TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Modelo toyotista-fordista e suas implicações, tendo como base o filme a classe operaria vai ao paraíso

Por:   •  9/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  943 Palavras (4 Páginas)  •  376 Visualizações

Página 1 de 4

        No início da era industrial a implementação de máquinas na produção possibilitou a ampliação desta e a otimização da qualidade do produto final. Esse desenvolvimento foi fundamental para impulsionar a cultura de mercado e para o enriquecimento e fortalecimento da burguesia, nova classe ascendente e detentora dos meios de produção, em contrapartida o enfoque dos cuidados na produção voltava-se apenas para arrecadação do capital. Nesse contexto a máquina detinha foco principal, sendo o operário considerado parte da mesma. “sua saúde depende do seu comportamento com a máquina”. Os valores atribuídos a força de trabalho humana eram minimizados em favor do investimento em maquinário, pois se considerava que a eficiência da maquina era exponencialmente maior que a do humano, e o intuito era diminuir a necessidade humana na operação das máquinas. Ou seja, esse modo de produção que acreditava que maximizando a fabricação maximizaria o lucro, almejava induzir o trabalhador a buscar uma eficiência comparável a de um robô/ferramenta, e não como um indivíduo, havendo assim um processo de desumanização do trabalho. “Este trabalho pode ser feito até por um macaco”. Pois nessa lógica, quanto mais simples fosse a tarefa exercida pelo humano menor a possibilidade de erro.

        Assim, a filosofia taylorista acarretou uma série de mudanças na maneira de produzir e também gerou uma desestabilização social, primeiro por que os produtos artesanais não conseguiam ter competitividade com os manufaturados, tanto em relação ao preço quanto à qualidade e volume de produção, logo os artesões tinham que se submeter as fabricas para não morrerem de fome, segundo que esse modo gerou um trabalhador alienado, pois onde antes o trabalhador conhecia de todo o processo no qual contribuía, se não o fizesse todo, agora seu saber estava restrito a uma parte mínima da produção. “Uma vez encontrei o engenheiro, peguei pelo pescoço e disse: vai me dizer que merda se fabrica nesta fábrica e para que merda servem as peças? Do contrário te mato”. Esse processo leva ao sujeito a perda do sentido do trabalho, que em última estancia leva a um comportamento neurotizante.

        Nessa perspectiva adoecida o trabalho é trazido com algo necessário, mas não prazeroso, onde o sujeito se utiliza do trabalho para constituir papeis sociais de pai, marido, cidadão, para ser reconhecido como um sujeito integrado socialmente, porém reconhece que esse trabalho o exaure e o adoece física e psicologicamente. No contexto do filme, lulu teve duas intoxicações quando trabalhava na fábrica de tintas, uma ulcera que o impedia de almoçar... Isso posto caracteriza um processo de distorção da normalidade, pois, não é normal que um sujeito adoeça por desempenhar um trabalho, porém por tanto acontecer acaba se inserindo num contexto de perspectiva distorcida do trabalho.

        A entrada da mulher no mercado de trabalho para garantir a subsistência familiar segundo Giddens (2008) implicava na má qualidade do momento destinado as crianças e a família de modo geral, pois devido ao excesso de trabalho acarretado pelas longas jornadas, curtos intervalos, altas repetições, os pais que trabalhavam chegavam em casa exaustos e ansiosos. “De acordo com os críticos, as horas de trabalho estão gradualmente a usurpar o valioso tempo de descanso que a saúde das pessoas exige”. (Giddens,2008). No filme a relação com o que foi dito a cima se evidencia com a convivência familiar do personagem principal, onde a cônjuge se queixa de tomar pílula a 3 meses e ele não fazer nada, e o mesmo afirmar que a fábrica suga todas as suas energias.

        Também, em uma associação com tempos modernos, a cena do filme a classe operaria vai ao paraíso onde apresenta os operários entrando na fábrica e o sindicato gritando frases como: “quando vocês saírem o sol não brilhara mais para vocês” é facilmente comparada com a de Chaplin, onde é assemelhada a entrada desses operários a ovelhas caminhando para o abate, fazendo assim uma analogia ao desgaste que a fábrica trazia, sendo as horas de trabalho as principais horas do dia inviabilizando uma vida social produtiva.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (6.2 Kb)   pdf (109.3 Kb)   docx (25.1 Kb)  
Continuar por mais 3 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com