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O Aconselhamento em Psicologia Clínica

Por:   •  10/9/2018  •  Ensaio  •  2.499 Palavras (10 Páginas)  •  224 Visualizações

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UNIVERSIDADE INDEPENDENTE DE ANGOLA[pic 1]

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS

CADEIRA: INTRODUÇÃO À PSICOTERAPIA E ACONSELHAMENTO

PRÁTICA DO ACONSELHAMENTO

DOC. CRISANTA LOPES


PRÁTICA DO ACONSELHAMENTO

1. 1. A RELAÇÃO DE ACONSELHAMENTO

A relação de aconselhamento estrutura-se com base em oito componentes: a aliança terapêutica, a empatia, a congruência, a presença, o apreço, o respeito, a convicção e a auto-actualização.

        À medida que o conselheiro desenvolve, na relação com o cliente, estas componentes, entendidas enquanto qualidades, estão criadas as condições para que se possa trabalhar no sentido de atingir os objectivos definidos e que irão levar a mudança

1.1.1. IDEIAS A RETER

1. A relação de atendimento pressupõe oito componentes centrais que facilitam a sua estruturação. Estas componentes são entendidas como qualidades ou atributos que procuram estruturar uma relação na qual a mudança e o crescimento do cliente podem ocorrer de forma segura;

        2. A aliança terapêutica e o repport constituem a primeira componente facilitadora da estruração da relação de ajuda.

        O repport caracteriza-se pelo interesse genuíno e envolvimento do conselheiro com o cliente e deve ser estabelecido desde o início do contacto com este e mantido através da aliança terapêutica. Esta, por sua vez, refere-se à componente realista da relação estabelecida ou seja, implica a definição de um trabalho construtivo e conjunto com vista a dar resposta às necessidades do cliente,

3. A empatia é uma componente que pode assumir duas formas: empatia primária ou empatia avançada. A empatia primária envolve a capacidade do conselheiro de entrar no mundo do cliente “como se fosse ele” e a sua capacidade em lhe comunicar, de forma eficaz, essa compreensão.

A empatia avançada permite ao conselheiro comunicar ao cliente a compreensão do que este diz de forma indirecta ou seja, do que está implícito nas suas palavras.

Caracteriza-se por um nível mais profundo de exploração e implica uma maior prontidão do cliente para tomar consciência dos significados implícitos de temas mais profundos.

4. A Congruência e a autenticidade implicam o ser verdadeiro e transparente na relação com o cliente ou seja, o que é expresso externamente está de acordo com a experiência interna do conselheiro;

5. A presença e atenção implicam o envolvimento do conselheiro na comunicação do cliente e são um meio através do qual o conselheiro comunica e reforça a sua aceitação, rejeição ou indiferença face às experiências dele;

6. O apreço visa essencialmente fomentar o desenvolvimento de uma relação ao nível emocional com o cliente e a expressão de sentimentos. É a expressão máxima do envolvimento que caracteriza o aconselhamento;

7. O respeito e a consideração positiva incondicional são atitudes que reflectem a aceitação do cliente tal como ele é, com a sua realidade e experiências próprias. Esta componente tem como objectivo conduzir o cliente ao crescimento e à autonomia. Não existe julgamento. A aceitação do conselheiro é o primeiro passo para a auto-aceitação e este é por sua vez o primeiro passo para a mudança;

        8. A convicção é uma condição inerente à pessoa do conselheiro, fomentando um clima de esperança e entusiasmo face à mudança. O Conselheiro acredita no que diz e no que faz, comunicando uma dinâmica de mudança e envolvimento com o cliente;

        9. A auto-actualização é a chave das qualidades do processo e significa o compromisso que o conselheiro tem com o seu crescimento pessoal, que permite a sua compreensão e aceitação de si e dos outros, ao mesmo tempo que espelha para o cliente a sua vontade de continuar a crescer e a arriscar novos comportamentos.

1.2. TÉCNICAS E RESPOSTAS

Podendo o processo de aconselhamento ser visto como uma sequência de fases, ou etapas, que envolve todo um conjunto de elementos que tornam possível o estabelecimento de uma relação única entre conselheiro e cliente que levam este último a uma mudança, torna-se importante considerar as técnicas e as respostas que o conselheiro, a cada momento deste processo interactivo, e independentemente da sua orientação teórica, pode seleccionar de forma a atingir esse objectivo.

Estas respostas implicam a utilização de técnicas específicas, de acordo quer com os conteúdos expressos pelo cliente quer com a fase do processo de mudança em que se encontra, tendo como fim último dar resposta às necessidades dele no sentido de se alcançarem os objectivos estabelecidos para a relação de aconselhamento.

1.2.1. IDEIAS A RETER

  1. As técnicas são comportamentos aprendidos que promovem a auto-exploração, permitem a compreensão e direccionam o cliente para uma mudança. Podem ser de três tipos: de apoio ou de desenvolvimento inicial da relação, de exploração e de acção.
  2. Ouvir activo é uma técnica através da qual o conselheiro aumenta e aprofunda o seu conhecimento sobre o cliente e envolve várias dimensões: a observação e interpretação do comportamento não verbal, o ouvir e compreender mensagens verbais, o ouvir o cliente no contexto em que este se insere e o detectar distorções entre o que é comunicado e a realidade observável;
  3. A auto-revelação é uma partilha construtiva de sentimentos, experiências e atitudes que visa proporcionar ao cliente uma experiência de aceitação de si e aprendizagem de um relacionamento com o outro;

4. A reflexão de sentimentos é uma tentativa de espelhar o que o cliente está a sentir e pode ocorrer a dois níveis ou seja, pode reflectir apenas os sentimentos expressos ou pode reflectir os sentimentos implícitos do cliente;

5. A instantaneidade explora o aqui e agora da interacção entre o conselheiro e o cliente e pode focar-se na relação como um todo ou num evento particular, ajudando o cliente a explorar questões como a confiança ou barreiras que ocorrem nos seus relacionamentos;

6. A concreção é o acto de manter a comunicação específica e centrada em aspectos importantes da comunicação ou do problema;

7. O questionamento é uma técnica utilizada para obter informações específicas e direccionar a conversa para áreas importantes. Para tal, deve-se recorrer à perguntas abertas que permitem a exploração do assunto.

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