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A INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA NO CASO DAS DEMÊNCIAS

Por:   •  21/5/2021  •  Trabalho acadêmico  •  3.738 Palavras (15 Páginas)  •  166 Visualizações

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FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE FPS

GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA



INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA NO CASO DAS DEMÊNCIAS

Ana Paula dos Santos Silva

Eliane Trindade Lins

Maria do Socorro Teles de Melo

RECIFE

2018

INTRODUÇÃO

O termo “demência” deriva da palavra latina “dementia”, “de” sem e “mentia” mente, ou seja, “ sem mente”, sendo usado pela primeira vez em 55 a. C. para se referir a cidadãos alienados. Do período clássico até o século XIX, esse termo foi usado como abolição do pensamento, loucura ou conduta extravagante. Somente a partir de meados do XIX, com as definições de Esquirol, Pinel e Ball, que a demência passou a expressar uma afecção cerebral associada ao comprometimento intelectual (Fuentes, 2014).

Atualmente a demência ganhou nova definição principalmente após avanços no campo da neurociência, sendo considerada uma síndrome de declínio cognitivo-comportamental que se manifesta pelo comprometimento de, pelo menos, duas funções mentais, como memória, linguagem e habilidade visioespacial, de intensidade grave para comprometer a autonomia do paciente na realização das atividades cotidianas ( Mckhann e al, 2011).

Esquecer algo é normal, todas as pessoas já esqueceram e vão continuar esquecendo sem que tenha alguma conotação com a demência. O esquecimento pode acontecer por conta de estresse, ansiedade, depressão ou por outras razões como o envelhecimento, sendo que, nesses casos, não haverá relação com a síndrome de declínio cognitivo comportamental. O psicólogo Roberto Debski aponta que com o passar dos anos ocorre o envelhecimento cerebral que pode causar prejuízo da memória e dificuldade para recordar fatos e detalhes sem que haja prejuízo substancial nas atividades da vida cotidiana. Nas demências, o esquecimento é excessivo, a perda da memória é progressiva, severa e acompanhada de outros sintomas que tiram a autonomia do sujeito. 

As demências se tornaram prevalentes com o aumento da expectativa de vida e afeta, segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 1,2 milhões de pessoas no Brasil, homens e mulheres, com mais preponderância nas mulheres, e a cada ano são registrados 100 mil novos casos, o que significa aproximadamente duzentas e oitenta pessoas por dia, sendo que metade dessa população não recebe tratamento adequado ( ABRAz, 2016).

Apesar do avanço na área médica, as doenças neurodegenerativas não apresentam previsão de cura em curto prazo, porém para o diagnostico e tratamentos existem estudos cientificos que possibilitaram retardar o avanço da doença, proporcionando melhor qualidade de vida aos pacientes. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS,2012), a demência é uma prioridade de saúde pública, as mulheres idosas apresentam maior probabilidade de desenvolvê-la, levando a um declínio funcional mais considerável. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) de 1998 e 2003 concluiu que as mulheres procuram atendimento médico em maior proporção que os homens, independente de classes sociais, talvez essa seja uma das causas da prevalência mais no sexo feminino uma vez que nos homens o diagnóstico é mais tardio. A demência é uma doença com grande prevalência em idosos, esse problema por sua vez é devastador, tanto para o paciente quanto para a sua família, já que incapacita o paciente nessa fase da vida.

No DSM V, a demência está na categoria do transtorno neurocognitivo (TNC), portanto está incorporada à entidade recem-nomeada transtorno neurocognitivo maior, embora existam transtonos neurocognitivos leves que também devem ser foco de cuidados embora a autonomia ainda esteja preservada.  

As doenças neurodegenerativas constituem as principais causas de demência que, de acordo com o desenvolvimento e áreas afetadas no cérebro, recebem denominações diferentes. As principais doenças demenciais são: doença de Alzheimer (DA), a mais frequente com 50 a 60% dos casos, demência com corpos de Lewy (DCL), a demência frontotemporal (DFT). Existem demências não degenerativas como a demência vascular (DV), demências causadas por processos infecciosos, metabólicos e estruturais, esta causada pelo envelhecimento. Cada tipo de demência tem suas próprias caracterísitcas no aspecto clínico, neuropsicológico e neuropatológico. Para especificar o tipo de demência é necessária uma avaliação neuropsicológica cuidadosa e criteriosa.

NEUROPSICOLOGIA DAS DEMÊNCIAS

A demência neurodegenerativa traz mudanças anormais no tecido cerebral. Inicialmente surgem alterações de memória e apatia, que inicialmente passam despercebidos pela família; posteriormente vão surgindo outros sintomas como déficits da função cognitiva, dificuldades de exercer atividades motoras e atividades rotineiras o que proporciona grandes prejuízos para a rotina da pessoa portadora dessa doença. Inicialmente, a perda de memória pode ser leve podendo chegar a fase mais grave. O esquecimento de palavras e de acontecimentos recentes geralmente deve ser visto como um alerta para se buscar ajuda médica. Com o avanço da doença há significativa degeneração de neurônios no núcleo basal, levando a redução substancial na inervação colinérgica cortical começando a surgirem os sintomas externos, a perda da memória, incapacidade de não conduzir seus atos de rotina, incapacidade de efetuar movimentos voluntários e propositados, dificuldade ou perda da capacidade de falar, alteração no comportamento, perda de peso e mudança de humor (Kaplan e Sadock, 2017).

De acordo com o neurologista André Lima, é uma sindrome que evolui destruindo as funções mentais, fazendo com que o sujeito perca sua capacidade de memória e raciocínio.  Como essa é uma doença que tem forte prevalência em mulheres da terceira idade, é de grande valia encontrar através de pesquisa a confirmação do diagnóstico e tratamento eficaz, pela grande importância para a sociedade.

Os critérios disgnósticos, segundo o DSM V, para o TNC maior (demência) são: evidências de declínio cognitivo importante como atenção complexa, função executiva, aprendizagem e memória, linguagem, perceptomotor ou cognição social, sendo necessário, para o diagnóstico, testes neuropsicológicos padronizados ou em sua falta investigação clínica quantificada.  Os deficites cognitivos devem interferir na independência em atividades da vida social. Os subtipos são os já citados acima além de outros.

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