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A Análise Fenomenológica do Filme – “O Poço”

Por:   •  21/11/2022  •  Trabalho acadêmico  •  2.572 Palavras (11 Páginas)  •  74 Visualizações

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Análise Fenomenológica do Filme – “O Poço”.

Cena 1

[pic 1]

Análise: Observa-se na cena um local (uma cozinha), onde os alimentos são preparados com rigor de higiene (podemos observar o uso de luvas, touca, aventais por todos que manipulam os alimentos) e a apresentação dos pratos a serem servidos passam pela inspeção do chef, que cheira os alimentos que são preparados com os ingredientes de acordo com os pratos escolhidos por cada participante do poço (prato favorito), através de gestos como balançar a cabeça fazendo um sinal de aprovação a conclusão do prato.

Embora a cena não apresente a linguagem verbal, podemos escutar o som do violino ao fundo. Toda essa preparação começa na entrevista inicial que é feita com cada participante que responde qual o seu prato favorito e se possuí alergias. Após todos os pratos concluídos, os mesmos, são colocados em uma plataforma que desce nível a nível de forma crescente, uma vez ao dia, para que os participantes do poço possam se alimentar, dessa forma o nível 1 inicia sua alimentação e as sobras são enviadas para os níveis seguintes.

Cena 2

[pic 2]

Trimagasi: “Há três tipos de pessoas, as de cima, as de baixo e as que caem. Nível 48.”

Goreng: “O poço”

Trimagasi: “É. O poço. E o mês mal começou. Então a pergunta é: _O que vamos comer?”

Goreng: “O que vamos comer?”

Trimagasi: “É óbvio: o que sobrou lá de cima.”

Goreng: “O que tem lá em cima?”

Trimagasi: “O nível 47. Óbvio.”

Análise: Na Cena acima observamos não só pelo diálogo, mas pela linguagem não verbal (olhos arregalados e de medo) que pela fala e pelo comportamento não verbal de Trimagasi e Goreng, a preocupação de saber o que iriam comer era eminente, uma vez que a quantidade da comida dependia dos níveis superiores, não apenas do nível 47, já que a comida era enviada nível a nível de forma crescente, como podemos entender e ver na fala: “o que sobrou lá de cima. _O que tem lá em cima? _O nível 47:   óbvio”.

A palavra “Obvio” dita por Trimagasi, um prisioneiro que está a mais tempo no poço, reforça a questão de as regras serem claras dentro do poço, as pessoas de cada nível se alimentam com as sobras de alimentos do nível acima.

Cena 3

[pic 3]

Goreng: “Isso já foi comido.”

Trimagasi: “Nem vou me dar ao trabalho de dizer “óbvio”.”

Goreng: “Que nojo! Vejamos.”

Trimagasi: “É sério que não vai comer?”

Análise:  A comida vai descendo na plataforma, cada nível recebe a comida que sobrou do nível anterior, as pessoas vão se alimentando das sobras, mas o que importa de fato, é a atitude delas diante disso, que são as escolhas feitas por elas. Se as pessoas dos níveis de cima comerem a mais do que o necessário para sobrevivência, as pessoas dos níveis inferiores ficarão com os restos de comida ou sem comida. Por medo, angústia e falta de segurança dos participantes não saberem quando vão poder se alimentar novamente, o canibalismo pode ser cometido, como foi demonstrado no decorrer do filme, o desespero do participante.

Cena 4

[pic 4]

Trimagasi: “Pode não me atacar hoje ou amanhã, porém com o tempo me olhará de outra forma, a fome nos deixa loucos. Nesse caso, é melhor comer do que ser comido”

Goreng - “Você é um assassino”

Trimagasi: “Não, só tenho medo […] Há 340 responsáveis antes de mim”.

Análise: Goreng acorda, no nível 171, amarrado em uma cama com um pedaço de pano na sua boca que o impede de falar. Trimagasi o segura. É possível observar nessa cena Goreng com medo, ele arregala os olhos e cerra os dentes. Por estarem em um nível mais profundo no poço a comida que vem pela plataforma está em quantidade menor e como visto nesse nível a plataforma chega apenas com as vasilhas e travessas vazia, sem resto algum de alimento. Nessa cena é possível ver a angústia, o abandono e o desespero nos participantes, Trimagasi precisa tomar uma decisão fazer uma escolha, e a falta de esperança de poder contar com o outro, pois a comida não chega ao seu nível tornando a convivência de Goreng e Trimagasi uma relação de medo, onde a escolha de Trimagasi foge da racionalidade, como pudemos ver no ato de canibalismo, ou seja, quando Trimagasi corta e come a carne da Goreng.

Cena 5

[pic 5]

Trimagasi: “Chegou o momento meu caramujo. Eu estava tentando ler, mas não consigo [...] minha mente está confusa. É melhor pra você começarmos hoje, ou não poderei garantir um trabalho limpo.”

Goreng: “Quero avisar de que responsabilizo você [...]”

Trimagasi: “Pode se considerar purificado, caramujo. Por dentro e por fora. Não se preocupe vou cortar só uns pedacinhos de carne.”

Análise:  Na cena acima é possível notar que a capacidade de Trimagasi compreender, entender e separar o certo e errado está alterado, sobrevivência para Trimagasi nesse momento da cena é essencial. A plataforma chegando dia após dia sem nenhum alimento, sem nenhum resto de alimento, o fato de não se alimentar por dias, o desespero faz Trimagasi escolher pegar sua faca, avisar Goreng do que vai acontecer, o estado mental “confuso” que Trimagasi afirma estar, o leva a cortar e a comer a carne de Goreng, cometendo um ato de canibalismo, para sobreviver no nível 171 e suprir sua fome.

Cena 6

[pic 6]

Imoguiri: “Este é Ramsés II.” (Cachorro)

Goreng: “Pode trazer animais no poço?”

Imoguiri: “Eu não entraria aqui sem ele de jeito nenhum, Goreng!”

Goreng: “Não é uma boa ideia trazer um cachorro salsicha pra esse lugar. Ele é mais salsicha do que cachorro.”

Imoguiri: “Eu pensei que alguém que escolheu um livro fosse mais sensível com os animais. Nunca ninguém tinha pedido pra trazer um livro. Pedem de tudo: armas, balestras, navalhas, lanternas, [...] até uma bicicleta ergométrica.”

Goreng: “Como sabe meu nome?”

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