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Abordagens teóricas e sua prática: Psicodrama

Por:   •  17/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.905 Palavras (12 Páginas)  •  276 Visualizações

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UNIVERSIDADE  REGIONAL  DE  BLUMENAU

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

VII SEMESTRE

ABORDAGENS TEÓRICAS

E SUA PRÁTICA CLÍNICA:

PSICODRAMA

                                                                Disciplina: Psicologia Clínica

                                                                Professor: Maíse Feijó

                                                                Acadêmicas: Roseli Maria Weh

Viviane Giombelli

    Jeruza Colvara Teixeira

Simone Cristina Oechsler

Blumenau

Junho de 1998


ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO        3

2. HISTÓRICO        4

3. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS        6

4. TERAPIA EM PSICODRAMA        9

5. O AMBIENTE E A ENTREVISTA INICIAL        13

6. REFERÊNCIAS  BIBLIOGRÁFICAS        16


1. Introdução

Observando-se a nossa realidade humana, compreendemos que, para viver, é preciso relacionar-se com outros seres humanos. Para que uma pessoa possa humanizar-se é preciso que ela entre em contato com as pessoas do seu dia-a-dia e tenha condições de relacionar-se com elas, atingindo, assim, o aperfeiçoamento como pessoa.

O homem torna-se um ser social antes do seu nascimento. A família é constituída num processo histórico, ao qual o sujeito que nasce deve inserir-se. O ser humano nasce precisando de outras pessoas para sobreviver. Na família ele apreende os valores primários que irão garantir o seu desenvolvimento. O sujeito internaliza este discurso e estas práticas de socialização como sendo seu, aceitando um papel na família ou na sociedade como sendo "natural".

São as normas de uma sociedade que estabelecem os papéis sociais e que determinam as relações sociais possíveis. Através da vivência destes papéis durante sua vida, é que uma pessoa vai construindo sua identidade e percebendo-se diferente dos outros. Ao assumir essa identidade, ou viver os seus papéis como naturais, o sujeito não tem consciência de que eles são uma construção social. Irá assumi-los e vivê-los sem modificá-los, reproduzindo a construção cultural e dificultando sua convivência adequada na sociedade. Somente quando ele toma consciência de si, sendo capaz de modificar estes papéis, recriando-os é que conseguirá conviver com os outros de modo espontâneo e criativo.

2. Histórico

Moreno propôs tratar toda a sociedade num projeto que denominou Socioatria com a finalidade de aplainar as dificuldades entre os homens, melhorando-lhes a capacidade de se relacionar e buscando a harmonia dos grupos de convivência, numa amplitude universal (ALMEIDA, 1990).

Jacob Levy Moreno é o criador do Psicodrama. É judeu, nasceu em 1889 na Romênia e morreu em 1974 em New York. A metodologia emergiu mediante as vivências de Moreno, bem como através do teatro da espontaneidade.

O Psicodrama não nasceu preocupado com a teoria, com os escritos, mas com as vivências práticas e reais. Não se limitou a conceitos metódicos. O objetivo de Moreno foi criar uma psicologia do homem em ação, considerando-o como um ser influenciado pelas relações sociais e constituído historicamente.

Moreno coloca-se como anti-psicanalítico. Para tanto em 1914 (Viena) surgiu a psicoterapia de grupo (e, posteriormente, o psicodrama), afim de romper com a concepção individualista da psicanálise. A psicoterapia de grupo, na verdade, iniciou em 1910, nos jardins de Viena, com crianças, através da improvisação de representação, em 1914 ocorreu o início efetivo. Moreno também criticava e se opunha ao Marxismo radical, ao passo que criou a Sociometria, afim de construir uma teoria social superior.

O psicodrama nasceu das perspectivas de Moreno, influenciado fenomenologicamente e pelas idéias buberianas que propõe o homem como ser existencial, inserido nas relações eu-tu. Busca compreender o homem da ação, o homem que vivencia o drama cotidiano e não o homem das construções meramente teóricas. Não visa classificar ou rotular, muito menos delimitar o que é normal ou anormal, pois visa compreender o homem como ele é a partir do que fizeram dele.

"Toda a teoria moreniana parte dessa idéia do Homem em relação, e, portanto, a inter-relação entre as pessoas constitui seu eixo fundamental" (GONÇALVES, 1988). Para estudar essa inter-relação, Moreno criou a SOCIONOMIA, isto é, o estudo das leis que regem o comportamento social e grupal. Subdividiu a Socionomia em Sociodinâmica - estuda a dinâmica das relações humanas e tem como método o jogo de papéis (role-playing) -, Sociometria - é a medição das relações humanas - e a Socioatria - que é o tratamento terapêutico das relações sociais e tem como métodos a psicoterapia de grupo, o sociodrama e o psicodrama.

A Psicoterapia de grupo trabalha as relações dos indivíduos num determinado grupo. O sociodrama é o tratamento de problemas sociais, lidando com estes em aspecto coletivo. O Psicodrama é o tratamento do indivíduo e do grupo através da ação dramática.

3. Pressupostos teóricos

O objetivo do psicodrama é dotar o sujeito de conhecimentos e habilidades necessárias para uma vida adequada e produtiva.

Para o Psicodrama o homem se faz nas relações que mantém, sendo um ser social, pois, já ao nascer, é inserido numa sociedade e necessita dos outros para sobrevier. Está inserido num espaço psicológico e virtual construído por meio das expectativas sócio-familiares. Estas expectativas são anteriores ao nascimento e constituem a matriz de identidade. Com o decorrer do tempo esta matriz é modificada, na medida em que o sujeito passa a se constituir como singular.

O sujeito ao inserir-se no mundo, ainda enquanto criança, passa por três fases (esta classificação é apenas para fins metodológicos, mão tendo base biológica). A primeira etapa é a da identidade do eu com o tu. O sujeito mediado nas relações que começa a estabelecer com os objetos e com as demais pessoas. Posteriormente reconhece-se como um ser separado dos outros, na sua singularidade. A última etapa, associada com a segunda, consiste no reconhecimento dos outros. Na medida que se reconhece como singular, reconhece os outros como não sendo parte dele.

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