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Análise do Filme “A Partida”

Por:   •  9/4/2017  •  Resenha  •  951 Palavras (4 Páginas)  •  3.725 Visualizações

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Laryssa Nogueira dos Anjos Araújo

Análise do filme “A partida”

Palmas – TO

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Laryssa Nogueira dos Anjos Araújo

Análise do filme “A partida”

Trabalho elaborado como requisito de nota para avaliação de grau 1 na disciplina de Psicologia da Educação do curso de Bacharelado em Psicologia do Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA).

Orientador: Profª. Ms. Carolina Satín Cótica.

Palmas – TO

2017


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A partida

O filme japonês Okuribito (2008), conhecido no Brasil como A Partida, é sobre uma história de ressignificação da vida por meio do trabalho. Inicialmente, Daigo Kobayashi (Masahiro Motoki) tinha o sonho de viver viajando em turnês por causa do seu apaixonante trabalho: ser violoncelista. Fez um investimento muito grande comprando o instrumento que faria esse sonho real, porém as coisas não tiveram o desfecho esperado.

A decisão de mudar consideravelmente sua vida em função da orquestra que fazia parte ter sido dissolvida, possibilitou que ele enxergasse que talvez o que tal profissão na verdade não seu grande sonho. E ainda, trouxe rememorações sobre seus progenitores, boas sobre a mãe e de abandono sobre o pai, principalmente quando tocava o instrumento. É válido ressaltar que na infância o pai o ensinou a tocar violoncelo e ainda propôs uma troca de pedras que equivaliam aos seus sentimentos, troca esta que só foi realizada uma vez, pois logo o seu pai foi embora.

A constelação de sentimentos correlacionados à profissão de violoncelista impôs ao personagem uma condição de trabalho laboral, isto é, relacionado ao sofrimento, mesmo que implicitamente. Albornoz (1994) afirma que as significações de trabalho e labor em português se fundem, onde pode ser um esforço de resultado incômodo e inevitável. Assim, quando ele consegue se desfazer do instrumento, sente-se “liberto” dos compromissos internos o enlaçavam.

Após a mudança, através de um anúncio de emprego no jornal, Daigo consegue um trabalho que transformará sua vida, o de acondicionador de corpos.  Nisso, ao saber qual era o trabalho do seu novo emprego, ficou surpreso e cheio de estranhamento, mas aceitou o emprego pelo valor alto financeiro que recebia nele. Ao decorrer do filme é possível perceber que este novo emprego começou a mostrar-se como trabalho (artesanal). De acordo com Oliveira et al. (2009, p.4) “[...] a noção de emprego está ligada à noção de salário e de permissão para que outras pessoas determinem suas condições de trabalho”. E Albornoz (idem) afirma que o artesão “Terá algum prazer em fazer com arte um trabalho que domina em todo o processo e que sabe fazer bem”.

Percebeu que o quão importante era sua função e a magnífica beleza em “Fazer reviver um corpo frio e dar a ele vida eterna. Tudo isso com tranquilidade [...] e com infinito afeto. [...] Acompanhar o morto em sua viagem”. (Daigo).

 O ritual como o seu novo trabalho, que permitia a boa passagem dos mortos, foi modificando os seus (pré) conceitos associados à morte. Ele conseguiu encontrar o sentido no que estava fazendo. Isto, por sua vez, tornou-se a força motriz do seu trabalho. E nesse contexto podemos afirmar que tal ritual caracterizava-se como um trabalho artesanal, pois permitia uma

[...] organização temporal do trabalho, a escolha das técnicas operatórias, os instrumentos e os materiais empregados permitem-lhe, dentro de alguns limites, adaptar o trabalho as suas aspirações e competências, conferindo parte de sua identidade na realização das tarefas, colaborando para que o trabalho tenha sentido para o executor. (OLIVEIRA et al, s/d, p. 2).

Ainda nesse contexto, o trabalho de Daigo também o influenciou nos aspectos familiares. Muito além da morte, o seu trabalho permitia a demonstração de empatia, solidariedade e um apoio familiar por meio do respeito à tradição. Mesmo assim, diversas vezes o personagem é subjugado por outras pessoas por causa sua profissão, não acreditam que o seu trabalho é descente, uma delas é a própria esposa que decide abandoná-lo. Apenas integrantes de uma família durante o ritual que reconhece o quanto seu trabalho é digno.

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