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Guarda Compartilhada do Caso Gabrielle de Winnicott

Por:   •  18/6/2020  •  Trabalho acadêmico  •  482 Palavras (2 Páginas)  •  151 Visualizações

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PSICANÁLISE COMPARTILHADA NO CASO GABRIELLE

Para Winnicott, cada caso clínico demanda de necessidades específicas, o que pode acarretar na mudança da técnica psicanalítica. O método psicanalítico clássico, cujo o principal recurso é a interpretação, seria o mais indicado para neuroses (recomendação dada pelo próprio Freud), porém, em casos mais graves (como as psicoses), não teria como fazer uma análise interpretativa. O terapeuta necessita compreender a necessidade de cada paciente.

No caso de Gabrielle, Winnicott não definiu um diagnóstico, mas descartou a hipótese de psicose. Entretanto, haviam outras necessidades que foram fundamentais para sua decisão de tornar a psicoterapia individual em psicanálise compartilhada com os pais da criança. Desta forma, pode-se estender o setting clínico para o ambiente familiar da mesma, o que contribui para o tratamento.

Winnicott formulou a teoria do amadurecimento emocional, na qual apresenta as necessidades básicas humanas e de como o ambiente pode favorecer a aprendizagem da identidade singular, que deverá ser atingida em um processo normal de desenvolvimento emocional. Desta forma, o indivíduo gradualmente desenvolveria sua autonomia e a capacidade de cuidar-se de si mesmo, elaborando adequadamente suas frustrações e se relacionando de forma responsável com o ambiente. Quando há falhas, por parte do ambiente, na provisão de cuidados facilitadores do amadurecimento emocional da criança, ao longo do tempo desenvolveria a imaturidade (quando descarta problemas neurológicos que possam estar envolvidos), possibilitando patologias psíquicas. Assim, analisando a dependência indivíduo–ambiente e da regressão a essa dependência, que podem surgir em momentos difíceis no estágio do amadurecimento.

No caso em questão, Winnicott constatou que havia uma inadequação do ambiente, o que demanda de um tratamento individual que estimule a integração, fornecendo uma sustentação emocional nos períodos entre as sessões e após o término destas, promovendo, assim, um ambiente que atenda as necessidades da criança adequadamente, facilitando o processo interno de maturação. Analisando o contexto do caso, a participação do ambiente tornou-se necessária, uma vez que a criança necessita retomar ao seu desenvolvimento, pois, quando sua irmã mais nova nasceu, G. regrediu à dependência, impedindo o prosseguimento do processo de integração individual. Com a demanda do caso em ter o ambiente que se adequá aos seus cuidados, surge a psicanálise compartilhada, que consiste na interação entre Winnicott e os pais de G., que compartilham informações, preocupações, hipóteses, por meio de cartas e telefonemas, além de uma participação nas sessões, de forma real ou transferencial. Desta modo, os pais forneciam o acolhimento e a compreensão que a criança necessitava, auxiliando-a em seu desenvolvimento. Além disso, esse modo possibilitava aos pais confiar no terapeuta, evitando influências negativas. Com a colaboração e a participação deles, facilitaria alcançar o êxito do tratamento, pois também, emergiria a possibilidade de ter um insight de como atender ás necessidades do filho de uma forma própria.

Só foi possível esta alternativa de psicoterapia porque Winnicott avaliou os pais como suficientemente saudáveis e capazes de colaborar com o tratamento da filha.

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