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Resumo Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire

Por:   •  8/5/2019  •  Dissertação  •  3.480 Palavras (14 Páginas)  •  491 Visualizações

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Universidade Estadual do Centro-Oeste [pic 1]

Curso: Psicologia Ano: 2º

Disciplina: Psicologia da Educação

Professora: Matheus Brandão        

Academicas: Lia Christie Sibeneichler

 Yasminy Kamille Calegari da Rosa

Resumo Pedagogia do Oprimido  - Paulo Freire

Capítulo 1: A justificativa da pedagogia do oprimido.

“Mais uma vez os homens, desafiados pela dramaticidade da hora atual, se propõem, a si mesmos, como problema” (FREIRE, 1987). Os homens sabem pouco de si e se inquietam por saber mais. O problema da humanização do homem assume um caráter de preocupação, esta preocupação acaba por implicar no reconhecimento da desumanização como realidade histórica.

A humanização e a desumanização são possibilidades dos homens como seres inclusos e conscientes dessa inclusão. A primeira é considerada como vocação dos homens, ela é uma vocação negada na injustiça, exploração, opressão e violência, mas é afirmada no desejo da liberdade, justiça e na luta pela recuperação da humanidade que fora roubada. A segunda não ocorre só nos que tem sua humanidade roubada, mas também nos que roubam humanidades. A desumanização não é algo dado, é resultado de uma “ordem injusta” que gera a violência contra os oprimidos, que os faz ser menos.

O fato de ser mais ou ser menos acaba por gerar, também, uma desumanização, pois leva os oprimidos a lutar contra quem os tornou menos. Essa luta dos oprimidos deve ser feita de forma que não se tornem opressores, mas sim restauradores da humanidade, tanto nos oprimidos como nos opressores.

Os oprimidos se mostram mais capazes de lutar pela humanização, pois entendem o significado de uma sociedade opressora.

A pedagogia do oprimido deve ser construída junto a ele, e não para ele enquanto luta para a recuperação da humanidade. A pedagogia do oprimido não pode ser construída junto aos opressores e nem pelos oprimidos que “hospedam” um opressor em si, pois estes oprimidos em lugar de buscar a libertação tenderão a se tornar opressores.

É preciso também que os oprimidos assumam um papel de aderência ao opressor, pois precisam identificar o seu contrário. O homem oprimido não pode tornar-se opressor do outro, precisa-se que ocorra uma transformação, que a antiga situação se lugar a uma nova, a de libertação. A liberdade é uma conquista, uma superação da situação opressora.

Existe um medo da liberdade por parte dos oprimidos, o que pode os conduzir a os tornar opressores ou ainda manter-se no estado de oprimido. Os oprimidos temem a liberdade porque desta forma eles teriam de preencher um espaço que se tornaria vazio sem os que oprimem. A medo também existe pros opressores, mas de forma diferente, eles sentem medo de perder a liberdade que possuem para oprimir.

Os oprimidos tem de, a partir da situação de ser menos, buscar o ser mais de todos, e não só de si mesmos, pois se fosse assim eles se tornariam opressores dos opressores e acabariam fazendo destes os oprimidos.

O opressor que se descobre como opressor, reconhecendo a contradição entre ele e o oprimido, percebe o que sustenta a opressão. É preciso que se solidarize com os outros, não só que tenha a consciência de que se oprime. Para realizarmos uma transformação objetiva na situação opressora devemos pensar a objetividade sem esquecer-se da subjetividade.

O principal problema da libertação é que libertar-se da opressão somente é possível através da práxis autêntica. “A práxis, (...), é a reflexão e ação dos homens sobre o mundo para transformá-lo, sem ela é impossível a superação da contradição opressor-oprimidos” (FREIRE, 1987).

A pedagogia do oprimido é, no fundo, a “pedagogia dos homens empenhando-se na luta por sua libertação” (FREIRE, 1987). Ela busca o reestabelecimento da intersubjetividade. A pedagogia que parte dos interesses dos opressores, se camufla de generosidade e utiliza os oprimidos como objetos de seu humanitarismo, acaba por ser um instrumento de desumanização, seria uma contradição dizer que opressores estão praticando uma educação libertadora.

Existe um questionamento quanto a prática da educação libertadora, pois sua prática acaba por implicar no poder político, como se realizar a pedagogia do oprimido antes da revolução?

Um aspecto deste questionamento se da na diferenciação entre educação sistemática e trabalhos educativos. A primeira só pode ser modificada com o uso do poder, a segunda deve ser realizada com os oprimidos a fim de que se organizem.

A pedagogia do oprimido tem dois momentos distintos: o primeiro, em que os oprimidos vão se desprendendo da opressão e buscando a transformação através da práxis; o segundo em que a pedagogia deixa de ser do oprimido (porque este já não pertence mais a realidade opressora) e passa a ser a pedagogia dos homens em um processo contínuo de libertação. Nestes dois momentos se terá de enfrentar a cultura da dominação, no primeiro momento será pela percepção do mundo opressor pelos oprimidos, e no segundo será pela exclusão de mitos criados e ideias desenvolvidas na estrutura opressora.

A partir do momento que temos a relação opressora estabelecida temos também a violência, sem a relação de violência não haveria uma situação objetiva de opressão. Quem inaugura essa violência são os que oprimem.

Para os opressores a violência é gerada por parte dos oprimidos, que não são reconhecidos como oprimidos, mas sim como “massa”, “selvagens”, etc. Em contrapartida os oprimidos respondem à violência com gestos de amor. A rebelião dos oprimidos pode ser tão violenta quanto a violência que os cria que este ato pode inaugurar o amor.

Os oprimidos lutam por ser, para retirar dos que oprimem o poder, assim podem acabar por restaurar a humanidade que foi perdida no momento de uso da opressão. É por isso que somente os oprimidos podem libertar a todos. Dessa liberdade e superação surgirá um novo homem, o homem libertado.

Não se pode permitir que os antigos oprimidos se tornem opressores e nem que os opressores libertados voltem a oprimir os demais. Os opressores podem sentir-se em situação de opressão invés de liberdade, pois qualquer restrição que se tenha lhes parece uma violação do seu direito de pessoa.

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