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"Escritores da Liberdade" - resenha crítica

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Por:   •  27/4/2014  •  Resenha  •  1.160 Palavras (5 Páginas)  •  1.420 Visualizações

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ESCRITORES DA LIBERDADE - RESENHA CRÍTICA

"Escritores da Liberdade" é um filme baseado numa história real, que trata de realizações face à adversidade. Em 1994, na sala 203 de uma escola em Long Beach, Califórnia, uma professora de literatura chamada Erin Gruwell, enfrentou sua primeira classe de alunos, rotulados pela administração do colégio como adolescentes "em risco" ou "problemáticos". Este drama racial possui tantos estereótipos quanto o cinema americano pode proporcionar. Na maioria dos casos, isso seria considerado algo ruim, visto que essa característica tem como ponto negativo enfraquecer personagens e torná-los facilmente esquecíveis tão logo o filme termine. A película, porém, trata justamente da discussão do quão prejudicial é tratar pessoas como meros estereótipos. E faz isso com habilidade e, infelizmente, também com um pouco de ingenuidade. Mas falemos sobre os pontos negativos mais tarde, pois o filme é muito bom.

Não são incomuns pessoas que vêem outras nas ruas e julgam-nas pela aparência, automaticamente. Às vezes sem malícia, pois faz parte da [má] formação educacional da pessoa. “Loira burra”, “pobre ignorante”. Estas são algumas dessas pré-concepções. Escritores da Liberdade, porém, trata de grupos raciais que se colidem, por terem que viver no mesmo ambiente: negros, hispânicos e orientais, todos estudando no mesmo colégio. Fazem parte de gangues e vivem em um lugar muito violento. Não dão importância ao estudo e sabem que a expectativa de vida é baixa para muitos deles. Um velho quadro, já muito explorado no cinema norte-americano, o que pode trazer desconfiança a muitos espectadores. O que, afinal, Escritores da Liberdade tem a oferecer de novo?

Não muito, realmente. O filme ingênuo e muito óbvio, vários conflitos são completamente previsíveis. Esse tipo de personagem da professora, idealista e dedicada, já foi imensamente explorado em outros filmes de mesmo tema, como Ao Mestre Com Carinho, O Clube do Imperador e Sociedade dos Poetas Mortos. Apesar dos clichês, o filme conta com boas interpretações e sua mensagem é muito bela para ser ignorada.

A atriz que interpreta a professora consegue demonstrar a complexidade da situação da professora, que passa por altos e baixos na vida profissional e familiar. Fica bem fácil torcer pelo seu sucesso, e o fato de a personagem ser baseada em alguém real (no finalzinho há uma foto da Erin real, junto de uma turma real) torna os acontecimentos mais interessantes e intensos; desta forma, a falta de originalidade de sua personagem não é exatamente um ponto negativo.

Felizmente, a boa qualidade do elenco não pára com Swank (interprete da professora). Os alunos, apesar de vivenciarem tipos conhecidos, demonstrar saber lidar com emoções variadas e, fora um ou outro problema com alguns personagens (Eva, por exemplo, não possui justificativa coerente para ter ficado “boa” tão rapidamente), todo o elenco leva o filme com competência. Há, claro, personagens maus, como o racista professor sênior ou a diretora Margaret, mas o diretor e roteirista do filme optou por não dar muita notoriedade a eles e centrar a história sobretudo nos alunos e na professora, o que foi fundamental para que o ritmo do filme permanecesse agradável.

Uma cena que merece destaque, ocorre dá quando uma caricatura racial de um dos estudantes afro-americano circula a sala de aula, a professora interceptou irritadamente o desenho e comparou-o às caricaturas dos judeus, feitas por nazistas durante o holocausto. Os estudantes responderam de forma confusa à sua comparação o que chocou a professora ao descobrir que muitos de seus alunos nunca tinham ouvido sobre holocausto. Entretanto, quando perguntou quantos em sua classe tinham sido alvos de disparos, quase todos levantaram as mãos. Isto deixou-a chocada, porém inspirada a não desistir dos alunos. A professora pergunta a seus alunos se estes conhecem o que é "Alchwitz", o campo de concentração; todos ignoram o que seja ou tenha sido, então ela explica-lhes o que é e sobre o horror de uma guerra e as conseqüências que dela se podia ter. Leva-os a um museu da 2º Guerra Mundial, onde estes podem ver através de fotos, as imagens da atrocidade; atinge-lhes o cerne da sensibilidade; que guerras não levam a nada a não ser à morte, e neste ponto o filme mostra como utilizar estereótipos em favor de uma boa história.

Percebe igualmente a professora que mais do que tentar estabelecer o resultado pretendido através de coerção, é preciso se colocar no mesmo nível de pensamento e entendimento daquela realidade, permitindo que aqueles alunos sejam

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