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Análise do Filme Comer, Rezar, Amar

Por:   •  6/6/2025  •  Resenha  •  1.830 Palavras (8 Páginas)  •  28 Visualizações

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Análise do Filme Comer, Rezar, Amar à Luz da Teoria do Desenvolvimento Humano de Diane Papalia

a. Resumo do Filme

Comer, Rezar, Amar (2010), dirigido por Ryan Murphy e baseado no livro autobiográfico de Elizabeth Gilbert, narra a jornada de autodescoberta da protagonista Liz, uma escritora americana. Após um divórcio traumático e uma crise existencial, Liz embarca em uma viagem por três países — Itália, Índia e Indonésia — em busca de prazer, equilíbrio espiritual e reconexão com sua própria identidade.


b. Dilemas da Vida Adulta segundo Diane Papalia

De acordo com Desenvolvimento Humano, de Diane Papalia, Ruth Feldman e Gabriela Martorell, o ciclo vital da vida adulta é marcado por transições profundas e reavaliações existenciais. Liz Gilbert é um retrato vivo dessas transformações e dilemas.

1. Crise de identidade na vida adulta

Embora a crise de identidade seja mais comum na adolescência, Papalia ressalta que eventos como divórcios, mudanças profissionais ou perdas podem reacender questionamentos existenciais na vida adulta. Liz, mesmo em plena maturidade profissional e conjugal, sente um vazio profundo, demonstrando a busca por autenticidade e autorrealização. Sua fala "Eu quero ir a algum lugar onde eu possa me maravilhar com algo" simboliza esse desejo de reencontro com o sentido da vida.

2. Intimidade versus isolamento (Erikson)

Erik Erikson, citado por Papalia, descreve que na fase adulta jovem o principal desafio psicossocial é o dilema entre intimidade e isolamento. Liz, ao romper seu casamento e evitar novos envolvimentos imediatos, demonstra uma fase de isolamento emocional, necessária para reorganizar sua identidade. No entanto, ao final da jornada, ela se permite amar novamente, demonstrando um amadurecimento em sua capacidade de se vincular emocionalmente.

3. Reavaliação de carreira e estilo de vida

Outro dilema presente na meia-idade, conforme Papalia, é a reavaliação do meio de vida. Liz se afasta do trabalho, do status e do conforto material para explorar dimensões não exploradas de si mesma. Essa ruptura voluntária ilustra a busca por um equilíbrio entre produtividade e bem-estar emocional, algo comum em pessoas que enfrentam o que Papalia chama de transição da meia-idade.

4. Generatividade versus estagnação (Erikson)

No estágio da meia-idade, o dilema central segundo Erikson é entre generatividade (o desejo de contribuir com o mundo) e estagnação (sensação de inutilidade). Liz sai do estado de estagnação emocional e existencial para vivenciar novas experiências que lhe permitem não apenas crescer, mas também transformar a vida de outras pessoas, como no caso da jovem indiana que ela ajuda a se libertar de um casamento arranjado.

5. Espiritualidade e autoconhecimento

Papalia reconhece a espiritualidade como um elemento relevante no desenvolvimento humano, especialmente na vida adulta. A passagem de Liz pela Índia representa esse mergulho em práticas meditativas, onde ela aprende a regular seus pensamentos, perdoar e viver o presente, habilidades que envolvem tanto a dimensão cognitiva quanto emocional do desenvolvimento.


Conclusão

Comer, Rezar e amar ilustra, de forma sensível e profunda, os conflitos vividos por adultos em transição, especialmente durante a meia-idade. A jornada de Liz Gilbert se alinha com os estágios e desafios do desenvolvimento humano apresentados por Diane Papalia, mostrando que o crescimento psicológico e espiritual é um processo contínuo e possível em qualquer fase da vida. O filme reafirma que, mesmo em momentos de ruptura, é possível encontrar novos sentidos e redirecionar a própria história.


  Frases do Filme & Conceitos de Papalia

Frase do Filme

Conceito do Livro (Papalia)

“Eu quero ir a algum lugar onde eu possa me maravilhar com algo.”

Busca por sentido e reavaliação existencial na meia-idade. Transições não normativas impulsionam crescimento emocional e espiritual.

“Devo ser sempre a mulher em busca?”

Exploração contínua da identidade ao longo da vida adulta. O processo de autoconstrução não se encerra na juventude.

“Você precisa aprender a escolher seus pensamentos todos os dias, assim como escolhe a roupa que vai vestir.”

Desenvolvimento da metacognição e autorregulação emocional. Capacidade de refletir e manejar pensamentos é sinal de amadurecimento cognitivo.

“Às vezes, perder o equilíbrio por amor é parte de viver uma vida equilibrada.”

Dilema entre intimidade vs. isolamento (Erikson). Maturidade emocional envolve aceitar riscos emocionais para crescer.

“Arruinar tudo foi uma dádiva.”

Resiliência e crescimento pós-crise. Eventos estressantes podem promover desenvolvimento e autoconhecimento.

“Eu não preciso que você me ame para me sentir amada.”

Autonomia emocional e autoestima saudável. O adulto maduro busca valor próprio, não apenas validação externa.

Segundo a teoria triangular do amor, de Sternberg (1985b; Sternberg e Barnes, 1985; Sternberg e Grajek, 1984), os três elementos do amor são intimidade, paixão e comprometimento. A intimidade, o elemento emocional, envolve auto revelação, a qual leva à conexão, à afetuosidade e à confiança. A paixão, o elemento motivacional, baseia-se em impulsos internos que traduzem a excitação fisiológica em desejo sexual. O comprometimento, o elemento cognitivo, é a decisão de amar e de ficar com o ser amado.

A Teoria Triangular do Amor, proposta por Robert Sternberg e explicada no livro Desenvolvimento Humano, de Diane Papalia, é composta por três elementos fundamentais:

  1. Intimidade – conexão emocional, carinho e proximidade
  2. Paixão – desejo físico e atração intensa
  3. Compromisso – decisão consciente de manter a relação a longo prazo

Papalia utiliza essa teoria para explicar os diferentes tipos de amor na vida adulta.


🎬 Onde encontramos esses elementos no filme Comer, Rezar, Amar?

A relação entre Liz Gilbert e o personagem Felipe (interpretado por Javier Bardem) ilustra bem essa teoria ao longo da terceira parte do filme, ambientada em Bali.


🟣 1. Intimidade

  • Onde aparece:
    Nas conversas profundas e na vulnerabilidade compartilhada entre Liz e Felipe. Eles falam abertamente sobre seus traumas (ela, o divórcio; ele, a perda da esposa e dos filhos que vivem longe).
  • Exemplo do filme:
    Quando Felipe respeita o tempo de Liz e não força uma relação imediata, demonstrando conexão emocional, compreensão e empatia.

🔴 2. Paixão

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