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O Processo Grupal

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Por:   •  21/9/2013  •  1.712 Palavras (7 Páginas)  •  1.402 Visualizações

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1. O Processo Grupal

A nossa vida cotidiana é demarcada pela vida em grupo. A nossa inserção grupal pode ser realizada de uma forma consciente ou não. Temos consciência de que participamos de alguns grupos, comumente aqueles que aderimos por uma por uma opção pessoal, a participação nos demais é feita geralmente, de maneira rotineira e sem nos darmos conta.

Estamos rodeados de grupos e participando ou negando deles em todos os momentos de nossa vida. Raramente encontraremos uma pessoa que viva completamente isolada, mesmo o mais asceta dos eremitas levará, para o exílio voluntário, suas lembranças, seu conhecimento, sua cultura.

Precisamos também considerar os grupos estruturados com finalidades específicas: Grupos de anônimos, (AAs, NAs, DQAs, CCAs), em grupos ligados às Igrejas que atuam nas comunidades, nos partidos políticos, nos sindicatos, nas escolas, nas fábricas, nas praças, dentre outros. São grupos que tanto podem estar a serviço da transformação social quanto da sua manutenção.

Na psicologia, o estudo sistemático dos pequenos grupos sociais , buscando compreender a dinâmica dos mesmos, tem início na década de 30 e 40 , com Moreno e com Kurt Lewin. Moreno inicia com o teatro da espontaneidade que vai levar ao psicodrama, na área da pesquisa cria a Sociometria para o estudo de relações de aproximação tanto nos grupos como na comunidade como um todo.

2. A preocupação com o grupo

Historicamente, sabe-se que o vocábulo "groppo" ou "grupo" surgiu no século XVII; referia-se ao ato de retratar, artisticamente, um conjunto de pessoas;

Regina Duarte(1994), doutora em Psicologia, diz que foi somente no século XVIII que o termo passou a significar "reunião de pessoas”. A mesma autora afirma que o termo pode estar ligado tanto a ideia de "laço, coesão", quanto a de "círculo".

Não podemos esquecer que a preocupação com grupos, de Moreno e de Lewin aparecem em seguida às inovações tayloristas e fordistas que levam à elevação dos lucros, mas também à deterioração das relações tanto dos operários entre si quanto em relação a chefias e patrões.

Há uma tradição no estudo e na intervenção com pequenos grupo junto a escolas e a fábricas, que privilegia o treinamento em busca da produtividade Neste caso, a constituição do grupo está a serviço da instituição e é utilizada como um dos instrumentos de controle que a mesma exerce sobre o indivíduo.

Tradicionalmente, os estudos sobre pequenos grupos estão vinculados à teoria de K. Lewin, que os analisa em termos de espaço topológico e de sistema de forças..

3. Grupo ou processo Grupal

Em geral, os(as) autores(as), ao se referirem ao conceito de grupo, partem da descrição do mesmo fenômeno social: a reunião de duas ou mais pessoas com um objetivo comum de ação, o que difere é a leitura que os mesmos fazem do processo de constituição do grupo e do entendimento da finalidade do mesmo

Os estudos de Kurt Lewin procuravam captar a dinâmica que ocorre quando pessoas estabelecem uma interdependência seja em relação a uma tarefa proposta (sócio-grupo), seja em relação aos próprios membros em termos de atração, afeição etc. (psico-grupo). É nesta tradição que conceitos como de coesão, liderança e pressão de grupo foram sendo desenvolvidos em base de observações e experimentos. Lewin (1973, p. 54) afirma que : “ a essência de um grupo não reside na similitude ou dissimilitude de seus membros, senão em sua interdependência. Um grupo pode ser caracterizado como um “todo dinâmico”, isto significa que uma mudança no estado de uma das partes modifica o estado de qualquer outra parte. O grau de interdependencia das partes ou membros do grupo varia, em todos os casos entre uma massa sem coesão alguma e uma unidade composta”. Há uma visão de um grupo "ideal", aquele marcado por uma grande coesão.

O sociólogo Olmsted é outro autor que define o grupo como "uma pluralidade de indivíduos que estão em contato uns com os outros, que se consideram mutuamente e que estão conscientes de que têm algo significativamente importante em comum". Esta definição traz consigo a ideia da consideração mútua, sem a preocupação da homogeneidade. Aponta para a diversidade dos participantes e para o sentimento de compartilhar algo significante para cada um deles.

Com base nestas afirmações encontramos pontos que ainda hoje são importantes para o estudo dos pequenos grupos sociais, sendo o contato entre as pessoas e a busca de um objetivo comum, a interdependência entre seus membros, a coesão ou espírito de grupo que varia em um contínuo que vai da dispersão até unidade.

De acordo com o referencial de homem e de mundo que os cientistas sociais assumem o entendimento, o sentido e a explicação que os mesmos vão dar em relação ao grupo e aos processos grupais podem variar. Silvia Lane Lane (1986) enfatiza que a função do grupo é definir papéis, o que leva a definição da identidade social dos indivíduos e a garantir a sua reprodutividade social.

Tomando como base a concepção histórica e dialética do processo grupal presente na obra de Lane (1980a, 1981b, 1984b, 1989, 1998; Lane & Freitas, 1997), não é suficiente afirmar que o grupo baseia-se apenas em reunir pessoas que compartilham normas e objetivos comuns. Significa compreender o grupo enquanto relações e vínculos entre pessoas com necessidades individuais e/ou interesses coletivos, que se expressam no cotidiano da prática social. Além disso, o grupo é também uma estrutura social, uma realidade total, um conjunto que não pode ser reduzido à soma de seus membros, supondo alguns vínculos entre os indivíduos, ou seja, uma relação de interdependência. À semelhança de qualquer vivência humana, o processo grupal implica relações de poder e de práticas compartilhadas e, ao se realizar, desenvolve a sua identidade (intragrupo e intergrupos). A atividade grupal tem, portanto, a dimensão externa relacionada com a sociedade e/ou outros grupos, quando o grupo deve ser capaz de produzir um efeito real sobre eles para afirmar sua identidade, e a interna, vinculada aos membros do próprio grupo, em direção à realização dos objetivos que levem em consideração as aspirações individuais ou comuns.

O grupo também pode ser visto como um lugar onde as pessoas mostram suas diferenças. Onde as relações de poder estão presentes e perpassam as decisões cotidianas, onde o conflito é inerente ao processo de relações que se estabelece. Onde há uma convivência do diferente, do plural. Num confronto de ideias, buscando conciliar

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