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Contribuições Da Psicologia E Epistemologia Genéticas Para A Educação

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Por:   •  16/5/2014  •  1.729 Palavras (7 Páginas)  •  1.070 Visualizações

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A pesquisa piagetiana sobre a troca entre o sujeito e o meio em função das particularidades dos conteúdos serem adquiridos, sobretudo dos conteúdos do mundo real.

É evidente que a pesquisa psicologia pode fornecer conhecimentos científicos precisos e necessários sobre os quais a pedagogia pode se apoiar. Esse foi o ponto de vista de Piaget sobre a relação entre a pesquisa psicológica e pedagógica. Para o educador se afastar do pressuposto de que os conhecimentos podem ser simplesmente transmitidos e aprendidos numa ordem logica predeterminada, ela precisa conhecer os processos e mecanismos intelectuais envolvidos na aprendizagem dos conteúdos.

Uma leitura da obra de Piaget nos informa que o desenvolvimento e a aquisição das estruturas logico-matemáticas são apenas uma parte do sistema teórico. Essas estruturas dizem respeito as formas gerais e puras de conhecimento, independentes do conteúdo particular do real, pois sua substância não é extraída das propriedades dos objetos, mas sim, dos relacionamentos e coordenações realizados pelo sujeito sobre os objetos.

A epistemologia Genetica não se reduz as estruturas logico-matemáticas, embora elas sejam necessárias para a formação de outros conhecimentos, ela tem como objetivo revelar os processos pelos quais se constituem os diferentes estados, estruturas do conhecimento. Piaget propôs um novo desafio: constituir como fato da pesquisa epistemológica não o conhecimento enquanto estado acabado, mais sim o processo de formação dos diferentes alcançados pelo conhecimento, além disso, exige dois processos básicos: a pesquisa histórica das ideias cientificas(Sociogênese) e a pesquisa psicogenética(Psicogênese).

A sociogênese tem mostrado que tanto nos conhecimentos logico-matemáticos como nos conhecimentos físicos e socioculturais há avanços e aprimoramentos por reconstruções sucessivas, já a psicogênese por outro lado, torna-se um instrumento poderoso na pesquisa do conhecimento-processo quando verifica, as pertinências das hipóteses em disputa.

A epistemologia genética e a psicologia genética colocam duas hipóteses cientificas. Em primeiro lugar, concebem o conhecimento como ato de assimilação aos esquemas de ação, isto é, assimilação a ações que se coordenam em sistemas logico-matematicos, o que significa que o conhecimento, nos diferentes planos e campos em que se articula, não é simplesmente conexão associativa e linguagem. Em segundo lugar, no processo de desenvolvimento psicológico do conhecimento existe uma dialética radical entre os processos de continuidade e de descontinuidade, o que significa que os novos avanços do individuo são sempre reconstruções das conquistas anteriores e não rupturas radicais nem simples prolongamentos. O aspecto funcional diz a respeito dos processos adaptativos e organizativos, comuns a todos os níveis da atividade intelectual, e o aspecto estrutural, as formas ou estruturas alcançadas pelo sujeito nos processos adaptativos.

As pesquisas de Piaget sobre o conhecimento logico-matemático revelaram que a sua formação consiste numa verdadeira criação e construção por parte do individuo. O ensino da matemática contemporânea se enriqueceu devido a descoberta psicogenética de que a noção de numero é produto da síntese das relações simétricas e assimétricas, isto é, do domínio prévio das relações de classes e de series logicas. Ainda se diz hoje que a teoria piagetiana é “cognitivista” por estar interessada somente em diagnosticar as estruturas gerais do conhecimento e, por isso, ficar alheia as questões de aprendizagem de conteúdos específicos.

A novidade e originalidade da epistemologia piagetiana é na formação do processo de aquisição do conhecimento físico. Chama-se conhecimento físico sobretudo o modo como a ciência da natureza apreende o mundo real e realiza explicações causais sobre ele, sua aquisição diz respeito a formação e aprendizagem do conhecimento do mundo exterior, a aquisição do conhecimento sobre as propriedades inerentes aos objetos; tal aquisição, porem, é possível somente pela sua inserção progressiva em sistemas operatórios e esquemas explicativos. Esses sistemas se constituem em mediadores epistemológicos nos diferentes níveis de organização e de relação do sujeito com o objeto. As pesquisas sobre as noções físicas de conservação( substancia, peso e volume), sobre mecânica e dinâmica, noções de força, de tempo, espaço físico, composição e combinação interna dos corpos, revelam duas condições: a necessária abstração de caracteres específicos dos objetos( abstração empírica) e a sua inserção progressiva em sistemas de relações ou de coordenações (abstrações reflexionastes).

É importante resgatar as colocações de Piaget sobre o ensino elementar das ciências naturais. Para ele constitui um imenso progresso a substituição do ensino verbal e da leitura dos manuais por uma serie de constatações diretas e de experiências propriamente ditas. Porem, no próprio terreno da experimentação concreta, ainda existem duas maneiras de conhecer a relação do professor com a criança e desta com os objetos sobre quais incide sua ação. Uma é preparar tudo, de qual modo de experiência consiste numa espécie de leitura compulsória e totalmente regulada de antemão. A outra é provocar no aluno uma invenção das próprias experiências, limitando-o a fazer com que tome plena consciência dos problemas, que em parte ele mesmo já se coloca, e ativar a descoberta de novos problemas, ate fazer dele um experimentador ativo que procura e acha soluções, por meio de inúmeras tentativas talvez, mais por seus próprios meios intelectuais.

A analogia obedece ao fato de que tal como conhecimento físico, social e cultural, exige abstrações empíricas, no sentido de extrair caracteres, a particularidades do mundo exterior, inserção desses dados em sistema de relações ou composições logico-matemáticas. As pesquisas de Emília Ferreiro tratam de revelar os processos e os estados pelos quais o sujeito adquire conceitualmente um sistema de representação sobre a própria fala.

O problema epistemológico e genético aparece quando surgem a seguintes perguntas: De que modo o individuo interpreta esses signos e sinais já organizados e quais os processos estados que o individuo constrói para alcança-los? Esses indivíduos começam interpretando de um modo objetivo e acabado o inicia sua interpretação de um modo fenomenista e egocêntrico, como no caso dos conhecimentos físicos? A interpretação progride por meio dos sistemas de interpretação cada vez mais complexos e acabados? É justamente a essas interrogações que as pesquisas psicogenéticas de Ferreiro respondem de forma original e surpreendente. Ambas as formas de pesquisas

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