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Resenha - Ética - Peter Singer

Por:   •  31/3/2015  •  Resenha  •  715 Palavras (3 Páginas)  •  1.233 Visualizações

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Curso: Licenciatura em Pedagogia

Disciplina: Ética e Bioética

Professor: Everson Deon, M.Sc.

ESTUDO DIRIGIDO: “ÉTICA PRÁTICA”, PETER SINGER

Jéssica Albino[1]

O QUE A ÉTICA NÃO É:

1. Conjunto específico de moralidade, ou seja, um sistema de proibições. De acordo com o autor, a noção de código específico de moralidade é herança dos moralistas tradicionais que, geralmente condicionados a um princípio religioso (o autor aborda com mais especificidade na terceira concepção do que não é ética), limitam o pensamento ético a aspectos da vida particular, como por exemplo, a sexualidade, à promiscuidade e às discussões de gênero (p.10).

2. Um sistema ideal de grande nobreza na teoria, pois isso implica que na prática, ele é ineficaz. O autor desvela que a “[...] questão fundamental dos juízos éticos é orientar a prática” (p.10). Logo, se a grande nobreza se dá apenas na dimensão da teoria, reforçando o pensamento tradicional dicotômico de que teoria é uma coisa, e prática, outra, os juízos éticos dados no seio desta concepção são “defeitos teóricos”, portanto, inaplicáveis e, por quê não dizer, inúteis.

3. Algo somente inteligível no contexto da religião, ou seja, algo que é bom porque “Deus” aprova. Nessa linha de pensamento, se “Deus” aprova alguma coisa, é por quê elas de fato são boas (e assim já eram independentemente dele, por quê existiam), não porquê precisam passar pelo crivo divino. Esmiuçando essa concepção teórica, de que as coisas precisam vir de Deus por quê ele é bom, então Deus precisa ser aprovado por ele mesmo? Essa concepção também incorpora que a relação entre ética e religião existe para servir como uma “[...] razão para fazer o que é certo” (p. 12). Pode ser compreendida como contraditória, tendo em vista que grandes atrocidades (prejuízos éticos), foram feitos em nome de Deus e refletem-se na coletividade. O autor também endossa que valores como solidariedade e benevolência podem ser identificados em muitas pessoas, não raro de outros grupos não-religiosos, portanto, o comportamento ético não exige a crença em Deus, ou em “seu” código moral específico.

4. Relativa ou subjetiva, tendo em vista que a ideia de que a ética é relativa à sociedade em que se vive, nega os comportamentos éticos de outras organizações sociais. Nesse sentido, tudo pode ser considerado certo ou errado, dependendo do ponto de vista. Logo, o que é bom em dada circunstância, pode não ser em outra. Ele dá o exemplo do “sexo fortuito”, considerado como “erro” se gera o nascimento de um ser que não pode ser cuidado ou adequado aos moldes de um casamento tradicional, por exemplo, mas que se não gera um nascimento, é relativamente “não-errado”.

A CONCEPÇÃO DE ÉTICA, PARA PETER SINGER E A NOÇÃO DE UMA ÉTICA UNIVERSAL

Singer concebe a ética como sendo “prática”, ou seja, como abordagem a questões úteis. Dentro deste conceito, o autor aborda que os interesses de um ser devem sempre ser avaliados de acordo com as propriedades concretas desse ser e não de acordo com o fato de ele pertencer a um grupo abstrato, e nesse contexto, um código específico. No entanto, cabe destacar que embora direcionada à abordagem de questões úteis, a concepção de ética prática de Singer transcende o utilitarismo clássico (Mill, Bentham, etc). Não se trata apenas de escolher entre coisas que dão prazer ou sofrimento, se são boas ou ruins. Aliás, em linhas gerais, a visão maniqueísta não é o cerne das discussões de Singer, mas sim, a análise de determinadas questões polêmicas como forma de alcançar não um consenso, mas como forma de maximizar o benefício de todos os sujeitos envolvidos. No entanto, dada as dimensões individuais que estas questões podem abarcar, uma noção de ética universal culmina na aceitação de que os interesses pessoais não podem contar mais que os interesses de outras pessoas, ou mesmo o interesse coletivo. Nesse sentido, a postura utilitarista é uma posição mínima, que deve conduzir os sujeitos à construção dos próprios argumentos, utilitários ou não utilitários. Nessa direção, não se trata de uma ética universal, mas de uma tentativa de aproximar a formulação ética dos diferentes grupos de forma a subsidiar condições para a produção da existência humana e sua natureza.

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