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A PSICOLOGIA NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM CÂNCER: UM OLHAR EXISTENCIAL

Por:   •  6/5/2020  •  Artigo  •  5.121 Palavras (21 Páginas)  •  254 Visualizações

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A PSICOLOGIA NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM CÂNCER:

UM OLHAR EXISTENCIAL

Hiasmim dos Santos[1]

RESUMO

A técnica de psicólogos com portadores de câncer infantil abrange questões vinculadas ao processo de adoecimento e seus efeitos psicossociais, e, não rara, ameaça de morte e/ou até chances de cura. O presente trabalho aborda os aspectos emocionais da criança portadora de câncer e de seus familiares. Tal pesquisa objetivou identificar a relevância da atuação do psicólogo no tratamento de crianças com câncer. Bem como, discutir os efeitos psicológicos da criança com câncer e tem como objetivo específico perceber a contribuição da Psicologia Hospitalar Existencial no tratamento da criança com câncer.

Palavras Chave: Câncer. Criança. Prática (Psicologia). Psicologia Hospitalar. Atuação do Psicólogo. Existencialismo.

ABSTRACT

The technique of psychologists with children with cancer includes questions related to the process of illness and its psychosocial effects, and not infrequently, the threat of death and / or even a chance of cure. The present study deals with the emotional aspects of the child with cancer and its relatives. This research aimed to identify the relevance of the psychologist's performance in the treatment of children with cancer. As well as, discuss the psychological effects of the child in cancer and has as specific objective to realize the contribution of Existential Hospital Psychology in the treatment of children with cancer.

Keywords: Cancer. Child. Practice (Psychology). Hospital Psychology. Psychologist's performance. Existentialism.

1 INTRODUÇÃO

O tema abordado neste artigo se refere Câncer Infantil e à atuação do Psicólogo na visão Existencialista. O Câncer é uma doença que até os dias atuais, mesmo com tamanhos avanços tecnológicos na sua detecção e tratamento, ainda é muito temida e intimamente associada à morte. A partir do diagnóstico até o final do tratamento, a criança sofre danos físicos e psicológicos, pois além de passar por processos médicos geralmente agressivos, tem sua vida transformada pela presença da doença.

Quando se fala em criança, é inevitável falar da família, pois os estragos ocasionados pela doença também afetam seus familiares e estes têm papel fundamental no tratamento e recuperação do paciente.

O descobrimento do câncer traz o sofrimento, medo da dor e tratamento, a dúvida quanto ao futuro devido conforme o risco de morte. Cada criança e família poderãoter diferentes reações, irá depender, do estágio em que a doença se encontra e também da personalidade das pessoas envolvidos neste processo, no entanto, em todos os casos, os recursos internos sempre serão utilizados para melhor enfrentaruma situação tão difícil que é o diagnóstico do câncer.

          Neste sentido, é de grande importância que os profissionais de saúde envolvidos conheçam os aspectos que envolvem a enfermidade e também o esclarecimento sobre dúvidas e os pré-conceitos em relação ao câncer, com o objetivo de minimizar o sofrimento psicológico para que a relação com o paciente e sua família seja mais completa e principalmente humana, visando um diagnóstico, um tratamento e um prognóstico satisfatório, pois também há uma história de vida e uma variedade de sentimentos envolvidos no mesmo contexto.

Neste cenário, o psicólogo atua de forma direta, pois é dentro desta condição que o sujeito ira estabelecer uma relação com a atual realidade e poderá,a partir deentão, organizar sua singularidade como totalidade. Nesta perspectiva conforme Sarte, “o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define” (Sartre, 1945/1978a, p. 12)

2 CÂNCER

        Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), câncer é uma doença que se destaca para além das outras, devido à premissa popular de significado de morte. O câncer é uma doença genética caracterizada pelo repartimento e proliferação desordenada de células que sofreram mutação em seu material genético. A partir desses fatores se definem métodos e tratamentos que, a cada dia, mostram que câncer e morte não são sinônimos, por exemplo, a radioterapia, o transplante de medula, cirurgia e a quimioterapia.

        Mesmo que a criança não tenha sido informada do diagnóstico ela também reagirá, a uma situação, um clima que se estabelecerá no ambiente familiar, já que os pais sabem que existe a doença e seu comportamento falará de alguma forma que algo está errado. Romano (1999, p.32) diz que “(...) a ignorância sobre a verdadeira condição é que alimenta a fantasia dos doentes, mobilizando sentimentos irracionais, e até desproporcionais de medo. O conhecer os dissipa (se não, atenua), reforçando sentimentos de cooperação, confiança e esperança. ” Após o impacto do diagnóstico, a criança deve lidar com a incerteza em relação ao futuro.

        Desde o diagnóstico até o fim do tratamento, o paciente sofre danos tanto físicos quanto psicológicos, pois além de submeter-se a processos médicos geralmente invasivos, tem sua vida inteiramentemodificada pela presença da doença. Segundo Greer (citado por Pedreira & Palanca, 2007), os sintomas físicos resultantes da doença e do tratamento representam uma ameaça à auto-imagem da criança e à imagem que os outros têm dela, gerando reações emocionais como ansiedade, raiva, culpa ou depressão.

3 O SER CRIANÇA E O CÂNCER

        Abrangendo o conceito de criança pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), compreende-se criança desde o nascimento até os 12 anos de idade como é sendo que todas as descrições que serão feitas a seguir a respeito da criança com câncer, não irão se referir a idades específicas e sim à criança de uma forma geral, partindo do princípio de que haverá diferenças dependendo da idade da criança.         Quando o portador de câncer é uma criança, não há como não falar da realidade hospitalar nova e desconhecida para ela. A criança é enquadrada nos moldes da máquina administrativa do Hospital ocorrendo assim, um processo de total despersonalização (CHIATTONE, 1988; ANGERAMICAMON, 1995). A hospitalização em LOPES e VALLE (2001) consiste em um momento de desestruturação do paciente e da família, sendo indispensáveis recursos psicológicos e emocionais para lidar com a situação, dor, o ambiente e os procedimentos hospitalares.

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