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O Mito da Liberdade

Por:   •  12/10/2023  •  Resenha  •  1.457 Palavras (6 Páginas)  •  35 Visualizações

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O MITO DA LIBERDADE

1 PUNIÇÃO

A liberdade é caracterizada como a inexistência da oposição ou restrição (sendo a física considerada uma posição evidente ao significado de liberdade - o que a distingue da restrição determinada por meio de contingência de reforço). A restrição física possui melhor restrição no conceito de liberdade quando imposta através da intimação de punição (conceito que se restringe a contingências concedidas propositalmente por terceiros, o que caracteriza seu resultado como reforçativo).

Considera-se a punição como uma forma de indução à falta de atitudes e comportamentos inadequados “Recorre-se à punição quando se critica, ridiculariza, acusa ou ataca fisicamente uma pessoa, com o objetivo de eliminar o comportamento indesejável.” (SKINNER, 1973, p. 52), o governo e as religiões são exemplos de órgãos punitivos. Entretanto, essas atitudes suscetíveis de castigos ressurgem após a extinção das contingências punitivas, ou seja, uma punição pode resultar em condições adversas, de maneira em que a pessoa passe a ter comportamentos para desviar-se do castigo através da não prática de comportamentos punitivos.

“É possível sublimar, desde que se adote um comportamento de efeitos igualmente reforçativos mas do qual não advenham castigos. Poderá transferir um comportamento passível de punição, ao dirigi-lo contra objetos que não possam reagir — sendo, por exemplo, agressivo em relação a coisas, crianças ou pequenos animais.” (SKINNER, 1973, p. 53)

O comportamento punitivo também pode ser evitado através de terceiros, tem-se como exemplo, a criação de situações em que este tipo de comportamento seja completamente extinto; a dissolução das contingências que o reforçam; a organização de situações em que estes comportamentos podem vir a ocorrer; a imposição de reforço intenso a comportamentos substitutivos; e por última instância, através da alteração de circunstâncias fisiológicas.  

Alguns defensores da liberdade e da dignidade fizeram objeções a essas técnicas, ao passo que, quando uma pessoa se comporta de maneira inadequada e então é castigada, a mesma interpreta o bom comportamento como um mérito exclusivo seu. O problema é, novamente, da perceptibilidade do controle. “Como se torna cada vez mais difícil perceber as contingências ambientais, a bondade do homem autônomo se torna mais aparente; e existem várias razões para que os controles punitivos se tornem imperceptíveis.” (SKINNER, 1973, p. 56)

A definição de responsabilidade - que se relaciona com fatos - foi um dos meios no qual o comportamento punitivo recebeu diversas objeções, esse conceito difere o ser humano dos demais animais, tendo em vista que, um indivíduo com responsabilidades é considerado digno e merecedor quando se comporta bem. Neste caso, pessoas responsáveis podem e devem ser consideradas livres. Pensando desta maneira, chega-se à conclusão de que a responsabilidade e a punição estão diretamente ligadas, entretanto, a responsabilidade não se compreende por meio de causadores genéticos, que só podem ser alterados através de condições ambientais e não de punição.

Tem-se a isenção como contrária à responsabilidade “Aqueles que tentam fazer alguma coisa em relação ao comportamento humano - por uma razão qualquer - participam do ambiente para o qual a responsabilidade é transferida.” (SKINNER, 1973, p. 63). Esta concepção pode ser compreendida como um meio a ser utilizado em situações de comportamentos genéticos.

Portanto, compreende-se a punição como um viés controverso à liberdade, no qual a prática de técnicas reforçadoras se tornam mais eficientes.

“[..] as literaturas da liberdade e da dignidade representam seu papel na lenta e desordenada atenuação dos aspectos adversos do ambiente humano, inclusive os aspectos adversos usados no controle intencional. Mas formularam a tarefa de tal modo que não podem agora aceitar o fato de que todo controle é exercido pelo ambiente, e prosseguem em direção à concepção de ambientes melhores, e não de homens melhores.” (SKINNER, 1973, p. 67)

2 ALTERNATIVAS À PUNIÇÃO

Para os defensores da liberdade e da dignidade, a punição não é uma técnica passível de aplicação, neste caso, buscam caminhos e alternativas para o comportamento do homem autônomo.

2.1 PERMISSIVIDADE

Aplica-se esta alternativa pelo fato de que, a autonomia do sujeito não pode ser contestada, ou seja, se o indivíduo tem bom comportamento, é porque possui autocontrole e pode ser considerado um ser bom por natureza, neste caso, a dignidade e a liberdade estão asseguradas. “Um homem livre e virtuoso não precisa de governo (este apenas corrompe), e, com a anarquia, poderá ser naturalmente bom e admirado por sua conduta.” (SKINNER, 1973, p. 69)

São práticas que não utilizam de supervisão e isentam o sujeito de culpa, pois se, a partir de qualquer ato, surgir uma consequência indesejável, é porque a natureza do homem possui falhas. “A permissividade não é, contudo, uma política. É a negação da política; e suas aparentes vantagens são ilusórias. Abster-se de controlar é deixar essa tarefa, não para a própria pessoa, mas para outros componentes do ambiente social e não social. (SKINNER, 1973, p. 70)

2.2 O CONTROLADOR COMO PARTEIRA

Esta técnica origina-se da metáfora da “parteira” de Sócrates que diz que, segundo Skinner, uma pessoa auxilia outra a dar à luz determinado comportamento, e neste caso, a pessoa na qual exerce o comportamento, recebe os créditos.

Esta metáfora pode ser aplicada em conceitos psicoterápicos “Freud compartilhava de três princípios socráticos: conhece-te a ti mesmo; a virtude é o conhecimento; e o método maiêutico, ou a arte da obstetrícia, que é, naturalmente, o processo (psico) analítico.” (SKINNER, 1973, pp. 70-71)

Caso o sujeito apresente alguma atitude que não lhe foi imposto pelo controlador, é porque em algum momento foi exposto a uma situação na qual lhe fez absorver este comportamento.

2.3 ORIENTAÇÃO

Neste caso, a metáfora se dá, especificamente, à educação partindo da ideia de que o comportamento é passível de ser cultivado. Na educação inicial, o comportamento da criança avança até a maturidade, aplicando o conceito de orientação, o educador tem o poder de acelerar ou alterar o destino desse andamento.

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