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Resenha do livro: O trabalho como Princípio Articulador na Prática de Ensino e nos Estágios. (Freitas Helena C. L.)

Por:   •  8/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.851 Palavras (12 Páginas)  •  1.237 Visualizações

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Livro: O trabalho como Princípio Articulador na Prática de Ensino e nos Estágios. (Freitas Helena C. L.)

Nos 4 pequenos capítulos que integram a obra, a autora Helena C. L. de Freitas conta como foi a trajetória percorrida, para que a pratica de ensino e o estágio se tornassem disciplinas destinadas não somente ao curso de pedagogia mais também a todos os cursos na área de licenciatura, uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada de ensinar a pratica de ensino e as noções teóricas de como lecionar, a obsessão de tornar o trabalho como princípio articulador na pratica de ensino e nos estágios fez com que ela escrevesse o livro mostrando todo seu trabalho como professora.

Helena se propôs a analisar o desenvolvimento da disciplina no interior do curso de pedagogia, tomando consciência dos desafios que teria pela frente ao pretender analisar seu próprio trabalho como base, mesmo com as modificações curriculares e oficiais em relação a cursos de formação de professores e de movimentos organizados pela Anfope – Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação.

Nessa trajetória, participou de vários congressos lutando pelos seus ideais e de várias associações. No primeiro capítulo do livro ela cita bastante o curso de pedagogia, magistério e as relações teóricas-pratica, o trabalho docente e a formação profissional por volta de 1970, onde também participou da Comissão Nacional de Reformulação dos Cursos de Formação dos Educadores – Conarcfe, na tentativa de compreender a problemática da pratica de ensino e estágios supervisionados já que o curso de pedagogia sempre enfrentou lutas históricas desde o primeiro decreto-lei que regulamentou seu funcionamento e estrutura, lutas do tipo: professor vs especialista, licenciatura vs bacharel, entre outros, que fizeram com que a função do curso nuca fosse bem definida.

Entretanto as discussões sobre a identidade da pedagogia, só retornaram quando o Concelho Federal da Educação propôs Pareceres de autoria do professor Valnir Chagas, apontando como indicação para o curso de pedagogia, a formação de especialista no professor, incluindo aí os egressos das licenciaturas. A proposta apresentada nos pareceres então, reduzia o curso de pedagogia a uma especialização, porém dois anos depois da publicação dos pareceres, o MEC pressionado por debates que surgiram em fóruns de educadores, decide sustar sua aplicação e abre debate para a reformulação do curso de pedagogia.

Como resposta, em 1978, educadores organizam o I Seminário da Educação Brasileira, que conseguiu expressar uma reivindicação sentida por todos os educadores, de participarem da definição das diretrizes da política educacional, o curso chegou a sofrer até mesmo ameaças de extinção.

A crise da pedagogia e os embates teóricos das diferentes posições em luta no período mostravam parte da crise que passava a educação, um resultado da crise que ocorria com a sociedade brasileira ainda decorrente do Golpe de 64. O que gerou a necessidade de adequar o sistema educacional ao modelo de desenvolvimento econômico implementado a partir de 64, que culminou em uma série de medidas práticas destinadas a tratar o problema da educação de forma estratégica, porém tratar o problema dessa forma implicava adotar medidas de médio e longo alcance.

Em resumo o primeiro capitulo coloca o curso de pedagogia no centro das atenções, mostrando toda a trajetória das discursões sobre  as relações teoria e prática, trabalho docente e formação profissional, por outo lado o capitulo 2 abre discursão sobre o trabalho desenvolvido na pratica de ensino e nos estágios no curso de pedagogia, principalmente o trabalho pedagógico na escola de ensino fundamental, onde a autora avalia opções, perspectivas e a realidade do ensino, ao analisar seu próprio trabalho e a amaneira a qual ele vai se constituindo ao ser realizado, incluindo o ensino da universidade e da escola pública, inclusive pondera o desenvolvimento da disciplina em realizar pratica de estágios e o aluno que constituem o objetivo deste estudo.

Nota - se que a docência na maioria das vezes, os alunos não têm uma opção pelo magistério e acaba cursando uma outra habilitação. Na turma analisada pela autora não foi nem um pouco diferente, mas o que a deixava intrigada era o motivo que levava o aluno a escolher este curso e foi então que a autora descobriu que era na verdade a situação precária da educação brasileira, principalmente de 1ª a 4ª série do ensino fundamental ( hoje caracterizado como educação básica) que induzia essa escolha, dos 100 alunos analisados 34% procuraram pelo curso com o propósito de buscar conhecimento, visando aprimoramento de suas práticas ou encararem o curso na forma de um compromisso com a mudança na área da educação, por outro lado, 54,6% dos analisados revelaram que fazem uma opção pela pedagogia  motivados por razões afetivo-sentimentais ou pragmáticas, predominando questões como a facilidade em lidar com crianças e a procura do curso para cumprir finalidades imediatas ou seja ocupara cargos importantes nas escolas ( coordenador ou diretor),  a partir de então a autora começou a perceber que o maior problema era a desvalorização do próprio profissional de magistério principalmente nas series iniciais.

Em geral todos os alunos ingressantes do curso de pedagogia almejavam um futuro promissor como diretor, supervisor ou coordenador de escola, cujo salário e carreira pública eram simplesmente melhores do que o trabalho docente em sala de aula, e isso foi provado em pesquisas que mostravam que os alunos não manifestavam interesse em lecionar principalmente na rede privada.

E foram esses problemas que fizeram com que a demanda de profissionais com interesse em lecionar diminuísse, enquanto o aluno não se empregava o mesmo buscava formas para manter um vínculo com a universidade, tais como iniciação cientifica, pesquisas e pós-graduação. Dando sequência a pesquisa da autora, percebe se que o problema com a relação teoria pratica era muito maior, pois partia muito além do curso de pedagogia, a estrutura propedêutica de organização curricular, presente na universidade e também nas escolas, é resultado da forma dominante produzida historicamente, de criar a fabricação de conhecimento, essencialmente como transmissão e entendimento do que é dado, o próprio conhecimento.

O Problema com a organização da grade curricular expressa nos cursos de formação de professores é uma questão que preocupou vários educadores, o que desencadeou grandes quantidades de estudos que apontam as dificuldades provenientes da estrutura introduzida a partir desses cursos, o que observou-se que grande parte dos cursos estariam voltado para o desenvolvimento do campo teórico, o que visualmente é um erro, pois a teoria deveria sim estar acompanhada da pratica, essa seria a melhor forma de fixação do conhecimento, e então foram iniciados trabalhos em escolas públicas no intuito de trazer a tão sonhada realidade da pratica de ensino.

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