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Analise de Resistência s e Contra Resistências

Por:   •  28/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.100 Palavras (9 Páginas)  •  109 Visualizações

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RESISTÊNCIAS E CONTRA-RESISTÊNCIAS IDENTIFICADAS NOS EPISÓDIOS 4 E 9 DA PRIMEIRA TEMPORADA DA SÉRIE “IN TREATMENT”

O presente trabalho tem como objetivo identificar os mecanismos de resistência e contra resistência apresentados no quarto e nono episódios da primeira temporada da série “In Treatment” e realizar uma análise dos mesmos baseando-se na abordagem psicanalítica.

In Treatment é uma série americana, onde mostra a rotina de trabalho do psicanalista Paul Weston em suas sessões de psicoterapia junto de seus pacientes. Cada capítulo da série cobre um determinado dia - variando de segunda à sexta-feira - e em cada um desses dias Paul se encontra com algum dentre seus pacientes que o visitam semanalmente. Esta análise será realizada a respeito dos personagens Jake e Amy, pacientes das quinta- feiras, eles são casados, Amy está grávida e eles procuram a terapia de casal, pois querem decidir entre abortar ou não.

Segundo Feres-Carneiro (1994), a clínica de casal compreende uma investigação e um entendimento do processo psíquico que se estabelece entre duas pessoas, que demandam psicoterapia por apresentarem diferentes tipos de sintomas. Diferente da ideia antiga de aconselhamento e de uma análise individual, a terapia de casal permite pesquisar certas atividades psíquicas que são compartilhadas pelos cônjuges.

Pincus e Dare (1981) relatam que nas abordagens psicanalíticas ou psicodinâmicas das terapias de família e de casal há uma ênfase no passado, na história, tanto como causa de um sintoma quanto como meio de modificá-las. Para os teóricos destas abordagens, os sintomas apresentados pelos membros da família ou do casal são decorrências de experiências passadas que foram reprimidas fora da consciência. Na maior parte das vezes, portanto, o método terapêutico utilizado é o interpretativo e os tratamentos são de mais longa duração.                         

As indicações mais comuns para uma terapia de casal, segundo Zimerman (2009), remetem a situações nas quais os indivíduos apontam a relação ou o parceiro como o foco de seus sofrimentos. As queixas revelam uma dependência simbiótica entre eles ou uma relação essencialmente conflitiva e agressiva. O autor afirma ser cada vez maior a procura por terapia de casal. Menciona como principais motivos manifestos, a deterioração gradativa do relacionamento com problemas na comunicação, na sexualidade, e com os filhos.

Ainda de acordo com Zimerman (2009), a clinica em terapia de casal visa reconhecer o tipo de convivência que preside o vinculo do casal, essa convivência forma a partir de um jogo, uma forma de brincar conjunta , que não é reconhecido conscientemente pelos integrantes do casal. O mesmo cita que cada um faz tentativas de satisfazer suas necessidades básicas: um busca no outro uma complementação daquilo que falta a si próprio; outra necessidade é depositar no outro tudo aquilo que não tolera em si.

 Já segundo Pincus e Dare (1981), os processos de projeção que ocorrem em todo tipo de relacionamento são especialmente poderosos nas relações que laços emocionais mais fortes. O casamento oferece, portanto, um campo particularmente fértil aos mecanismos projetivos. Na escolha original do parceiro, a projeção joga um papel muito importante na medida em que um se encontra apto e desejoso de aceitar e atuar, pelo menos em parte, algo daquilo que o outro necessita projetar nele. (PINCUS E DARE 1981)

 Ainda segundo os autores, tais escolhas podem ter aspectos profundamente terapêuticos se cada um dos parceiros conseguir constatar nos outros aqueles aspectos de si mesmo que não conseguiu desenvolver. A usada projeção no casamento não é apenas uma tentativa de livrar-se de sentimentos indesejados ou de alguns aspectos do self. Porque agora são vividos pela pessoa amada, tais sentimentos podem perder um pouco da ansiedade que costumavam produzir e, com o tempo, podem até parecer aceitáveis para retomar ao self. Às vezes, sentimentos ou aspectos do Self podem ser aceitos no parceiro, mas não podem ser expressados diretamente pelo sujeito. (PINCUS E DARE 1981)

Cabe ao terapeuta portanto,  desenvolver em cada conjuge a capacidade de reconhecimento e de respeito pelas inevitaveis diferenças de pontos de vista, valores e posiçoes. (ZIRMENMAM 2009)

Em relação às resistências dos personagens analisados durante os dois episódios ficam evidentes a utilização delas pelo casal em inúmeros momentos, a citar:

- No inicio da sessão Jake, muito impaciente espera a esposa Amy fazendo ligações no celular uma após a outra, sem cessar;

- Paul sugere para Jake que comecem a sessão enquanto ela não chega e o mesmo se mostra resistente, se levanta e diz que não vai começar sem a esposa;

 - Amy chega atrasada na sessão, Paul faz o comentário que há três sessões ela vem se atrasando;

 - Jake muda de assunto quando Paul se direciona a coisas pessoais dele; o mesmo acontece com o casal;

 - Jake quer pagar a sessão e ir embora, não quer estar ali;

- Amy faz falsas narrativas, mente sobre onde estava, o que fez, coisas relacionadas a ela e joga a responsabilidade para o marido, pois o julga como culpado por ela mentir dizendo que o marido esta sempre desconfiando dela. A mentira, nesse caso, pode estar sendo utilizada como forma de resistência, pois ao criar respostas mais racionais e aceitáveis para sua decisão, ela pode estar se afastando do real motivo de não querer prosseguir com a gravidez.

- Após cinco anos de tentativa de fertilização para terem um filho quando o casal finalmente consegue após já terem desistido, Amy pensa em abortar dizendo que não sabe se terá capacidade de amar e cuidar de um segundo filho;

- Ambos trazem a criança como o motivo das frequentes brigas entre eles, sabendo que existem outros motivos aos quais não querem falar;

 - Jake joga para o analista a responsabilidade de dar uma opinião sobre se devem ou não ter esse filho e que Paul é o culpado por eles estarem brigando.

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