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OS DESAFIOS DO ATENDIMENTO PSICOLÓGICO PARA PESSOAS SURDAS

Por:   •  7/11/2022  •  Artigo  •  10.434 Palavras (42 Páginas)  •  189 Visualizações

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OS DESAFIOS DO ATENDIMENTO PSICOLÓGICO PARA PESSOAS SURDAS: a importância da Psicologia Inclusiva

Jéssica Mayara Galdino Araújo1 

Ana Flavia de Oliveira Borba Coutinho2 

RESUMO

A Psicologia Inclusiva surgiu mediante a necessidade do atendimento psicológico para pessoas surdas que, por muito tempo, foram marginalizadas, e não podiam ocupar espaços públicos, tampouco psicoterapêuticos, pois eram isoladas. A psicologia inclusiva foi desenvolvida para combater tais práticas e se tornou uma das muitas ferramentas que o estudante de psicologia e a classe de psicólogo podem usar para defender a inclusão de minorias - destacando as pessoas com deficiência, especialmente os surdos. Dessa forma, esta pesquisa teve como objetivo geral analisar os desafios do atendimento psicológico para pessoas surdas. E específicos, Identificar a evolução sócio histórica da pessoa surda, com ênfase na cultura surda; Refletir sobre a formação e capacitação de alunos de Psicologia para atender a pessoa surda; Analisar as necessidades do surdo em ter um atendimento psicológico; Investigar a capacitação dos profissionais de Psicologia ativos para o atendimento do público surdo. Tratou-se de uma pesquisa descritiva, de campo, e de carácter quantitativo e qualitativo. Participaram da pesquisa 04 surdos, 36 alunos concluintes de Psicologia e 11 Psicólogas, de forma a apreender a visão dos diversos atores sobre a temática. Para a coleta de dados foram usados questionários e entrevistas. Foram obedecidos os critérios éticos da pesquisa científica, submetendo o projeto ao comitê de ética. Por fim, o propósito com este trabalho foi dar visibilidade à importância do apoio psicológico às pessoas surdas, a fim de que este sirva também como um alerta, uma forma de conscientização para a busca da psicologia inclusiva na atuação profissional, uma vez que os resultados dessa pesquisa mostraram que todos os participantes surdos desejam ser atendidos em Libra e, em contrapartida, nenhum dos psicólogos atendem esse público, sendo assim, muitos indivíduos surdos são excluídos do processo psicoterapêutico por conta da sua deficiência. Por isso, os dados apontam para as deficiências da sociedade, que são a negligência e o desinteresse, as quais têm impedido muitos profissionais de atuarem a favor desse povo.

Palavras-Chave: Psicologia Inclusiva. Pessoas com deficiência. Surdez. ABSTRACT

Inclusive Psychology arose from the need for psychological care for deaf people who, for a long time, were marginalized, and could not occupy public spaces, nor psychotherapeutic, as they were isolated. Inclusive psychology was developed to combat such practices and has become one of the many tools the psychology student and psychologist class can use to advocate for the inclusion of minorities - emphasizing people with disabilities, especially the deaf. Thus, this research aimed to analyze the challenges of psychological care for deaf people. And specific, Identify the socio-historical evolution of the deaf person, with an emphasis on deaf culture; Reflect on the education and training of Psychology students to care for the deaf person; Analyze the deaf's needs in having psychological assistance; Investigate the training of active Psychology professionals to serve the deaf public. It was a descriptive,

1 Graduanda do Curso de Psicologia. E-mail: jessicagaldinopsi@gmail.com

2 Prof.ª Drª Ana Flávia de Oliveira Borba Coutinho. Doutora em Psicologia Social. E-mail:anaflavia@iesp.edu.br 

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field, and quantitative and qualitative research. The research included 04 deaf people, 36 graduating Psychology students and 11 Psychologists, in order to apprehend the vision of different actors on the subject. For data collection, questionnaires and interviews were used. The ethical criteria of scientific research were followed, submitting the project to the ethics committee. Finally, the purpose of this work was to give visibility to the importance of psychological support for deaf people, so that it also serves as an alert, a form of awareness for the search for inclusive psychology in professional practice, since the results this research showed that all deaf participants want to be assisted in Libra and, on the other hand, none of the psychologists attend to this public, so many deaf individuals are excluded from the psychotherapeutic process due to their disability. Therefore, the data point to the deficiencies of society, which are negligence and disinterest, which have prevented many professionals from acting on behalf of these people.

Palavras-Chave: Inclusive Psychology. Disabled people. Deafness.

1 INTRODUÇÃO

Com o passar dos anos, a Psicologia, pouco a pouco, tem avançado no processo de inclusão social, fazendo com que as pessoas com deficiência (PCD) tenham atendimento e tratamento propício. Dessa forma, estas podem desenvolver mecanismos para se reafirmar como sujeito ativo e ter maior potencial para encarar e enfrentar com mais efetividade a sociedade que, até dado momento, não está pronta para lidar com essas pessoas.

A Psicologia Inclusiva pode ser entendida como uma série de intervenções de caráter político, cultural e social que parte do psicólogo, mediante a necessidade de promover o acesso e garantir a permanência de pessoas com deficiência no espaço terapêutico a fim de atender suas demandas, ultrapassando as deficiências, sejam elas motoras, sensitivas ou auditivas, assegurando que, independentemente dos aspectos individuais, estes não podem interferir quanto à igualdade de direitos concernente a todos (FIGUEIRA, 2015).

O principal objetivo da Psicologia Inclusiva é dar às pessoas com deficiência um atendimento psicoterapêutico adequado, sem discriminação, conforme o marco legal que regulamenta a inclusão. Dentre as leis, pode-se destacar a Lei da Acessibilidade (Lei nº 10.098), Lei de Libras (Lei nº 10.436) e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146), a qual diz respeito à deliberação do amparo, do acolhimento, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais pela pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social (BRASIL, 2015).

Observou-se que, apesar dos avanços no marco legal brasileiro, muitos profissionais da Psicologia continuam alheios às questões de inclusão, não tendo em sua formação

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acadêmica o direcionamento para a prática inclusiva, embora o exercício deste profissional constitua-se, principalmente, pela comunicação. Pensando especificamente nas pessoas surdas, apesar da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) ser a segunda língua oficial no Brasil, são poucas as pessoas que a dominam, e por essa razão, o surdo fica excluído socialmente.

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