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Inteligência Artificial e Humana

Por:   •  13/11/2016  •  Resenha  •  2.562 Palavras (11 Páginas)  •  422 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Rodrigo dos Santos Miguel

INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E HUMANA

PARAÍBA

2016

Introdução

Na filosofia da mente existem algumas questões importantes a serem abordadas: serão mente e corpo a mesma coisa? Qual a natureza dos fenômenos mentais?

Imaginemos a seguinte situação: ao fechar os olhos, pensamos em estrelas brilhantes em um céu totalmente escuro, ou podemos imaginar um cavalo rosa voando por este mesmo céu. Se neste momento alguém examinar o cérebro que está criando essas imagens não irá encontrar estrelas ou cavalos voando, encontrará apenas  uma massa cinzenta com células conectadas entre si.

Então, como o cérebro cria imaginações? Como o cérebro processa a informação? Como o cérebro inventa ou gera inovações? O que é o pensamento? O que são sentimentos? Como o cérebro aprende e guarda conhecimento?

Com o desenvolvimento da neurociência no século XX, hoje nós temos o conhecimento de que o cérebro é  uma máquina complexa formada por neurônios que produzem sinais elétricos para cada atividade cerebral. Mas o grande desafio é relacionar os sinais elétricos das células cerebrais com o aquilo que está ocorrendo no pensamento. Observar a atividade elétrica não permite saber se estamos pensando em estrelas ou em cavalos voadores. Partindo desse pensamento, seria possível criar uma inteligência capaz de ter seu próprio pensamento?

O filósofo René Descartes propôs a existência de uma separação da mente e do corpo, entre o físico e o mental. Os movimentos corporais seriam explicados apenas como puramente mecânicos e, com isso, os animais desprovidos de conciência seriam meros autômatos incapazes de apresentar capacidades lógicas.

 Descartes criou a seguinte proposição, “Penso, logo existo”. Partindo desse princípio, é impossível pensar que não pensamos, Portanto, nós temos conciência de nossa existência através de nosso pensamento. Se aplicarmos esta lógica para a inteligência artificial que temos hoje, não seria possível analisar  uma máquina como um ser pensante, pois, segundo Descartes, além de não ter conciência de si, uma máquina nunca seria capaz de, através de palavras, transmitir seus pensamentos.

Há muito tempo a humanidade tem interesse no desenvolvimento de máquinas capazes de imitar comportamentos humanos. Um bom exemplo disso é a máquina de jogar xadrez de  Wolfgang von Kempelen, que foi criada na metade do século XVIII. O autômato, denominado de “O Turco”,  fazia sua própria jogada e conseguia ganhar partidas de xadrez contra humanos. Hoje sabemos que havia uma pessoa controlando a máquina e tudo não passou de uma farsa, mas este fato indica o quanto é antigo é o pensamento de construir máquinas inteligentes.

Atualmente, existem máquinas com capacidade de processamento bilhões de vezes maior que a humana. Mas seria o homem capaz de criar uma máquina com uma inteligência artificial capaz de pensar e ter conciência de si? Veremos algumas diferenças entre a inteligência artificial e  inteligência humana.

O que é inteligência artificial?

De acordo com Nakabayashi (2009), “a palavra inteligência vem do latim inter (entre) e legere (escolher). Inteligência significa, então, aquilo que nos permite escolher entre uma coisa e outra. A palavra artificial vem do latim artificiale e significa algo não natural, isto é, algo produzido pelo homem”. Ou seja, Inteligência Artificial é uma inteligência criada pelo homem e inserida em máquinas  que se tornam capazes de simular a inteligência do próprio homem.

Como campo de estudo acadêmico, o termo Inteligência Artificial foi introduzido por John McCarthy, em 1956, em uma conferência chamada Dartmouth College Artificial Intelligence Conference. Segundo ele, a Inteligência Artificial pode ser definida como a ciência que estuda a emulação do comportamento da inteligência humana, por meio de máquinas.

Outros autores têm definições que partem do mesmo princípio.

Para Durkin, 1994, “a Inteligência Artificial (IA) é o campo de estudo da ciência que pesquisa formas de fazer o raciocínio do computador simular o raciocínio humano”.

Segundo Marvin Minsky, 1968, “Inteligência Artificial (IA) é a ciência de fazer máquinas fazerem coisas que requereriam inteligência, caso fossem feitas pelo homem”.

Todas essas definições trazem a ideia de que é possível modelar o funcionamento da mente humana através do computador. McCarthy tinha a visão de que o cérebro seria uma máquina e os neurônios seriam os processadores de informação. Então o objetivo da inteligência artificial seria capacitar o computador de um comportamento inteligente. Por comportamento inteligente, entende-se as atividades que apenas um humanos conseguiria realizar, como por exemplo, tarefas de raciocínio e percepção.

Podem as máquinas pensar?

Descartes afirmava que caso as máquinas existissem elas não seriam capazes de transmitir seus pensamentos.

[...] contaríamos com dois meios muito certos de reconhecer que nem por isso elas eram homens verdadeiros. O primeiro desses meios está em que jamais seriam capazes de empregar palavras ou outros sinais, compondo-os, como nós fazemos, para transmitir aos outros nossos pensamentos.

Em 1950, Alan Turing, um matemático inglês que foi um dos precursores da computação moderna, explicitou um dos pensamentos de Descartes e sua concepção de autômatos, com a seguinte pergunta: As máquinas podem pensar?

Para responder a esta pergunta o matemático propôs teste chamado de o jogo da imitação, que  consiste basicamente em um jogo onde um humano(A), um computador (B) e um interrogador (C) participam. A comunicação entre o interrogador e as entidades é feita de modo indireto, pelo  teclado, por exemplo. O interrogador tentará, através do “diálogo“ realizado entre ele e as entidades, decidir qual dos dois é o humano. Caso o interrogador não consiga determinar, com um mínimo de 50% de precisão, qual dos dois é o outro humano, pode-se afirmar que o computador passou pelo teste de Turing e, portanto, que a máquina simula a inteligência humana.

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