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COMPULSÃO SEXUAL: DA SATISFAÇÃO AO TRANSTORNO

Por:   •  19/5/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  6.636 Palavras (27 Páginas)  •  240 Visualizações

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COMPULSÃO SEXUAL: DA SATISFAÇÃO AO TRANSTORNO

Adriana Dutra[1]

        Ariadne Murtinho

Alexsandra Leite

Cristiane Fátima

Lucimare Ribeiro

Pedrosa Alves Libanio

Evani B. Souza

Leonardy Negrini[2]

Vemos claramente: é o dispositivo de sexualidade que, em suas diferentes estratégias, instaura essa idéia 'do sexo' e o faz aparecer, sob as quatro grandes formas – da histeria, do onanismo, do fetichismo e do coito interrompido – como sendo submetido ao jogo do todo e da parte, do princípio e da falta, da ausência e da presença, do excesso e da deficiência, da função e do instinto, da finalidade e do sentido, do real e do prazer. Assim, formou–se pouco a pouco a armação de uma teoria geral do sexo"

                                                                                                           Michel Foucault.

Resumo: Este trabalho vem nos salientar a respeito da Compulsão Sexual termo definido pelo DSM-IV, sendo assim partindo desse princípio em que o ato está embasado como sendo um transtorno, estaremos discorrendo sobre este assunto e a causa que o eleva ao ponto deste ser denominado como uma patologia segundo o diagnostico CID-10, propomos uma análise de como este assunto é compreendido culturalmente e por sua época, como é o tratamento incluindo neste assunto a forma de atuar e manejar de um  Profissional Psicólogo.

 Palavras chave: Compulsão Sexual; Transtorno Obsessivo-Compulsivo; Psicofármacos; Psicoterapia.

INTRODUÇÃO

Para darmos início a elaboração do trabalho, iniciamos com uma reflexão Segundo (JELIFFE, 2001) este afirma que define a existência humana, ou seja, é a partir do ato sexual, que a vida se origina, pois, segundo ele sem este não haveria vida. Obviamente que propomos a análise desse ato no qual partiremos das seguintes questões, o ato sexual em si é compreendido de forma ampla por cada meio no qual este é denominado culturalmente, sendo assim até que ponto a quantidade exercida deste é certo ou errado, visto como algo patológico e quando este traz prazer e desprazer para o indivíduo?

A moral sexual é um fato da cultura. Toda sociedade possui regras a respeito do uso da libido. A leitura de inúmeros textos, sobretudo os antropológicos, sugerem que um certo controle em relação aos prazeres da carne tem sido, em intensidades diferentes e em momentos sócio-históricos variáveis, um elemento constitutivo do humano. Da antiguidade até nossos dias, a regulamentação dos prazeres tem recebido tratamentos diferentes. (CECCARELLI, 2012)

Conforme (CICCARELLI, 2012) ele refere que o quanto os atos civilizatórios são reelaborados a partir do contexto que se encontra, a ruptura faz reorganizar novos conceitos.

Para Foucault (2011, p.70) “Na Grécia a verdade e o sexo se ligavam, na forma da pedagogia, pela transmissão corpo-a-corpo de um saber precioso; o sexo servia como suporte ás iniciações do conhecimento”.

A HISTÓRIA DA PATOLOGIA

 Iniciaremos a construção desse saber a respeito da patologia, partindo da compreensão dos principais termos aqui abordados no qual se refere e como este se desencadeia até ao diagnóstico patológico.

A busca pelo conhecimento é uma característica fundamentalmente humana. Desde os tempos pré-históricos o homem tenta compreender, prever e controlar a natureza que o cerca. Hipócrates, quatro séculos antes de Cristo, é reconhecido no mundo ocidental como quem primeiro buscou descrever e categorizar quadros clínicos diagnosticáveis através da observação, prática que ficou conhecida como "método hipocrático". Toda a história da Medicina é marcada por esse raciocínio clínico em que identificar e agrupar enfermidades que compartilham dos mesmos sinais e sintomas é a base para se buscar a origem desses males, prever sua evolução e buscar meios de tratamento (ARAÚJO; NETO, 2013)

A primeira edição do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DMS) foi publicada pela Associação Psiquiátrica Americana (APA) em 1953, sendo o primeiro manual de transtornos mentais focado na aplicação clínica. O DMS-I consistia basicamente em uma lista de diagnósticos categorizados, com um glossário que trazia a descrição clínica de cada categoria diagnóstica. Apesar de rudimentar, o manual serviu para motivar uma série de revisões sobre questões relacionadas às doenças mentais. O DMS-II, desenvolvido paralelamente com a CID-8, foi publicado em 1968 e era bastante similar ao DMS-I, trazendo discretas alterações na terminologia (Araújo; Neto 2013).

Conforme Araújo e Neto (2013) os mesmos afirmam que a história dos DSMs também tem seus paradigmas e reelaborações de novos conceitos conforme as alterações comportamentais dos indivíduos, ou seja, a evolução de tais patologias, isso nos faz pensar que o homem tanto quanto suas enfermidades são dinâmicas e a ciência está pronta a diagnosticá-los, nomeá-los e propor novos tratamentos.

COMPORTAMENTOS SEXUAIS: CONVENCIONAIS, NÃO CONVENCIONAIS E DEFINIÇÕES DE TRANSTORNOS.

Conforme Junior ele inicia fazendo uma diferença entre atos compulsivos e impulsivos no qual o mesmo cita que:

A compulsão são atos que o indivíduo se sente compelido a realizar. Todavia, ao contrário do que ocorre nos atos impulsivos, a execução não se dá de imediato, e sim somente após alguma deliberação consciente, havendo, com frequência, luta ou resistência contra a sua execução, os atos impulsivos caracterizam-se por serem súbitos incoercíveis e incontroláveis. São desprovidos de finalidade consciente, pulam-se as etapas de deliberação e decisão do processo volitivo, indo-se direto da intenção para a ação. (JUNIOR, 2002, p. 73)

Segundo (JUNIOR, 2002) ele afirma que os atos compulsivos e impulsivos se diferem devido um ser de ordem consciente, ou seja, o indivíduo tem noção da manifestação do desejo sobre si, mas não possui o controle sobre tal, sendo que os atos impulsivos se caracterizam por um desejo incontrolável de manifestação súbita de ordem inconsciente indo direto para a “satisfação” do desejo. “Junior Apud Freud 2002 p.75), “a pulsão consiste numa tendência para a descarga de energia psíquica, ela produz um estado de excitação psíquica ou tensão, o qual direciona o indivíduo a realizar uma ação motora cujo o objetivo é alívio da tensão. “O desejo sexual patologicamente aumentado no homem é chamado satiríase e, na mulher, ninfomania. O aumento da libido é uma alteração típica da mania” (Junior, 2002, p.72)

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