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O Transtorno na Adolescencia

Por:   •  24/9/2016  •  Dissertação  •  2.662 Palavras (11 Páginas)  •  312 Visualizações

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REVISAO LETERARIA

2.
Os estudos mostram que o abusador
é uma pessoa que possivelmente a criança confia. Segundo AZEVEDO e GUERRA (2000) os agressores sexuais de crianças e adolescentes que sofrem distúrbios psiquiátricos são uma minoria. São pessoas aparentemente "normais", com laços estreitos com a vítima. Pode ser uma pessoa da família, como pai, padrasto, avô, primos, tios, alguém conhecido e supostamente de confiança, como vizinhos, amigos dos pais, ou mesmo alguém com estatuto de confiança social (educadores, padres, pastores, etc.)
O adulto que comete violência sexual sempre pede para a criança guardar segredo sobre o que aconteceu usando diversas formas de pressão. É muito comum a criança se sentir culpada e até merecedora da violência em si, haja vista ela não ter estrutura mental suficiente para explicar tal ato cometido contra si. Aliado ao sentimento de culpa, a pressão psicológica exercida pelo perpetrador, o próprio laço de afeição entre estes.

Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ocorrem no Brasil, por ano, cerca de 100 mil casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Mas menos de 20% desses casos chegam ao conhecimento das pessoas encarregadas de tomar providências.

Os resultados destes estudos têm revelado que
as consequências de uma violência sexual praticada contra crianças e adolescentes podem ser físicas, psicológicas ou de comportamento. A mudança repentina de comportamento da criança ou adolescente pode indicar uma situação de violência sexual. Os sinais emocionais, ao contrário dos físicos, são mais difíceis de serem percebidos.




2.1

A Prevenção Como Forma de Diminuir o Índice de Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes

       Nos últimos anos, tem-se observado um aumento “epidêmico” dos fenômenos de violência na sociedade. A violência tem se mostrado com aspectos ferozes quando qualquer outro evento dito catastrófico ( Meneghel, Giugliane e Falceto, 1998). Os dramáticos indicies de violência e suas diferentes formas de manifestação tornaram-se uma grande problemática para a sociedade brasileira. Esse crescimento deve-se a diversos fatores, entre eles as imensas desigualdades econômicas, sociais e culturais, a disseminação das drogas, o desemprego, ou mesmo os efeitos perversos da chamada cultura de massa ( Peralta,2000). Contudo, a temática da violência como sendo um problema de saúde publica só surgiu no Brasil na década de 80, ampliando o espaço para se discutir a questão dos maus-tratos ( Deslandes, !994). Conceitualmente, a violência pode ser considerada toda ação que causa danos, prejuízos a vida e a saúde do indivíduo, caracterizado por maus-tratos, cerceamento da liberdade ou imposição da força (Meneghel e cols, 1998).

Para alguns pesquisadores, a maior prevalência do problema está entre as classes menos favorecidas. Outros, porém, afirmam que pessoas de qualquer classe social podem apresentar condutas violentas. De um lado te4mos as classes sócias mais favorecidas que escondem os comportamentos abusivos (Meneghel e cols, 1998); e de outro, a pobreza que aumenta em 22 vezes o risco de maus-tratos, 56 vezes o de negligencia educacional e 60 vezes, o risco de morte por abuso e/ou negligencia (Day e cols., 2003). A desigualdade estrutural e social, historicamente construída na sociedade brasileira, determina-se pelas relações de dominação entre as classes sócias, como pela denominação de gênero e raça (Avancini, 2004).
      Mesmo com as mudanças vistas hoje, observa-se uma banalização da violência. Esta passou a ser vista com naturalidade e aqueles que são afetados restam-lhes aprender a conviver com ela, deixando, após algum tempo, de reagir negativamente a esses eventos, incorporando-os aos seus contextos culturais (Araujo,2002, Polanczyk, Zavaschi, Benetti, Zenkes, e Gammerman, 2003). É significante o impacto da violência nas relações interpessoais e, sobretudo, nas relações familiares. A violência não é só a violação ou transgressão de normas, regras e leis, mas também, uma relação onde haja dominação, exploração, opressão e a coisificação de um ser humano (Araujo, 2002). Diante da preocupação de compreender a violência, a literatura mostra 5 categorias mais comuns, a saber:
        1. A violência física é a mais frequente, ocorre quando alguém causa ou tenta causar dano por meio de força física, de algum tipo de arma ou instrumento que cause ou possa causar lesões internas, externas ou ambas. As estatísticas apontam a mãe como sendo a maior agressora física (Day e cols, 2003). O abuso físico é toda ação, única ou repetida, não acidental, ou seja, intencionalmente, na qual o adulto usa de força física par causar dor e desconforto à criança (Habigzang & Caminha, 2005).
       2. A violência psicológica inclui toda ação ou omissão que causa ou visa causar dano à auto estima, à identidade ou ao desenvolvimento da pessoa. É a forma mais subjetiva, embora seja muito frequente a associação com agressão física (Day e cols, 2003). O abuso emocional compreende a rejeição, isolamento, depreciação, discriminação, corrupção, punição ou cobranças exageradas do adulto em relação à criança ou ao adolescente (Habigzang & Caminha, 2005). É considerada uma agressão, assim como as demais formas interrompa ou altere o desenvolvimento psicológico saudável e considerado violência psicológica (Avancini, 2004). Acusações graves e infundadas também podem ser consideradas uma forma de violência psicológica.
      3. A negligencia é a omissão de responsabilidade de um ou mais membros da família em relação a outro, principalmente nos casos em que a pessoa necessita de cuidados especiais. Ocorre quando s pais ou responsáveis falham em prover cuidados de saúde, nutrição, higiene pessoal, vestimenta, educação, habitação e sustentação emocional. É mais comum em famílias jovens, nas quais a criança está doente e é mantida pela mãe (Day e cols.2003) é a omissão do que é necessário à integridade física, intelectual, moral e social (Habigzang & Caminha,2005).
        4. A violência sexual é toda ação na qual uma pessoa, em situação de poder, obriga uma outra à realização de práticas sexuais, utilizando força física, influencia psicológica ou usa de armas ou drogas (Day e cols,2003). O abuso sexual é definido como todo ato ou jogo, relação hetero ou homossexual, cujo agressor esteja em estágio de desenvolvimento psicossexual mais adiantado que a criança ou adolescente. Tem por finalidade estimulá-la sexualmente ou utiliza-la para obter estimulação sexual (Habigzang & Caminha, 2005).
     5. A exploração sexual infanto-juvenil é uma forma de violência em que a criança ou adolescente é induzido ou coagido a participar de ações ilícitas, com prejuízo à sua integridade física, psicológica e moral (Habigzang & Caminha, 2005). A exploração ocorre quando uns adultos mantem práticas sexuais com uma criança ou adolescente mediada pela troca por dinheiro, objetos, roupas, alimentos ou favores.
      Pesquisas demonstram que a violência contra crianças e adolescentes configura-se numa transgressão do poder de proteção do adulto e no desrespeito a infância, isto é, a negação do direito que criança e adolescentes tem de serem tratados como sujeitos e pessoas em condições peculiares de desenvolvimento (Day e cols, 2003).

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