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ANÁLISE DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: POR ENTRE AS GRADES: UM ESTUDO SOBRE O COTIDIANO DE UMA PRISÃO FEMININA

Por:   •  23/5/2019  •  Trabalho acadêmico  •  8.694 Palavras (35 Páginas)  •  292 Visualizações

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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA

Instituto de Ciências Humanas

Curso de Psicologia

ANÁLISE DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: POR ENTRE AS GRADES: UM ESTUDO SOBRE O COTIDIANO DE UMA PRISÃO FEMININA

BEATRIZ CRISTINA ALBINO C937AJ-7

DIANE N ROCHA MARQUES C9690E-1

DRIELLEN BENICIO SILVA C8502H-3

LETICIA MENDES S. GANDELIM T82197-5

MARIA EDUARDA BATISTA C90715-4

RAFAEL KALYG C APARECIDO D098AH-2

Campus Limeira – Limeira

2017

  1. IDENTIFICAÇÃO

1. Título: Por entre as grades: Um estudo sobre o cotidiano de uma prisão feminina.

2. Autor: Fernanda Cazelli Buckeridge.

3. Orientador: Prof. Dr. Paulo de Salles Oliveira.

4. Instituição/Programa: Dissertação apresentada ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Psicologia.

5. Ano de defesa: 2011.


B) DESCRIÇÃO

Tema Principal: Sistema penitenciário.

Tema(s) secundário(s): O cotidiano de uma prisão feminina.

Objetivo Geral: traçar um panorama do cotidiano vivido dentro de uma penitenciária feminina do estado de São Paulo.

Objetivos específicos: mostrar um olhar interior sobre a condição da mulher encarcerada, delinear questionamentos e compartilhar reflexões produzidas na vivência da autora com as presas, assim como realizar tentativas de elaboração teórica destes.


C).  ANÁLISE:

INTRODUÇÃO

A pesquisa se baseia na psicologia social, refletindo sobre o cotidiano  das mulheres encarceradas  na unidade prisional feminina de são Paulo  por meio de cartas. A principio foi oferecido oficinas temáticas. Realizado por uma psicóloga que fez pós-graduação em psicologia social, sempre ao longo de sua formação teve vinculado estudos de gênero violência. O projeto realizou trabalhos em varias instituições do estado, iniciando também trabalhos junto com as agentes penitenciarias que de todo modo também fazem parte dessa comunidade.

Trabalhar dentro das unidades não foi algo planejado, mas pode mostrar uma variedade mais ampla de experiências, que com a observação passaram a fazer parte do dia a dia da pesquisadora mobilizando-a afetivamente e intelectualmente, o que já era de se esperar.  O tema violência tem sido alvo da mídia ganhando destaque nos debates sobre a pena e medidas punitivas mais rígidas e o combate a impunidade, assunto em que as funcionarias também relataram.

 Durante a pesquisa foram relatas e observadas também as duas formas do regime ali aplicado, a maioria da população carcerária estudada  é composta por mulheres jovens, negras e pobres, pessoas que carregam experiências e historias de vida marcadas por negligencia estatal que com certeza partilham históricos de desigualdade e humilhação bastante semelhantes levando em consideração classe social, gênero e cor que carregam. Nos corredores e em conversas as mulheres relataram todas as dificuldades que já passaram durante a sua prisão, a falta de a voz ativa e liberdade, contudo  a presença das  facções criminosas, violências, situações precárias de estrutura, higiene, saúde e o polemico e que  gera uma problemática atual o crime organizado que tem como filosofia qualquer consideração acima da lei e das vidas.

O regime de desconfiança acabou dificultando o reconhecimento das presas afastando-as do trabalho social para que pensassem coletivamente em todas as dificuldades e problemas que vivenciam juntas, e isso era feito para que a experiência na prisão fosse entendida como intervenção para as falhas individuais e de difidências de caráter pessoais.  A presença das facções criminosas era um dos maiores dos problemas, pois havia de fato o perigo em se manifestar e ser interpretado como oposição as ações do grupo, e além das restrições da liberdade de expressão havia também uma competição e a desconfiança pela hierarquia interna.

Foram respondidas 5 cartas escritas  por 4 mulheres que emocionaram a pesquisadora pois pareciam representar aspectos singulares de cada pessoa como também questões em comuns que elas vivem. No geral todas as experiências  de modo foram intensas, junto com as questões e problemáticas levantadas ao longo da pesquisa foram organizadas em capítulos, procurando costurar os temas apresentados propondo uma reflexão mais objetiva e facilitando a leitura.

CAPÍTULO 1 CENAS DO COTIDIANO

1.1 O dia-a-dia dentro da penitenciária

Apesar de estar localizada no centro de São Paulo, a penitenciária feminina visitada não é parte do cotidiano da cidade. Visto que seus muros cinza mantêm a vista externa vedada. Tornando a estadia na prisão ainda mais nublada. O acesso ao prédio é sempre muito controlado, sendo assim, é mais prático que seja feito a pé do que com carros, já que estes são revistados minuciosamente. Objetos e pessoas passam por raio-x e revista. E um documento é deixado na portaria de entrada para o pavilhão de visita, por questão de controle e segurança.

A recepção às pessoas de fora, que não visitantes e/ou parentes já conhecidos, mostra-se ambígua, já que muitas vezes é inevitável o clima de tensão dentro da penitenciária, tornando as pessoas mais austeras. O tratamento dirigido às mulheres presas é de subalternas. Estas tratam os funcionários, diretores e até pessoas de fora por “senhor ou senhora”. O clima dentro da penitenciária dita como será a recepção dos voluntários, sendo cada novo dia de visita, tão imprevisível quanto os anteriores.

As presas são divididas em prédios cujos nomes são: “seguro”, onde ficam as presas que precisam ficar isoladas das outras; o “castigo”, onde permanecem por algum tempo, as presas que cometeram algum delito dentro da cadeia; e a “inclusão”, onde ficam as presas recém-chegadas para cumprir o regime de observação, passam por estudos com psicólogos e assistentes sociais, e é aonde são informadas sobre regras da cadeia. Normalmente quando vão para o convívio com as outras mulheres presas, passam a ser chamadas de R.O.

As condições estruturais dos prédios não são as melhores, havendo rachaduras, paredes mal pintadas, respingos de tinta, bueiros abertos, e um descaso com a higienização do local, notável por restos de comida, bitucas de cigarro pelo chão, e até insetos mortos por toda a parte. Entre os pavilhões é possível ver os espaços reservados para banho de sol onde mulheres andam de um lado para outro, descolorem os pelos das pernas, conversam aos berros pelas grades das janelas, fumam, etc. Em algumas datas comemorativas, as entradas para os pavilhões são enfeitadas com decorações características.

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