O filme "TROPA DE ELITE"

UNIVERSIDADE ANHANGUERA- UNIDERP

CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Curso Serviço Social

Atividade Práticas Supervisionadas

Disciplina: Psicologia e Serviço Social

Setembro/ 2012

Etapa 1:

Cultura é um conjunto de manifestações artísticas, sociais lingüísticas e comportamentais de um povo ou civilização. A música, o teatro, rituais religiosos, a língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções, pensamentos, formas de organização social fazem parte da cultura de um povo. Uma das capacidades que diferenciam o ser humano dos animais irracionais é a capacidade de produção de cultura.

O filme “TROPA DE ELITE” traz uma crítica à corrupção da polícia carioca, mostra a hipocrisia da classe média, representada por estudantes universitários, que criticam a violência policial. Realidade da cultura da sociedade carioca, estes mesmos estudantes consomem drogas e participam do tráfico de drogas nas festas estudantis e até mesmo dentro da universidade, dessa maneira favorece a violência urbana carioca.

O filme retrata a cultura de uma corporação policial que existe no Brasil à duzentos anos ( criada em 1808 por D. João VI ). A Polícia Militar do Rio de Janeiro como em qualquer organização policial no mundo tem em seu quadro muitos policiais valorosos e honestos, porém, os maus policiais existem. Realidade objetiva de subordinação em que a comunidade de morros e favelas no Rio de Janeiro estão sujeitas. O filme “Tropa de Elite” mostra uma parte da cultura do Rio de Janeiro. Favelas, tráfico de drogas, corrupção policial, a burguesia que é representada pelos estudantes universitários. Mostra os guetos marginais das favelas, miséria sócio econômica e miséria moral. É a luta constante, desenfreada de delinqüentes e policiais para provar quem consegue ser mais violento. Cheio de muita tortura, sangue, falta de escrúpulos, verdadeira desumanidade, desrespeito à vida e a dignidade da pessoa.

Como forma de aprofundamento do tema da violência e sua atual relação no filme, podemos realizar a luz de teorias sociais sobre a violência e o crime. O filme é reflexo de um discurso social, mostra determinada visão do mundo, mostra o tráfico de drogas, sendo uma transação econômica. O consumo de drogas é o grande e principal fomentador da violência urbana.

O filme apresenta inicialmente a policia militar convencional do Rio e Janeiro que está tomada pela corrupção. Dinheiro vindo do jogo do bicho ou das propinas que ganham pela venda de armas aos traficantes.

Mas também mostra o BOPE, Tropa de Elite da Polícia Militar, que faz parte dela, mas que na prática é completamente diferente. Ele foi criado para intervir quando a Polícia convencional, não consegue dar conta do serviço.

No filme, a missão da Tropa de Elite é a de dar segurança ao Papa na sua visita ao Rio de Janeiro. O personagem principal do filme é o capitão Nascimento, vivido pelo ator Wagner Moura. Policial honesto que quer deixar a Tropa de Elite e quer encontrar um substituto para poder ficar mais ao lado da família já que seu filho nasceu. Nascimento é um policial dedicado integralmente a sua função e em virtude disso é extremamente estressado.

Capitão Nascimento coordena o curso de formação do BOPE e entre os novos alunos estão Matias e Neto, dois policiais militares, aspirantes, jovens, honestos e corajosos.

O curso de formação do BOPE prepara policiais para a guerra, eles são mais bem preparados que os integrantes do exército de Israel. Curso bastante rigoroso e com elevada carga de pressão para formar seus soldados.

O filme também mostra a classe média, representada por estudantes universitários que fazem trabalhos em ONG’S nas favelas. Eles criticam a violência policial, mas, realizam o consumo e o tráfico de drogas nas festas estudantis e na própria universidade, e assim favorecem a violência que eles mesmos criticam.

Etapa 2:

No filme Tropa de Elite podemos observar diversos conceitos relatados como a violência e o crime, que são as vertentes do mal e o insuportável. O filme trás vários conflitos entre o certo e o errado, o bem e o mal. Até que ponto o mal é necessário? Até que ponto é aceito? Num determinado trecho, o personagem principal, capitão Nascimento, se depara com o suplico de uma mãe que teve o filho, a princípio desaparecido, em poder ter ao menos ter o direito de enterrá-lo. Momentos antes, o mesmo personagem teria abordado esse menino que na ocasião cumpria a função de fogueteiro (personagem do tráfico encarregado de alertar os demais criminosos sobre a chegada da polícia) e pelo fato de ser uma criança, foi solto pela polícia, porém, no que parecia a polícia estar ajudando o garoto, acabou o deixando ser julgado pelos traficantes, onde foi condenado e executado por não ter cumprido a sua função. Diante desse sentimento de culpa, Nascimento faz uma busca desesperada pelo corpo do menino, para que ao menos pudesse diminuir a dor da mãe. Também, um outro integrante da equipe do BOPE foi morto por traficantes ao ser confundido com outro policial enquanto tentava entregar um óculos de presente a uma criança da favela. Tomados pelo sentimento de revolta, Capitão Nascimento e soldado Mathias, partem, a todo custo, em busca dos responsáveis pelo crime, praticando o mau banal, iludidos pelo sentimento de vingança. Ao final, Nascimento dá a Mathias a oportunidade de matar o traficante Baiano, responsável pela morte de seu amigo e companheiro de trabalho e, ao invés de prendê-lo, o matam com um tiro no rosto, demonstrando a utilização do mau banal justificado pelo insuportável.

A psicologia serve para orientar o indivíduo de modificar suas ações. O indivíduo é a base de uma sociedade. O Serviço Social, trabalha com estratégias para minimizar as situações de desigualdades sociais na medida em que seja incorporada a nova concepção de assistência voltada para o atendimento das necessidades sociais e para o enfrentamento da pobreza.

No filme Tropa de Elite podemos observar diversos conceitos relatados no texto Violência e Banalidade de Odílio Alves Aguiar (com base no que escreveu Jerome Kohn sobre as idéias de Hannah Arendt), bem como no trecho Diante do Insuportável do livro de François Jullien (Fundar a moral - Diálogos de Mêncio com um filósofo das luzes), são eles as vertentes do mal e o insuportável, respectivamente.

O filme trás vários