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Notas Sobre a Experiência e o Saber de Experiência

Por:   •  11/6/2023  •  Resenha  •  817 Palavras (4 Páginas)  •  66 Visualizações

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RESENHA

Texto:LARROSA BONDIA, JORGE. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, Jan/Fev/Mar/Abr 2002, p. 20-28

Disciplina:  Motivação e Emoção

Aluna: Luciana da Conceição e Silva

Larros apresenta um conceito de experiência. Primeiramente, o autor expõe a diferença entre experiência e informação, na qual a informação, por meio do seu fácil acesso, representa um marco na sociedade atual, em que podemos utilizar qualquer um dos inúmeros recursos de pesquisa online e assim, afirmar que sabemos mais coisas que anteriormente não sabíamos, entretanto, podemos também dizer que nada nos acrescentou, ou tocou.

Também, não há experiência na opinião. Podemos afirmar que, nesta utilização de algum recurso de pesquisa online, o sujeito supostamente informado construiu uma opinião, aparentemente pessoal, própria e possivelmente crítica. Segundo Larrosa  passamos nossa vida opinando sobre qualquer coisa de forma imperativa ou presunçosa. Entretanto, a experiência exige uma afetação que é diferente da presunção da opinião.

Em terceiro lugar, o autor ressalta o tempo. Podemos dizer que, ao utilizar algum recurso de pesquisa online, o sujeito rapidamente, talvez em fragmentos de segundos, tenha acesso à alguma informação. Logo, nesta frenética e constante aceleração da conquista de um suposto “saber”, o que acontece é que, talvez, nada venha a lhe acontecer significantemente, nada o toque. Dessa forma, a experiência nada tem a ver com o tempo, portanto, há uma cisão entre experiência e tempo onde, o sujeito propriamente dito, tem seu tempo com ou sem experiência.

O autor ainda defende que a experiência nada tem a ver com o trabalho, estes são objetos distintos, e, consequentemente, a experiência está cada vez mais rara devido ao excesso de trabalho. A experiência, conforme Larrosa, acontece através de um “gesto” de interrupção, onde é preciso parar para pensar, olhar, escutar, sentir e, por vezes, parar de trabalhar.

         Desse modo, Larrosa afirma que a experiência nada mais é que a experiência do sujeito a interrupção do acelerado mundo globalizado, um freio na constante enxurrada de informação e conhecimento, uma parada no excesso do trabalho, de opinião. O sujeito da experiência consiste naquilo que acontece, que o afeta de alguma maneira, causa alguns afetos, inscreve algumas marcas, deixa alguns sinais e alguns efeitos.

A experiência seria o  cultivo da atenção, impossível no contexto em que se diz não ter tempo e onde há  falta de cultivo de idéias. A esse gesto e Larrosa chama de interrupção é o gesto de parar e ouvir, escutar, ler mais devagar. O sujeito da experiência é exposto e está na posição de ser afetado e de receber o conhecimento, ou seja, mais passivo do que ativo. Dessa forma,  a paixão está constituída, pois, estando o seu objeto fora do indivíduo, a paixão faz com que ele se aproxime do que está por fora e que se estabeleça uma aceitação de algo que está fora de si mas que é de si, implicando passividade ao desconhecido que se deseja conhecer.

        O que eu concluo deste texto é que para ter experiência é preciso se expor ao acontecimento com exposição física, mental e dando a ele tempo de ruminação, tempo para que sejamos tocados e afetados pelo que foi vivenciado. Quando o autor fala que trabalho não significa experiência me lembra muito o meu trabalho como profissional de saúde em que vivenciamos momentos de muita carga emocional, porém, pelo excesso de atividades e de trabalho muitos destes profissionais já não vivenciam aquele lugar como experiência (como faziam quando se enxergavam como profissionais em formação quando eram estagiários e residentes, por exemplo). Até pela necessidade de construir barreiras emocionais às situações de perda, morte, dor e luto que vêem todos dos dias no trabalho estes profissionais não se permitem à exposição, a sentirem-se tocados. Só acontecerá na interrupção.Muitas vezes é necessário parar para refletir o espaço, para ser tocado e para que alguma situação do trabalho se torne experiência.

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