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Conhecimento e informação

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Por:   •  4/11/2014  •  Tese  •  4.346 Palavras (18 Páginas)  •  205 Visualizações

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Com a evolução do pensamento administrativo, as teorias contemporâneas deparam com o desafio de incorporar aspectos intangíveis às suas pesquisas, uma vez que o alcance de vantagem competitiva não resulta apenas de recursos naturais e mão-de-obra abundante e barato, mas também de recursos organizacionais como o conhecimento.

A partir do reconhecimento da importância do recurso conhecimento como vantagem competitiva, surgiram inúmeros estudos, principalmente internacionais, tentando otimizar a utilização desse conhecimento nas organizações.

A criação do conhecimento organizacional alimenta a inovação, e o conhecimento é criado dentro da organização sob a forma de produtos, serviços e sistemas.

Quando as organizações inovam, elas não processam simplesmente a informação, de fora para dentro, visando a solucionar problemas existentes e adaptar-se ao ambiente em mudança. Elas realmente criam novos conhecimentos e informações, de dentro para fora, visando a redefinir tanto os problemas quanto as soluções e, no processo, recriar seu ambiente.

A chave para a criação do conhecimento reside na mobilização e na conversão do conhecimento tácito em explícito, ou vice e versa.

A teoria da criação do conhecimento possui duas dimensões: epistemológica e ontológica, em que ocorre a “espiral” de criação do conhecimento.

A espiral emerge quando a interação entre o conhecimento tácito e o explícito é elevada dinamicamente de um nível ontológico mais baixo para níveis elevados.

Quando o conhecimento tácito e o explícito interagem um com o outro quatro modos de conversão do conhecimento são criados: socialização, externalização, combinação e internalização, esses modos constituem o “motor” de todo o processo de criação do conhecimento, e são também, os mecanismos pelos quais o conhecimento individual torna-se articulado e “amplificado” para e através da organização, são modos que o indivíduo vivencia.

Conhecimento e Informação

O conhecimento é similar e diferente da informação, ao contrário da informação, o conhecimento é sobre crenças e compromisso. É uma função de uma determinada instância, perspectiva ou intenção, é sobre ação, é sobre significado, é específico ao contexto relacional.

Na teoria de criação do conhecimento organizacional, adotamos a definição tradicional de conhecimento como “crença justificada”.

Conhecimento e informação, dizem respeito ao significado, são específicos ao contexto e relacional.

A informação proporciona um novo ponto de vista para a interpretação de eventos ou objetos, que torna visíveis os significados previamente invisíveis ou ilumina conexões inesperadas, é um meio necessário ou material para extrair e construir o conhecimento.

A informação produz o conhecimento, ela pode ser encarada a partir de duas perspectivas: informação sintática e informação semântica.

INFORMAÇÃO SINTÁTICA – volume de informação

INFORMAÇÃO SEMANTICA – foca no significado transmitido, por isso é mais importante para a criação do conhecimento.

Assim a informação consiste em um fluxo de mensagens, enquanto o conhecimento é criado pelo mesmo fluxo de informação, ancorado nas crenças e no compromisso de seu portador. O conhecimento é essencialmente relacionado com a ação humana.

As pessoas que interagem, em um determinado contexto histórico e social, compartilham informações e a partir delas constroem o conhecimento social, que por sua vez, influencia seu discernimento, comportamento e atitude.

Sendo assim, a informação e conhecimento dependem da situação e são criados na interação social entre as pessoas.

Duas dimensões da criação do conhecimento

Como mencionado anteriormente, nossa estrutura básica contem duas dimensões- a epistemológica e a ontológica.

Na dimensão ontológica o conhecimento é criado apenas pelos indivíduos. A organização apoia os indivíduos criativos ou propicia contextos para que criem o conhecimento. Esse processo tem lugar dentro da “comunidade de interação” em expansão, que cruza os níveis e os limites intra e interorganizacionais.

A dimensão epistemológica de Michael Polanyi (1966) recorre à distinção entre conhecimento tácito e conhecimento explícito. O conhecimento tácito é pessoal e específico, já o explícito é transmissível na linguagem formal e sistemática, Polanyi afirma que os seres humanos adquirem conhecimento criando e organizando ativamente suas próprias experiências.

Existe ainda a epistemologia tradicional, onde o conhecimento deriva da separação do sujeito e do objeto de percepção; os seres humanos, como sujeitos da percepção, adquirem conhecimento pela analise dos objetos externos.

O conhecimento tácito inclui elementos cognitivos e técnicos. Os elementos cognitivos centralizam-se no que Johnson Laird (1983) chama de “modelos mentais”, nos quais os seres humanos criam modelos de trabalho do mundo, ao fazerem e manipularem analogias em suas mentes. Por outro lado, o elemento técnico do conhecimento tácito inclui o know-how, o artesanato.

Conversão Do Conhecimento: Interação Entre Os Conhecimentos Tácito E Explícito

Enquanto os ocidentais tendem a enfatizar o conhecimento explícito, os japoneses tendem a salientar o conhecimento tácito, na nossa visão, no entanto, o conhecimento tácito e o conhecimento explícito não são totalmente separados, mas entidades mutuamente complementares. Eles interagem e se intercambiam nas atividades criativas dos seres humanos.

Nosso modelo dinâmico de criação do conhecimento esta ancorado no pressuposto critico de que o conhecimento humano é criado e expandido através da interação social entre o conhecimento tácito e o conhecimento explicito. Chamamos esta interação de “conversão do conhecimento”.

De acordo com a visão racionalista, a cognição humana é um processo dedutivo dos indivíduos, porem o individuo nunca esta isolado da interação social quando percebe as coisas. Assim, através do processo de “conversão social”, o conhecimento tácito e o explicito expandem-se em termos de qualidade e quantidade (Nonaka, 1990b).

A ideia de “conversão do conhecimento” pode estar parcialmente de acordo com o modelo ACT (Anderson, 1983; Singley

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