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Resumo Medo e Ousadia

Por:   •  2/7/2016  •  Projeto de pesquisa  •  1.467 Palavras (6 Páginas)  •  1.610 Visualizações

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livro “Medo e Ousadia” (2008/ 12ª ed.) de autoria dos educadores Paulo Freire e Ira Shor aborda, em forma de diálogo, aspectos da Educação Libertadora. Como o texto se dá através de uma conversa entre o educador americano e o educador brasileiro, o texto se mostra acessível, de fácil entendimento, tornando-se mais prazeroso para o público leitor. Dentre os vários aspectos abordados sobre o tema EDUCAÇÃO LIBERTADORA na obra em questão, pretende-se destacar, nesta resenha, a questão da transformação do professor e, a seguir, o supervisor também como um educador libertador.

O primeiro questionamento que o professor deve se fazer, ao objetivar uma transformação voltada a uma prática libertadora é “Que tipo de ensino poderia provocar um conhecimento crítico?”. É tarefa primordial de o educador libertador abrir espaço de diálogo-discussão acerca dos temas da realidade, em relação à sociedade em que se vive, para que possa contribuir na formação crítica de seus alunos, no sentido de que esses possam passar a questionar aspectos como autoritarismo, ideologias, relações entre classes sociais e poder... Não existe liberdade sem abertura para diálogos democráticos que questionem fatores tais como uma sociedade dividida segundo raça, sexo e classe social; opressor e oprimido; e assim por diante.

Segundo Shor (p. 34), ao relatar experiência própria, a busca pela abertura de espaço para o diálogo e discussão crítica deve partir da realidade do próprio educando:

Criei condições em classe para que as pessoas pudessem falar de suas próprias vidas. Os que atendiam a esse convite revelavam as áreas de problemas que mais lhes interessavam. Eu questionava suas afirmações, propunha problemas críticos e tentava me educar a respeito do que significavam aquelas falas, como janelas abertas para a consciência de massa e caminhos que apontavam para a transformação.[...] Se (os alunos) percebem o entusiasmo do professor quando este lida com seus próprios momentos de vida, podem descobrir um interesse subjetivo na aprendizagem crítica.

O professor que está buscando transformar e seguir sua prática dentro da linha libertadora deve ter em mente que os alunos estão acostumados a uma educação autoritária, que lhes exigiu um comportamento meramente receptivo (não participativo) e passivo. Por isso, eles podem se mostrar inicialmente resistentes à sala de aula libertadora, a qual exige troca, pensamento crítico e ação participativa. É igualmente importante que o educador que busca a transformação de sua prática em libertadora saiba que não pode impor essa prática aos alunos, pois isso iria contra a ideologia da Pedagogia Libertadora, uma vez que a imposição de idéias está na base da educação tradicional, enraizada nos padrões do ensino-transferência. Na prática libertadora, pelo contrário, não se pretende impor, mas sim compartilhar idéias e abrir espaço de discussão crítica a cerca delas: “No momento libertador, devemos tentar convencer os educandos e, por outro lado, devemos respeitá-los e não lhes impor idéias.” ( FREIRE, p. 46). Segundo Ira Shor (p. 37), se o apelo libertador for rejeitado pelo grupo e o educador precisar retroceder aos padrões do ensino-transferência, isso não constitui motivo para desanimar ou desistir:

Se um curso não transcendia a pedagogia da transferência de conhecimento, isso não me fazia sentir fracassado. Apenas concluía que aquela situação não podia ser utilizada para a transformação. Os seres humanos envolvidos no processo não podiam iniciar a transformação naquele momento, naquele lugar e através daqueles meios.

Ainda segundo os autores, a ideologia tradicional é tão poderosa que é natural que os jovens professores precisem de experiências de sucesso para sentir que estão certos ao buscar a transformação de sua prática em uma prática libertadora, mas pode ser que estes êxitos não cheguem no primeiro ano. Nestes momentos, é preciso lembrar que a transformação libertadora ainda é possível e está potencialmente disponível algumas vezes, mas, nem sempre é possível alcançá-la pelos mesmos meios, pois não pode ser algo padronizado. De acordo com os autores (p. 38), “É a ação criativa, situada, experimental, que cria as condições para a transformação, testando os meios de transformação.” Neste sentido, penso que é necessário que o professor tenha em mente que é preciso experimentar e ousar, pois não há educação libertadora sem que o próprio professor tenha oportunidades de por em prática experiências pedagógicas.

Outro aspecto importante da educação libertadora é que ela, ao ser baseada no diálogo crítico e na troca de idéias e experiências, não é centrada no professor ou no aluno, pois vê ambos com equivalente importância no processo, visto que tanto o professor quanto o aluno te m o que ensinar e o que aprender nos momentos em que se estabelecem os diálogos críticos da Pedagogia Libertadora. Desta maneira, o ensino libertador se mostra mais democrático do que o ensino tradicional, em que o professor é o único detentor do saber e o aluno, por sua vez, é considerado um mero receptor desse conhecimento, que em nada pode contribuir na construção do mesmo. Se pensarmos a educação autoritária-tradicional sob este aspecto, é impensável sua existência nas salas de aula da atualidade, pois é sabido que nada se aprende ou se constrói sem o envolvimento direto do aluno. A aprendizagem só se dá quando esse aluno se torna sujeito da construção do conhecimento ao ser participativo e crítico em relação às questões abordadas em aula e às questões que se fazem presentes na sociedade em que vive. Nas palavras de Freire (p. 46):

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