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A Educação Ambiental

Por:   •  21/10/2020  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.991 Palavras (12 Páginas)  •  150 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

Esse trabalho é referente a atividades complementares obrigatórias, exigida pelo curso de Psicologia da Universidade Paulista. A referente pesquisa tem por objetivo distinguir diferentes concepções de ambiente e realizar uma crítica a respeito da desigualdade sócia.

O estudo fenomenológico do discurso e da prática em EA (Sauvé, 1992) identifica seis concepções paradigmáticas sobre o ambiente

Ambiente como a natureza; para ser apreciado, respeitado, preservado. Esse é o ambiente original e "puro" do qual os seres humanos estão dissociados e no qual devem aprender a se relacionar para enriquecer a qualidade de "ser". Para muitos, a natureza é como uma catedral, que devemos admirar e respeitar.

Ambiente como um recurso; para ser gerenciado. Esta é a nossa coletiva herança biofísica, que sustenta a qualidade de nossas vidas. Esse limitado recurso é deteriorado e degradado. Ele pode ser gerenciado de acordo com os nossos princípios de DS e de divisão equitativa. O objetivo do DS, segundo a WCED (1987), refere-se à concepção do ambiente como um recurso: nós devemos tomar as decisões corretas para assegurar os recursos para a geração atual e para a futuras gerações. Entre as estratégias de ensino aprendizado adotadas nessa visão, estão aquelas interpretações relacionadas com os patrimônios históricos, parques e museus (para se certificar de que o público admira e agradece os recursos) e as campanhas para a utilização dos recursos (como a reciclagem, por exemplo).

Ambiente como um problema para ser resolvido. Este é o nosso ambiente biofísico, o sistema de suporte da vida que está sendo ameaçado pela poluição e pela degradação. Nós devemos aprender a preservar e a manter a sua qualidade.

Ambiente como um lugar para se viver; para conhecer e aprender sobre, para planejar para, para cuidar; é o nosso ambiente do cotidiano, na escola, nas casas, na vizinhança, no trabalho e no lazer. Esse ambiente é caracterizado pelos seres humanos, nos seus aspectos sócio-culturais, tecnológicos e componentes históricos. Esse é o nosso ambiente, que nós devemos aprender a apreciar e desenvolver o senso de pertencer a ele. Nós devemos cuidar do "nosso espaço de vivência".

Ambiente como a biosfera; onde devemos viver juntos. Esse é o mundo de interdependência entre os seres vivos e inanimados, que clama pela solidariedade humana.

Ambiente como projeto comunitário; onde somos envolvidos. Este é o ambiente da coletividade humana, o lugar dividido, o lugar político, o centro da análise crítica. Ele clama pela solidariedade, pela democracia e pelo envolvimento individual e coletivo para a participação e a evolução da comunidade.

Essas concepções sobre o ambiente podem ser consideradas numa perspectiva sincrônica: elas coexistem e podem ser identificadas nos diferentes discursos e práticas atuais. Por exemplo, nós sabemos que certos paradigmas da EA podem ser encontrados no movimento da educação natureza da década de 20 (refere-se à concepção do ambiente como natureza), e também nos movimentos de educação-conservação que surgiram em meados deste século (refere-se à concepção do ambiente como recurso). No início dos anos 70, o ambiente foi percebido basicamente como um problema. Nessa época, a noção do "ambiente como lugar para se viver" tornou-se muito popular para os ambientalistas psicólogos (Ittelson, 1973), enquanto, para certos educadores europeus (Clausse, 1977), nós estamos indo ao encontro do enfoque pedagógico do estudo do meio (l’étude du milieu), como um processo de pesquisa sobre, para e no milieu. Nos últimos quinze anos, particularmente nos países do "Norte", surgiu uma preocupação exagerada com a dimensão biosférica. A concepção do ambiente como a biosfera foi provocada pela globalização do mercado e da informação e também pela percepção sobre as interrelações dos fenômenos ambientais locais e globais. O Primeiro Mundo transferiu a responsabilidade aos países em desenvolvimento e um grande medo de que a miséria humana sofresse o "efeito bumerangue" deu impulso à solidariedade mundial. Enquanto isso, nos países do Sul e em algumas regiões do Norte, a concepção do ambiente como projeto comunitário acabou prevalecendo, respondendo à preocupação de Maldague (1984) pela educação mesológica (educando para, sobre e no ambiente global para resolver os problemas da comunidade).

De acordo com as diferentes concepções a respeito de ambiente, nosso foco está a respeito da percepção que o ser humano tem a respeito desse assunto que será abordado no próximo tópico.

Percepção ambiental

O termo percepção, derivado do latim perception, é definido na maioria dos dicionários da língua portuguesa como: ato ou efeito de perceber; combinação dos sentidos no reconhecimento de um objeto; recepção de um estímulo; faculdade de conhecer independentemente dos sentidos; sensação; intuição; idéia; imagem; representação intelectual. Não é difícil identificar uma amplitude considerável de possíveis significados a partir dessas definições, que vão desde a recepção de estímulos até a intuição, a idéia e a imagem, que são categorias perfeitamente distintas no discurso filosófico. Essa complexidade do termo reflete uma nebulosidade também no entendimento do fenômeno, responsável por uma insistência permanente na busca por elucidações em toda a história do pensamento humano, cuja expressão primeira é a existência de distintas teorias, como os idealismos, os empirismos, o realismo e o materialismo. O plural das duas primeiras denominações é proposital, uma vez que há diferentes formas de elaboração dessas visões. Na própria definição, também podemos destacar uma característica que já nos fala um pouco do histórico das pesquisas sobre o fenômeno: uso dos sentidos no reconhecimento de um objeto e resposta a estímulos revelam a base conceitual desenvolvida originalmente nos campos da psicologia, mais enfaticamente, da psicologia comportamentalista, que inclusive abrigou por um longo tempo os interesses de pesquisa. De acordo com o psicólogo Hochberg (1973, p. 11), “a percepção é um dos mais antigos temas de especulação e pesquisa no estudo do homem [...] Estudamos a percepção numa tentativa de explicar nossas observações do mundo que nos rodeia”. Ele enfatiza que o estudo da percepção começou muito antes de existir a ciência da Psicologia, sendo as primeiras pesquisas obra de fisiologistas e físicos. Notamos, portanto, que o enfoque dos estudos, a essa época, estava voltado para o entendimento

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