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As Abordagens Psicologicas

Por:   •  23/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.586 Palavras (11 Páginas)  •  324 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Rubem Azevedo Alves foi um psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro, é autor de livros religiosos, educacionais, existenciais e infantis.

Professor Ademar Santos, por obra de uma brasileira que reside em Portugal leu um velho livro de Rubem Alves e percebeu que compartilhavam das mesmas idéias, começaram a corresponder-se via e-mail. Assim, convidou-o para conhecer "Centro de Formação Camilo Castelo Branco". Rubem aceitou o convite e viajou até Portugal. Chegando lá, deparou-se com uma escola nada tradicional a que estava acostumado a ver e foi assim que a descreveu:

“...A Escola da Ponte é uma escola pública da Vila das Aves situada no subúrbio da cidade do Porto em Portugal. Coordenada pelo Prof. José Pacheco, a escola é conhecida por seu projeto inovador, pois rompe com os padrões tradicionais.

É uma escola sem turmas, que não segue o sistema padrão de seriação/ciclos adotado pelas instituições de ensino em Portugal. A escola não tem paredes internas para separar os alunos de acordo com a idade ou série. As crianças e os adolescentes compartilham o mesmo espaço físico, um grande galpão, muito bem estruturado para pesquisa e de fácil acesso aos alunos. Esses, por sua vez, se agrupam de acordo com a área de interesse a ser pesquisada, independente da faixa etária.

A escola é embasada na autonomia dos alunos e professores, na qual se aprende a liberdade responsável e a solidariedade. Estes são os grandes valores cultivados dentro da Ponte.

Os alunos da Ponte são educados para serem cidadãos, exercitando a cidadania. São chamados a praticar a democracia dentro da própria escola, como cidadãos autônomos. Na prática da democracia, organizam assembleias para resolverem problemas de disciplina entre eles. O aluno que desrespeitar as regras, predeterminadas por eles mesmos, é convidado, perante todos, a refletir e pronunciar-se sobre seu comportamento dentro da escola...”. (R. ALVES,2004: 12)

Apontaremos a seguir alguns trechos do livro A Escola que sempre sonhei sem saber que pudesse existir de Rubens Alves, contendo as abordagens estudadas em sala.

1.KOAN

Rubem Alves cita aqui o modelo humanista que os mestres Zen praticavam, defendiam a desaprendizagem de um modelo tradicionalista padrão instituído na memória.

“Desensinavam para que o discípulo pudesse ver como nunca tinha visto”, é necessário se despir das antigas memórias, para que pudessem se tornar pessoas diferentes, com pensamentos mais subjetivos.

“O que vemos não é o que vemos, senão o que somos”, existe um significado muito forte nesta frase, no contexto humanista, vemos sempre com os olhos da percepção. Quando enxergamos apenas com os olhos, deixando de lado todos os contextos de aprendizado que nos foram instituídos anteriormente, passamos a enxergar com olhos do nosso eu mais profundo. “É preciso ser diferente para ver diferente”, ou seja, é preciso deixar para traz um modelo padronizado massantemente instituído dentro de nós, assim estaremos limpos de toda a mecanização ensinada e passamos a agir puramente com nossa subjetividade.

Rubem Alves faz um comparativo da Psicanálise com a versão moderna da pedagogia Zen, a Psicanálise é uma pedagogia da desaprendizagem. Fica claro isso quando ele faz a citação “É preciso esquecer o que se sabe a fim de ver o que não se via.” “Se o paciente conseguir desaprender suas memórias, então estará livre para ver um mundo que nunca havia imaginado”.

Faz um comparativo também com um poema de Vinícius de Moraes, o operário em construção, onde um operário passa a ter a percepção de si mesmo no mundo em que ele vive. Rubem Alves se compara a esse operário quando se recorda da Escola da Ponte, seu inconformismo com a maneira tradicionalista ao qual é passada a educação as crianças e como elas são avaliadas aqui no Brasil para garantirem uma vaga na universidade. Depara-se com a escola que sempre sonhou, um modelo humanista na integra, onde apesar de sonhar com ele, o achava um pouco utópico, encontrou-se maravilhado.

1.1 QUERO UMA ESCOLA RETRÓGRADA

No capítulo “QUERO UMA ESCOLA RETRÓGRADA”, Rubem Alves fez questão de comparar o Ensino Tradicional com a linha de produção de uma Empresa em vários momentos.

Quando diz que “os objetos produzidos são todos iguais. Quando ficam velhos são jogados fora e outros, novos, também produzidos em linha de montagem, são comprados. Operários que trabalham em linha de montagem não assinam suas obras (porque não são deles) nem veem seu rosto refletido nelas.” expõe a problemática de uma Escola Tradicional que está apenas ligada a um foco de mecanizar e enfatizar o objetivo de alcançar o diploma de uma maneira técnica, sem deixar que a parte mais importante que é o aluno, deixe aflorar suas percepções, interesses e deixe sua marca dentro do contexto educacional, levando para sua vida pessoal não apenas um diploma, mas o interesse em viver a sua subjetividade.

Já no caso do comparativo com o Artesão, enfatiza um modelo educacional Humanista que respeita suas características pessoais, no trecho “Cada artista, cada aprendiz, fazendo uma coisa única, que nunca mais se repetiria: em cada objeto uma experiência de felicidade narcísea. É isso que combina conosco, seres humanos, únicos que nunca se repetem.”. Rubem Alves até sugeriu que o artesão pode ter um mestre, um mentor, porém ele é livre para desenvolver o seu trabalho com as suas características pessoais sem sofrer nenhum tipo de pressão, trabalham com “...concentração, alegria, inteligência e emoção. Ao final o aprendiz sorri feliz, admirando o objeto produzido.”.

Rubem Alves faz um comparativo também entre o diploma e os certificados de excelência ISO 12000, deixando explícito isso na seguinte passagem “Unidades biopsicológicas móveis que ao final do processo, não estejam de acordo com tais modelos são descartadas. É a sua igualdade que atesta a qualidade-igualdade, elas não recebem os certificados de excelência ISO 12000, vulgarmente denominadas diplomas. As unidades biopsicológicas móveis são aquilo que vulgarmente recebe o nome de alunos”.

1.2 A ESCOLA DA PONTE 1

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