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A MODIFICAÇÃO DO CONCEITO DE FAMÍLIA

Por:   •  17/10/2021  •  Abstract  •  5.062 Palavras (21 Páginas)  •  93 Visualizações

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Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL [pic 1]

Curso de Psicologia

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Nome da Unidade de Aprendizagem: MODIFICAÇÃO DO CONCEITO DE FAMÍLIA

Carga horária: 60 horas/aula

Nome da professora: Dr.ª Ana Maria Pereira Lopes

Campus: Florianópolis / Unidade universitária: Trajano/Pedra Branca

Certificação: ANÁLISE E INTERVENÇÃO COM FAMÍLIAS

Acadêmica: Pedrielli Clara de Assis

Bloco 1:  SISTÊMICA

MINUCHIN, Salvador. Um modelo familiar. In:_____. Famílias: funcionamento e tratamento. Porto Alegre: Artemed, 1982. cap. 3, p. 52-69.

A família é definida por um grupo de pessoas. A configuração, e organização familiar vêm vivenciando diversos impactos causados pelas mudanças na estrutura de valores, regras da sociedade que preponderam e influenciam de modo direto no entendimento do papel que cada sujeito desempenha.  A sociedade moderna – contemporânea (civilização industrial) estabelece ao indivíduo uma dualidade de exigências conflitantes no processo de adaptação as funções atribuídas ao sistema familiar, a “capacidade de desenvolver habilidades” altamente especializadas, e a capacidade de “adaptação rápida a situação socioeconômica”, que vive em constantes transformações (MINUCHUN, 1982, p.52-53).  Pois o sistema familiar é “a matriz de identidade”, nesse sentido os papéis da família têm dois objetivos distintos “Um interno a proteção psicossocial de seus membros; o outro externo, a acomodação a uma cultura e a transmissão dessa cultura”. A experiência humana de identidade é particularmente singular, pois busca um “sentido de pertencimento e um sentido de ser separado”. Portanto o sentido de ser “separação/individualização” acontece por meio da participação (inter-relação) em distintos subsistemas familiares nos diferentes sistemas familiares, e também através participação em grupos extrafamiliares, cada sentido de “identidade individual” terá influencia pelo sentido de pertencer a diferenciados grupos, o elemento de ‘“sentido de identidade” do “sujeito é mutável” (MINUCHIN, 1982). Embora a família seja a matriz do desenvolvimento psicossocial de seus membros, também deve se acomodar a uma sociedade e assegurar alguma continuidade para sua “cultura” todo estudo da família deve atribuir a sua correlação com a sociedade.  A família muda juntamente com as mudanças sócias, as mudanças sempre se deslocam da “sociedade para a família, nunca da unidade menor para a maior”.  O terapeuta não deve avaliar uma família como “normal ou anormal” embasando-se na presença, e ou não de conflitos, deve-se ter um esquema conceitual do funcionamento familiar, para auxiliar a análise da família. Baseado na compreensão da família como um sistema vivo/aberto, movimentando-se em constantes mudanças dentro de seus contextos sociais específicos devendo ser considerado três componentes essenciais: O primeiro é a “estrutura da família, é a de um sistema sócio-cultural aberto em transformação”. O segundo: “a família passa por um desenvolvimento, atravessando certo várias fases que requerem reestruturação”, já o terceiro “a família se adapta a circunstâncias modificadas de maneira a manter a continuidade e a intensificar o crescimento psicossocial de cada membro”. A estrutura do sistema familiar é definida como um conjunto invisível de exigências funcionais que organizam/configuram as maneiras pelas quais os membros familiares interagem, se comunicam, uma família é um sistema que opera através de “padrões transacionas” (MINUCHIM, 1982, p.56-57). As transações repetidas estabelecem “padrões” de como, quando, e com quem deseja se relacionar esses “padrões” reforçam o “sistema”. Tais “padrões transacionais” regulam o comportamento dos membros da família sustentado por dois sistemas de repressão: O primeiro é generalizado envolve as regras universais que governam/regulam a organização familiar.  O segundo sistema de repressão é idiossincrásico, acomete as expectativas mutuas de ambos os membros específicos da família. O “sistema” mantém a si mesmo, oferecendo resistência á mudança, mantem padrões preferidos, mas a estrutura familiar deve ser capaz de manter a adaptação quando as circunstancias mudam. O sistema familiar se diferencia e leva a cabo sua função através de subsistema. Os sujeitos são subsistema imerso numa família, esses “subsistemas” podem ser formados por geração/sexo/interesse, e ou por função.  A organização do subsistema familiar fornece treinamento valioso no processo de manutenção do “eu sou” diferenciando as habilidades interpessoais em diferentes níveis. Através do pensamento sistêmico Minuchin (1982) apresenta o conceito de “fronteiras” como sendo as regras que delineiam quem participa, e como participa de um “subsistema”, sendo nítida, difusa, rígida, associação, superenvolviemnto, conflito, e desvio. As fronteiras têm como função proteger a “diferenciação do sistema, e a sua nitidez” dentro de uma família é elemento útil para avaliar o funcionamento do sistema familiar. Quando a comunicação através dos subsistemas fica difícil, e as funções familiar prejudicadas, estes dois fatores de funcionamento das fronteiras são denominados de emaranhado e desligamento. O papel do terapeuta em alguns casos é de criador de fronteiras podendo torna-las “nítidas, e ou inadequadas/rígidas”. A família como um sistema relacional é composta por diferente subsistemas/conjugal/parental/fraternal, onde cada sujeito desempenha diferentes funções, e níveis.  O subsistema conjugal: é formado por duas pessoas que tem intenção de formar uma família. Os conjugues possui tarefas e funções que são complementares e necessárias para a configuração, e organização do funcionamento familiar. Devendo ser constituir uma relação de apoio e completude. O casal pode auxiliar no desenvolvimento de fatores positivos e negativos em relação um ao outro. O subsistema parental: se configura com o nascimento (adoção) do primeiro filho. Momento no qual o subsistema conjugal necessita despenhar atividades referentes à socialização da criança, sem perder o apoio mútuo que deve caracterizar o “subsistema conjugal”. Ao passo que a criança cresce passa a ter novas exigências em volta do seu desenvolvimento fazendo com que o subsistema parental se adapte e mude para suprir as necessidades de seus membros. Quando a criança é pequena o papel principal é de “nutrição e afeto” em proporção ao seu crescimento os pais têm a função de controle e orientação na infância/adolescência, nem sempre as regras impostas pelos pais     são aceitas pelos filhos.  Os pais, utilizando de sua autoridade, devem guiar nutrir e controlar de acordo com as necessidades dos filhos. O subsistema fraternal: este subsistema é considerado o primeiro contato social, que permite a criança socializar/aprender uma com as outras, fazer amigos, ter aliados/cooperar/interagir, e competir. As crianças passam a ter contato e o sentido de pertencer às relações extrafamiliares (os filhos podem ter dificuldade de se inserir em outros sistemas sociais). Desse modo a compreensão de uma estrutura familiar precisamente exige conhecer o seu sistema dinâmico. Os subsistemas necessitam funcionar com suas fronteiras bem definidas/nítidas, sem atravessamentos entre ambas, o sistema familiar em “adaptação” sofre constantemente ‘pressões” internas/externas, consequentemente acarretam constantes transformações/modificações nas interrelações, e nas suas funções/papéis dos membros dentro do sistema, para que haja a continuidade.  Portando estas pressões podem ser de diversos padrões: doença, morte, nascimento, casamento, mudança. Se a família corresponde com rigidez ao estresse, ocorrem “padrões disfuncionais” (MINUCHIN, 1982).  O estresse de um sistema familiar pode ter origem em quatro fatores: a) Contato estressante de um membro da família com forças extrafamiliares. “É uma das principais funções/papéis do sistema familiar é a de apoiar os membros, quando um membro sofre estresse, os outros membros do sistema familiar sentem a necessidade de se acomodar as circunstâncias modificadas. Tal acomodação pode estar contida dentro do subsistema ou pode adentrar toda a família” (MINUCHIN, 1982, p.65-66);  b) O contato estressante de toda a família com forças extras familiares.  “O sistema familiar pode sobrecarregar/afetar pelos efeitos de uma “depressão econômica”, ou o estresse pode ser ocasionado por uma modificação de situação, causada por uma transferência/substituição de cidade” (MINUCHIN, 1982, p.67); c) Estresse em  pontos de transição na família: “há diversas fases na própria evolução natural da família que exigem negociação de  novas regras/normas do sistema família.  Novos subsistemas surgem e novas linhas de diferenciação devem ser delineadas. A qual nesse processo é inevitável o surgimento de conflitos. De modo geral esses conflitos devem ser solucionados por intermédio de “negociação de transição” e o sistema familiar se adaptará com sucesso” (MINUCHIN, 1982, p.67-68); d) Estresse em torno de problemas idiossincrásicos. “O terapeuta familiar deve levar em consideração todas as circunstâncias estando ciente dos possíveis padrões transacionais disfuncionais, que aparecem em volta de “áreas idiossincrásicas” de estresse familiar” (MINUCHIN, 1982, p.69);  A família é composta por uma estrutura que só pode ser observada em movimento, sendo preferidos certos padrões, que satisfatoriamente em respostas as exigências habituais. A força do sistema depende de sua capacidade de mobilizar padrões transacionais alternativos, enquanto condição interna ou externa do sistema familiar exigindo uma reestruturação.  As fronteiras dos subsistemas devem ser firmes no obstante flexíveis para a permissão à negociação quando as situações se modificam.  O sistema familiar é mutável e se adapta ao estresse de certo modo que mantenha a continuidade familiar, assim tornando possível uma reestruturação. Se o sistema familiar corresponde ao estresse com rigidez, ocasionando padrões disfuncionais. Portanto eventualmente levara a “família à terapia”.

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