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A AGRESSIVIDADE COMO MANTENEDORA DO EU

Por:   •  6/5/2020  •  Artigo  •  1.103 Palavras (5 Páginas)  •  182 Visualizações

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UNIVAP – UNIVRSIDADE DO VALE DO PARAÍBA

PÓS GRADUAÇÃO EM PSICANALISE: TEORIA E TÉCNICA

BREVE ENSAIO SOBRE AGRESSIVIDADE EM PSICANÁLISE

Andréia Maria Machado

São José dos Campos-SP

2015

A AGRESSIVIDADE COMO MANTENEDORA DO EU

Resumo

Este artigo trata sobre comportamento agressivo de uma criança que sofreu abandono, privação afetiva e abrigamento, os anos iniciais de sua vida, relacionando com a teoria de Winnicot em relação a importância de holding na relação com a mãe e com meio ambiente, para a constituição do sujeito e a manutenção do eu. Para tal, é analisado um caso de um menino no que tange os cuidados recebidos desde o nascimento e a situação de risco social. Na busca de relacionar o comportamento agressivo aos cuidados iniciais, apoiados e numa visão psicanalítica sobre agressividade brevemente em Freud, Melanie Klein e fundamentada em Winnicot. A criança que o presente artigo relata, apresentava em seu comportamento, traços de violência verbal e física exposto por seus cuidadores, dificuldade de estabelecer vínculos.

Palavras-chave: Agressividade, holding, sujeito.

A sociedade contemporânea têm-se demonstrado assombrada com o fenômeno cada vez mais intenso da violência, que se tornou corriqueiro na rotina das instituições sócio educacionais, que por vezes não sabem como e a quem recorrer na busca de soluções e de mais segurança. A agressividade é um dos comportamentos mais rejeitados na escola e na sociedade, porque ela é tida como algo negativo do sujeito.

A criança agressiva é vista como um problema nos ambientes onde está inserida, seja escola, família ou outra instituição. Entretanto o contexto em que a criança está inserida, exerce influência no comportamento agressivo da criança. Mas o que está por trás desta agressividade evocada pela criança nas mais diferentes situações? Será que pode ser algo do temperamento ou de uma desorganização emocional?

A psicanálise e seus teóricos, tais como Freud, Lacan, Melanie Klein, Winnicott, apresentam em seus estudos conteúdos sobre a agressividade, inserida em um contexto histórico, social, cultural e biológico, vistos neste trabalho como um pilar para o início deste estudo sobre a agressividade como um mecanismo de defesa e manutenção do EU.

Em “O Mal-Estar na Civilização”, Freud reconhece que a agressividade, inata no indivíduo, é o principal fator de ameaça do homem à vida em sociedade e afirma que “se a civilização impõe sacrifícios tão grandes, não apenas à sexualidade do homem, mas também à sua agressividade, podemos compreender melhor porque lhe é difícil ser feliz nessa civilização” (FREUD, 1930, p.72).

A psicanálise traz que a agressividade é inato ao sujeito. É necessário dissociar a agressividade de agressão, e entender o limiar que a partir da agressividade pode resultar em agressão. A noção de agressividade deve ser aprofundada porque pela própria simbologia palavra, o que a linguagem representa e traz repulsa a quem se depara com ela no dia a dia.

Segundo Winnicott (1999), a agressividade é inerente a natureza humana, e ganha maior importância na teoria psicanalítica, mediante os apontamentos de Melanie Klein, na década seguinte à Primeira Guerra Mundial, em um texto intitulado “A posição depressiva no desenvolvimento emocional”.

Sob a ótica de Melanie Klein abordada por Nasio, a agressividade é a manifestação da pulsão de morte, a qual cita que a criança é obrigada a lidar com a angústia que advêm dessa energia pulsional utilizando mecanismos defensivos. Na tentativa de se defender, o ego expulsa a agressividade de si e a direciona ao objeto com o intuito de destruí-lo.

A agressividade da criança na teoria Kleiniana, se relaciona com os objetos internos, o terrorífico diante da fantasia da aniquilação e o temor da destruição do objeto pela agressividade. O conflito objetal,o seio materno, que trata-se do “objeto ideal” que ela ama e se identifica com ele, e também o “objeto mau” que é uma ameça para si, essa ambiguidade faz com que a criança projete seus impulsos agressivos, em busca de preservar o “objeto bom ideal”.

A criança produz um sentimento de culpa ou angustia a partir

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