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A Psicologia da Saúde

Por:   •  10/8/2017  •  Resenha  •  1.830 Palavras (8 Páginas)  •  2.358 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

UNIDADE ACADÊMICA DE PSICOLOGIA

DISCIPLINA: PSICOLOGIA DA SAÚDE

DOCENTE: ANA RAQUEL OLIVEIRA

DISCENTE: NATHÁLIA CARVALHO DA SILVA

RESENHA CRÍTICA DOS TEXTOS:

“INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA” E

“ABRANGÊNCIA E NÍVEIS DE APLICAÇÃO DA PSICOLOGIA DA SAÚDE”

Campina Grande

 2017

O primeiro texto é o capítulo 1 do livro “Psicologia da Saúde: uma abordagem biopsicossocial”, onde o autor faz, de forma bastante elucidativa e didática utilizando de histórias e exemplos, uma apresentação do campo da psicologia da saúde, indo desde o conceito de saúde e das mudanças que sofreu no decorrer da história, até como se dá a formação de um psicólogo da saúde e as possíveis atuações.

A psicologia da saúde, é um subcampo da psicologia que aplica princípios e pesquisas psicológicos para a melhoria da saúde e o tratamento e a prevenção de doenças. Ao tentar definir o que é saúde podemos pensar na ausência de doenças, que é uma definição incompleta, já que saúde envolve o bem-estar físico, psicológico e social. Nesse sentido, o campo da psicologia da saúde, busca responder questões a respeito da maneira como nosso bem-estar interage com o que pensamos, sentimos e fazemos.

O autor faz, ao longo do capítulo, um apanhado histórico das visões sobre saúde e doença e as mudanças que sofreram no decorrer da história, para que possamos entender em que contexto a psicologia emergiu e como se deu a inserção da psicologia da saúde. Na medicina pré-histórica a doença era vista como possessão por um espírito do mal e tratada com rituais de feitiçaria, exorcismo ou a trepanação, que consistia na perfuração do crânio para expulsão dos espíritos. Já a medicina grega e romana teve os avanços mais expressivos em saúde pública e saneamento durante os séculos VI e V a.C., na Grécia antiga, Hipócrates, considerado “o pai da medicina moderna”, se rebelou contra o antigo foco no misticismo e na superstição e foi o primeiro a afirmar que a doença era um fenômeno natural e que suas causas, tratamento e cura podem ser conhecidas e merecem estudos sérios. Em contrapartida, na Idade Média com a forte influência que a igreja exercia sobre todas as áreas da vida, houve um retrocesso científico e retornaram as explicações sobrenaturais para a saúde e a doença, entretanto no final do século XV, com a Renascença ressurge a investigação científica.

Durante os séculos XVII e XVIII, com os numerosos avanços na tecnologia, a ciência e a medicina mudaram rapidamente, apoiando-se cada vez mais na fisiologia e na anatomia, na busca por uma compreensão mais profunda da saúde e da doença. Nascendo assim, o modelo biomédico de saúde, sustentando que a doença sempre tem causas biológicas e apesar dos avanços no tratamento de saúde foi incapaz de explicar transtornos que não apresentavam uma causa física observável, como os estudos de Freud sobre a histeria, onde as pacientes exibiam sintomas como perda da fala, surdez e até paralisia, sem nenhuma causa orgânica o que o fez acreditar que esses males eram causados por conflitos emocionais inconscientes que foram “convertidos” em sintoma físico. Na década de 1940, Franz Alexander desenvolveu a ideia de que os conflitos psicológicos do indivíduo poderiam causar determinadas doenças, ajudando a estabelecer a medicina psicossomática, que diz respeito ao diagnóstico e ao tratamento de doenças físicas supostamente causadas por processos mentais deficientes. As teorias de Freud e a medicina psicossomática formaram as bases para a conexão entre a medicina e a psicologia, dando início à tendência contemporânea de ver doença e saúde como multifatorial, ou seja, doenças causadas pela interação entre diversos fatores.

Em 1978, a American Psychological Association (APA), criou a divisão de psicologia da saúde estabelecendo quatro objetivos do novo campo: estudar de forma científica a etiologia de determinadas doenças; promover a saúde; prevenir e tratar doenças; e promover políticas e aprimoramento do sistema de saúde pública. Tendo em vista que procurar apenas um fator causal produz uma imagem incompleta da saúde e da doença de uma pessoa, os psicólogos da saúde trabalham a partir da perspectiva biopsicossocial reconhecendo que forças biológicas, psicológicas e socioculturais agem em conjunto para determinar a saúde e a vulnerabilidade do indivíduo à doença.

Já ao final do capítulo o autor se detém em responder algumas perguntas como o que fazem, onde trabalham os psicólogos da saúde e como se tornar um. Como todos os psicólogos, os psicólogos da saúde podem trabalhar como professores, cientistas pesquisadores e/ou clínicos. E podem trabalhar em posições de ensino ou pesquisa em universidades e faculdades, em agências governamentais que fazem pesquisa envolvem-se no desenvolvimento de políticas públicas sobre o cuidado de saúde e prestam uma variedade de outros serviços trabalhando em equipes hospitalares interdisciplinares como parte de um novo modelo de cuidado integrado. Essas questões são respondidas pelo autor com base no contexto norte-americano, que é onde o livro foi escrito, e não se aplicam totalmente ao cenário brasileiro, entretanto as notas de rodapé trazem algumas particularidades desse campo no Brasil, como por exemplo, a psicologia da saúde é uma especialidade não existente no Brasil, os psicólogos que trabalham com as questões relacionadas à saúde e à doença são os psicólogos clínicos ou os hospitalares. Quanto a formação do psicólogo, no nível da graduação, é generalista e tem cinco anos de duração, ao término já é possível o ingresso do profissional no mercado de trabalho. Existem cursos de pós-graduação lato e stricto senso em psicologia hospitalar, saúde pública, saúde coletiva, psicologia da saúde, entre outros.

Por fim, o autor consegue dar conta dos temas que propôs abordar no início do capítulo, entretanto, como dito acima, é necessário ter em mente que o contexto em que o texto foi escrito é consideravelmente diferente do que vivenciamos em nosso país, o que faz com que muitas das questões mais práticas acerca da atuação do profissional da psicologia da saúde colocadas ao longo do capítulo se apliquem de forma diferente aqui, merecendo um olhar atento e crítico.

O segundo texto trata-se do capítulo intitulado “Abrangência e níveis de aplicação da Psicologia da Saúde”, das autoras Railda Fernandes Alves e Maria do Carmo Eulálio, tem como objetivo mostrar a importância das ações dos psicólogos no nível da promoção de saúde e, principalmente, a intervenção do psicólogo na prevenção de doenças no âmbito da saúde pública/coletiva, já que é o tipo de intervenção psicológica menos desenvolvida e conhecida. A nível de didática, as autoras vinculam cada intervenção a seu nível de atenção de saúde, destacando as possibilidades, onde e quando fazer a prevenção, visto que há, por parte dos profissionais, uma dificuldade em adequar cada ação a seu nível de pertinência.

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