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UM PARECER SOBRE A EDUCAÇÃO: LEVANTAMENTO DESDE O PROJETO DA FAMÍLIA MODERNA ATÉ O PROJETO REPUBLICANO E SUAS PRÁTICAS EDUCATIVAS

Por:   •  3/12/2017  •  Trabalho acadêmico  •  4.078 Palavras (17 Páginas)  •  318 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS

ALINE MARQUES SILVA 123.037

GISELE NUNES SILVA 119.982

LUANA SILVA SIQUEIRA 119.802

UM PARECER SOBRE A EDUCAÇÃO: LEVANTAMENTO DESDE O PROJETO DA FAMÍLIA MODERNA ATÉ O PROJETO REPUBLICANO E SUAS PRÁTICAS EDUCATIVAS

GUARULHOS


2017

ALINE MARQUES SILVA

GISELE NUNES SILVA

LUANA SILVA SIQUEIRA

UM PARECER SOBRE A EDUCAÇÃO: LEVANTAMENTO DESDE O PROJETO DA FAMÍLIA MODERNA ATÉ O PROJETO REPUBLICANO E SUAS PRÁTICAS EDUCATIVAS

Trabalho semestral relativo à disciplina História Social da Escola, do curso de Pedagogia da Universidade Federal de São Paulo, como objeto: O surgimento da escola moderna e da educação escolar no Brasil. Professora responsável: Regina Cândida Ellero Gualtieri.

GUARULHOS

2017


SUMÁRIO

1. O surgimento do sentimento de infância, o lugar da família e o início da escola moderna ……………………………………………………………….………………….. 04

2. Consolidação da pedagogia como método ……………..………………………..… 05

3. As primeiras aplicações da educação no Brasil ……..................….……….….…. 06

4. Da escola tradicional a nova escola ………………………………………………... 10

5.Considerações Finais........................................….............................…......…..…..12

6. Referências bibliográficas ............…...….........................................……....…….. 12

SURGIMENTO DO SENTIMENTO DE INFÂNCIA, O LUGAR DA FAMÍLIA E O INÍCIO DA ESCOLA MODERNA

        No presente trabalho será realizada uma análise bibliográfica dos textos designados para leitura da disciplina História Social da Escola, sobre o surgimento da Escola Moderna e educação escolar no Brasil. Inicialmente pretende-se averiguar, como se deu o surgimento da concepção de infância e qual foi o papel da família no projeto educativo do Estado Moderno.

        É imprescindível antever que a concepção de infância é uma criação do mundo moderno, não se trata meramente de um fato biológico, é também uma construção social. Na sociedade medieval não existia o sentimento de infância, o que não significa falta de afeto, apenas não havia consciência da particularidade infantil. Sendo assim, a criança que já houvesse passado do período de alto nível de mortalidade, ingressava na vida adulta, sem uma transição delimitada.

        Principiam dos sentimentos de infância destacados pelo autor Philippe Ariès: a paparicação e a exasperação. O sentimento de paparicação surge no meio familiar e exprime a exteorização da admiração de gestos infantis, a criança torna-se uma fonte de distração e relaxamento para o adulto.  

Estou lendo a história da descoberta das Índias por Cristóvão Colombo, que me diverte imensamente; mas vossa filha me distrai ainda mais. Eu a amo muito... Ela acaricia vosso retrato e o paparica de um jeito tão engraçado que tenho de correr a beijá-la. (ARIÈS, 1981.)

        Já o sentimento de exasperação proveio de uma fonte distinta: principalmente dos eclesiásticos e em máxima de moralistas do século XVII. Esse sentimento exprime segundo Ariès (1981, p.160) a convicção de que: “Não se considerava mais desejável que as crianças se misturassem com os adultos, especialmente na mesa – sem dúvida porque essa mistura permitia que fossem mimadas e se tornassem mal educadas.”. Vale ressaltar que a educação foi influenciada por esse sentimento até o século XX.

Segundo o mesmo autor: “O apego à infância e à sua particularidade não se exprimia mais através da distração e da brincadeira, mas através do interesse psicológico e da preocupação moral.”. Os moralistas da época “... recusavam-se a considerar as crianças como brinquedos encantadores, pois viam nelas frágeis criaturas de Deus que era preciso ao mesmo tempo preservar e disciplinar.” Sentimento que logo passou a existir na vida familiar.

Embutido à ideia de preservar e disciplinar constata-se a partir do século XVIII, a preocupação com a higiene e saúde física, “um corpo mal enrijecido inclinava à moleza, à preguiça, à concupiscência, a todos os vícios.” (ARIÈS, 1981, p. 168).

Tudo o que se referia às crianças e à família tornara-se um assunto sério e digno de atenção. Não apenas o futuro da criança, mas também sua simples presença e existência eram dignas de preocupação - a criança havia assumido um lugar central dentro da família. (ARIÈS, 1981.)

Junto ao sentimento de infância surge a concepção de família, em meados dos séculos XVI e XVII. Porém o conceito de família no decorrer do século XIX passa por transformações. “O modelo colonial passa a ser gradativamente substituído pela família colonizada”. (CUNHA, 2003, p. 451.).

Com o advento da Idade Moderna, movimentos notáveis que produziram grandes impactos sociais e econômicos foram acontecendo: intensificação da divisão social do trabalho e o surgimento de grupos funcionais especializados, por consequência houve um deslocamento para o trabalho fora do espaço doméstico e a necessidade por conduzir as crianças à escola se intensificou.

Se estabelece então uma aliança entre escola e família, pois a família sozinha não tinha tempo nem competência para tal missão. Porém, a escola ao longo de seu desenvolvimento transfigurou-se em mais do uma instituição meramente de apoio à família passou a possuir um papel opositor à mesma. Os pais passam a atuar como coadjuvantes na educação de seus filhos. Como consequência reduziu-se significativamente a relevância do agrupamento familiar, a educação torna-se alçada do poder público.

A grande contrariedade entre essas duas instituições ocorre, pois o discurso da ciência caracteriza-se por desqualificar a família no tocante à educação do corpo e do espírito. “Mais do que nunca cabia à escola lutar contra a família, pois sendo esta a “antítese do meio escolar”, reduzia a pó os bons ensinamentos dos professores." (CUNHA, 2003, p. 460.).

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