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O CONCEITO DE RETÓRICA EM ARISTÓTELES

Por:   •  27/7/2021  •  Resenha  •  545 Palavras (3 Páginas)  •  198 Visualizações

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UNIVERSIDADES INTEGRADAS DO VALE DO RIBEIRA – UNIVR

UNIÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO E PESQUISA – UNISEPE

Curso de Psicologia

Marco Antônio Carvalho Ventura
RA 0377293

O CONCEITO DE RETÓRICA EM ARISTÓTELES

Registro/SP

2021

Aristóteles, assim como Platão, permanece perfeitamente persuadido, em primeiro lugar de que a retórica não tem tarefa de ensinar e de atestar acerca da verdade ou de valores éticos em geral, Assim, para Aristóteles, o objetivo da retórica é “persuadir” ou descobrir modos de persuadir em geral sobre quaisquer argumentos.

Definimos, pois, a retórica como a faculdade de descobrir em todo assunto o que é capaz de persuadir. Esta, com efeito, não é a função da arte; cada uma das artes tem em vista o ensinamento e a persuasão sobre o próprio objeto: a medicina, sobre os casos de saúde e de enfermidade, a geometria sobre as variações que ocorrem nas grandezas, a aritmética, sobre os números, e de modo semelhante as outras ciências. A retórica ao invés, parece poder descobrir o que persuade, por assim dizer, sobre qualquer assunto dado (Retórica, A 1, 1355 a 20-23).

A retórica, portanto, é uma espécie de metodologia de persuasão, uma arte que analisa e define os procedimentos com os quais o homem busca convencer os outros homens e individua as estruturas fundamentais da persuasão, estando ligado principalmente com a dialética.

A retórica é como um ramo da dialética e da ciência dos costumes, que se denomina, justamente, política (Retórica, A 2, 1355 b 26-34).

Tal definição de retórica por Aristóteles, ao contrario do que muitos acreditam, vai de encontro com a concepção platônica, que evidenciava a contradição do discurso sofista em seus diálogos “Protágoras e O Sofista”, alegando que o discurso sofista evidenciava os defeitos do sistema democrático, uma vez que se os políticos fossem escolhidos com base na adesão da maioria do público, sua área de estudos se resumiria ao estudo da retórica, com o objetivo de subir ao governo por meio daquilo que Platão chega até mesmo a chamar de “demagogia”, caracterizando o que os autores denominam de “a crítica à democracia por Platão”.

Portanto, tendo em vista o caráter estritamente político da retórica no período de Aristóteles, podem-se elencar três gêneros de retórica, sendo elas o deliberativo, judiciário e epidíctico.

Sendo própria da retórica deliberativa a função de aconselhar sobre o futuro, enquanto à judiciária cabia a defesa ou acusação fazendo uso de referências ou atos passados, com o objetivo de demonstrar que os atos e circunstancias não aconteceram ou aconteceram. Por fim, da retórica epidíctica cabe o elogio, utilizado geralmente em fatos ou eventos presentes, com o objetivo de exaltar, atestar e convencer o que e quem são dignos de louvor ou de lástima.

Por fim, podemos concluir que a retórica aristotélica é um exemplo de técnica axiologicamente neutra. Alegando que o importante é adquirir os meios para se convencer, ainda que seja por meio de opiniões e argumentos falsos ou vergonhosos, caracterizando-se mais como instrumento de persuasão que como um testemunho de conhecimento.

“[...] as paixões são coisas por causa das quais os homens variam seus juízos e elas são seguidas de prazer e de dor” (Retórica II, 1, 1348ª19)

Logo, é na Retórica que Aristóteles nos oferece seu verdadeiro tratado das paixões da alma.

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