixa-se de fato às duas educações no campo presentes.

O capitalista (opressor) impõe à produção valor acima do custo total, em busca do lucro, mais-valia. Ao passo que na produção campesina, o interesse é no valor que o produto tem de puramente servir a comunidade, de levá-la a um bem-estar. O valor é o social. Todos tem acesso a tudo, tudo é de todos. O que o autor detalha mais tarde ao tratar das questões dos assentamentos.

Por fim vemos a preocupação do Autor com o agronegócio. O qual ele denomina como a “nova burguesia agraria”, por estar de acordo com o modo de produção capitalista, visa o lucro. Todas as etapas da economia: produção, distribuição e consumo são orientadas pelo lucro. O contrário da produção campesina, em que as etapas são para a sobrevivência e sustentação da comunidade.

Aqui nos mostra o quão forte é o capitalismo como sistema de não apenas produção, mas também de assimilação. O mesmo assimila toda e qualquer atividade a seu intuito principal, que é o de obter lucro, e aumentar a riqueza. Como tal esse sistema de produção assimila a produção campesina ao lucro. A ter por resultado o que Pereira deixa mais a mostra no próximo capitulo, ao escrever sobre as Ligas na Paraíba, e os movimentos de mesmo cunho que as antecedem.

Capitulo II – O sentido pedagógico do campesinato na longa marcha de resistência

De início o autor já comenta acerca de o que abordará no decorrer do capítulo. A primeira parte é destinada a doutrina marxista que foi trazida ao campo através da teoria do fim do campesinato, que visa o fim do mesmo e a criação de uma sociedade comunista.

Já na segunda parte, o autor se dedica a história do surgimento dos movimentos camponeses, com foco no paraibano. O qual o autor acentua como o essencial a sua pesquisa.

À primeira parte, Pereira inicia o que ainda nas primeiras palavras nomeou por abordagem das teorias do campesinato. A começar por esta última palavra que não existia antes dos anos de 1950 – mas só toma maiores proporções a partir do anos de 1980 –, embora existisse a categoria, que, para reforçar, o autor cita alguns componentes, como: ribeirinho, seringueiro, e etc. A palavra “campesinato” vem de maneira tardia, trazida pelos “comunistas” para nomear as lutas a serem travadas no campo.

O autor faz uma análise rasa da mudança causada pelo advento do capitalismo. E da maneira que tal mudança modificou a estrutura social a nível mundial. Há uma breve abordagem ao marxismo, que conseguia encaixar-se em quaisquer lutas que visassem combater a exploração capitalista.

A base das teorias “campesinas” é a teoria marxista, não apenas oriunda dos escritos do próprio Marx, mas também de outros pensadores marxistas, os quais o autor aborda de lés-a-lés. Embora as teorias marxistas fundamentassem o “campesinato”. Dentre alguns círculos marxistas acreditava-se que a agricultura capitalista suprimiria a camponesa.

Há fundamentação marxista em todo o texto. Por hora o autor cita Stalin, e as “conquistas” provindas da Revolução de Outubro. Esta fundamentação é essencial ao texto, a ver pelo ponto de vista de que a Rússia czarista era principalmente agraria, assim propiciou uma revolução, tal qual aconteceria ao campesinato.

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