A Psicopatologia e Fenomenologia

A psicologia fenomenológica-existencialista, enfatiza a experiência subjetiva da pessoa

como ponto de partida para a compreensão da psicopatologia. Ela busca compreender o

significado e a vivência do indivíduo e sua visão de mundo, em vez de reduzir os

distúrbios mentais a meras categorias diagnósticas.

Podemos compreender a visão dessa abordagem sobre a psicopatologia a partir dos

seguintes pontos-chaves: a ênfase na liberdade e na responsabilidade, problemas de

sentido e significado, alienação e autenticidade, vivência única e a importância do

contexto.

O existencialismo valoriza a liberdade individual como uma característica fundamental

da condição humana, dessa maneira, a psicopatologia é vista como frequentemente

relacionada a conflitos existenciais e à dificuldade de fazer escolhas significativas. A

“angústia existencial” pode surgir quando um individuo enfrenta a liberdade de escolha

e a responsabilidade por suas ações, o que pode levar a transtornos como a ansiedade

ou a depressão.

A angústia, nessa perspectiva, não é vista como um sintoma a ser eliminado, mas como

uma parte desencadeada da condição humana. Sartre enfatiza a importância de enfrentar

a angústia e os dilemas existenciais, em vez de evitá-los, trabalhando a busca por uma

vida autêntica e significativa como forma de superação da psicopatologia.

Em geral, a psicopatologia pode ser vista como uma manifestação da alienação (sensação

de estar desconectado de si mesmo ou da sociedade), enquanto a autenticidade, ou a busca

por uma compreensão mais genuína de si mesmo, é vista como um caminho para a cura.

No que diz respeito a problemas de sentido e significado, Jean-Paul Sartre trás o

conceito da má-fé como um dos principais fatores que são apresentados para as

perturbações mentais, vistas como uma manifestação da luta do indivíduo para encontrar

um sentido na vida ou para lidar com a liberdade de escolha, levando a uma desconexão

entre o eu autentico e o eu socialmente construído, resultando em conflito interno e

sofrimento psicológico. Por exemplo, um transtorno alimentar pode ser entendido como

uma tentativa de controlar o próprio corpo em um mundo onde a imagem corporal é

altamente valorizada.

Um outro conceito-chave da abordagem é o de "ser-no-mundo", isso significa que cada

indivíduo