Ficha de Leitura Sexualidade Infantil Freud
Por: pensamentospensantes • 15/11/2025 • Resenha • 579 Palavras (3 Páginas) • 9 Visualizações
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Estudante: Taíssa Carvalho Disciplina: Teorias Psicanalíticas Docente: Paula Kegler
Ficha de Leitura 1 – A sexualidade infantil
A sexualidade, segundo Freud, não se inicia apenas na puberdade, mas já está presente desde a infância. O fenômeno da amnésia infantil, que faz com que esqueçamos de nossas vivências dessa fase, está ligado justamente aos impulsos sexuais infantis. Mesmo esquecidos, esses desejos e situações deixam marcas em nós através do inconsciente, e esse esquecimento pode ser explicado pela repressão.
A vida sexual da criança começa a se manifestar de forma observável por volta dos três ou quatro anos. Nesse período, chamado de latência, a sexualidade é reprimida por meio de sentimentos como vergonha e nojo, tanto pela influência da cultura e da educação quanto por fatores biológicos. Como a criança ainda não pode utilizar seus impulsos de forma adequada, a energia sexual é desviada para atividades construtivas, como brincar, aprender, criar e socializar. Ao mesmo tempo, surgem barreiras psíquicas, como nojo e vergonha, que ajudam a controlar os impulsos.
As manifestações da sexualidade infantil aparecem em comportamentos como chupar e o autoerotismo, em que o prazer é buscado no próprio corpo sem necessidade de um objeto externo. Por isso, Freud afirma que a sexualidade infantil é inicialmente autoerótica e, mais tarde, passa a se direcionar para outra pessoa, como nos beijos e relacionamentos.
A meta sexual e as manifestações masturbatórias na infância mostram que qualquer parte do corpo pode funcionar como zona erógena, dependendo do estímulo. Freud, a partir de Andreas-Salomé, destaca que a primeira repressão está ligada ao erotismo anal, momento decisivo no desenvolvimento porque a criança aprende a controlar seus impulsos e a diferenciar o mundo interno do externo. O prazer anal, antes valorizado, passa a ser associado ao que é sujo e proibido. A criança é considerada “polimorficamente perversa”, pois consegue sentir prazer em diferentes zonas do corpo, sem os bloqueios morais do adulto. Isso não significa perversão em sentido negativo, mas sim uma abertura natural que será limitada pela cultura, educação e regras sociais. Nessa fase, por não ter ainda desenvolvido totalmente o pudor, a criança pode sentir curiosidade em observar os genitais de outras pessoas.
O período da pesquisa sexual infantil, que ocorre entre os três e cinco anos, é marcado pelo
instinto do saber, fortemente atraído pelos enigmas da sexualidade. A criança questiona de onde vêm os bebês, o que é o sexo e por que os corpos são diferentes. Essa curiosidade não nasce de interesses intelectuais, mas de acontecimentos ou mudanças, como a chegada de um irmão. Freud chama a pergunta sobre a origem dos bebês de “enigma da esfinge”, em referência ao mistério do nascimento. Nesse contexto, surge também o complexo de castração: o menino interpreta a ausência de pênis na menina como resultado de uma castração e passa a temer que o mesmo aconteça com ele. Já a menina sentiria inveja do pênis, interpretando sua ausência como uma falta. Apesar da imaturidade, a criança reconhece, por exemplo, que uma mulher grávida tem um bebê dentro da barriga.
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