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PSICOTERAPIA BREVE OPERACIONALIZADA APLICADA EM ATENDIMENTO A CASAIS – UMA POSSIBILIDADE

Por:   •  14/3/2019  •  Trabalho acadêmico  •  4.055 Palavras (17 Páginas)  •  343 Visualizações

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PSICOTERAPIA BREVE OPERACIONALIZADA APLICADA EM ATENDIMENTO A CASAIS – UMA POSSIBILIDADE


Angela Cristini Gebara

“A inveja aleja, o ciúme mata”

Ryad Simon


1. Sobre Psicoterapia Breve Operacionalizada

Simon (2005) propõe uma modalidade de psicoterapia breve que denomina Psicoterapia Breve Operacionalizada, baseado na concepção evolutiva de adaptação a programas preventivos no campo da Saúde Mental. O diagnóstico baseia-se na escala diagnóstica adaptativa operacionalizada (EDAO) (Simon, 1989), desenvolvida por ele com a finalidade de criar um método de avaliação diagnóstica que permita, com brevidade, fazer um levantamento da população e organizar providências para seu atendimento conforme a classificação atribuída a cada indivíduo, segundo o critério adaptativo.
Simon (2005) enfatiza que há necessidade de realizar entrevistas pormenorizadas, já que é preciso ter dados para entender o dinamismo inconsciente que sustenta as soluções inadequadas, e para planejar a psicoterapia breve Operacionalizada. Isso significa que temos que compreender o que sustenta os conflitos atuais e se considerarmos a psicanálise, acreditamos que os conflitos atuais estão sendo sustentados por “vivências” passadas, seja na realidade externa ou psíquica, reatualizadas no momento atual. Para isso é necessário, por meio da investigação da história de vida pregressa, detectar minuciosamente as situações-problema; determinar se há uma situação-problema nuclear; compreender as conexões entre as mesmas; formular conjecturas a respeito dos complexos inconscientes que influem na adequação das soluções pregressas e atuais. Simon (1996,2005) refere que estas entrevistas psicológicas (baseadas na EDAO), devem ser tantas quantas forem necessárias para verificar a adequação das soluções do sujeito no presente, determinando-se as situações-problema, as quais são definidas como resultado de fatores ambientais, existentes no presente, interagindo com fatores intrapsíquicos, provocando soluções inadequadas, podendo causar crise adaptativa ou deterioração gradual da adaptação existente. Ele considera que a situação-problema, como decorrente de soluções “pouco” ou “pouquíssimo adequadas”, verificadas no presente do sujeito, são examinadas em cada setor da adaptação (A-R, Pr, SC e Or).Observam-se quais as interações entre estes setores da adaptação e determina-se a situação-problema nuclear. Às vezes, basta ajudar o paciente a encontrar uma solução “adequada” para a situação-problema nuclear para que os demais problemas dela derivados resolva-se espontaneamente. “Situação-problema nuclear” refere-se à situação-problema que se admite estar influindo em outras situações-problema no momento, designando-se estas últimas de “situações-problemas conseqüentes”.

2. Psicoterapia Breve Operacionalizada: Possibilidades de aplicação

Seguindo o modelo proposto por Simon (1989, 2005) de Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada (EDAO) e Psicoterapia Breve Operacionalizada (PBO) e, principalmente considerando que na segunda técnica no atendimento, dependendo da situação problema e do diagnóstico adaptativo e psicodinâmico, é possível chamar membros da família, ou o objeto envolvido na problemática (Simon (2005) ; Gebara (2003; 2011)) , resolvi, atender a demanda de casais que buscavam auxílio terapêutico.

2.1. Adaptação da técnica

Baseados em tais conceitos, fiz uma adaptação da PBO para atendimentos de casais. A entrevista diagnóstica foi realizada inicialmente com uma entrevista com a presença do casal e outras duas separadamente. Na entrevista com o casal, foi explorada a queixa e anamnese da queixa, assim como a expectativa destes quanto ao processo psicoterapêutico. Nas entrevistas individuais observou-se a perspectiva de cada um sobre a situação problema, expectativa sobre a relação, tipo de vínculo estabelecido e qualidade do afeto. Capacidade adaptativa de cada um e os recursos egóicos. No Afetivo Relacional (A-R) observou-se a relação estabelecida com ele próprio e com o parceiro(a) a capacidade de amar que o paciente possui, por meio da observação dos vínculos estabelecidos desde o passado até o presente. Se estes são na atualidade de adulto para adulto; adulto para criança ou criança para criança. Sua capacidade de insigth, capacidade de lidar com frustração, se reconhece a necessidade do parceiro (a), se percebe sua inveja e ciúme, se possui gratidão. Se consegue nesse setor encontrar gratificação, sem conflito. 
No setor de Produtividade (Pr) – Relação do sujeito com alguma atividade produtiva que lhe seja significativa No setor Sócio Cultural (S-C) – Relação do paciente com as normas e leis vigentes, assim como as questões culturais 
E o setor orgânico (Or) – estado e funções dos órgãos; cuidados com o corpo. Questões relativas ao orgasmo sexual – Após as entrevistas, de posse de todos os dados sobre a situação-problema, a pouca adequação atual, e as conjeturas psicodinâmicas, o terapeuta determinar previamente o número de sessões a serem trabalhadas com o casal. Estas podem variar desde o número de uma sessão, em situação-problema simples, a no máximo doze sessões, quando as situações-problema são complexas ou existe “crise adaptativa”. A freqüência é de uma sessão por semana. As situações-problema são trabalhadas por meio de classificações e uso de interpretações teorizadas , tendo por base as conjeturas psicodinâmicas, ajudando o casal a compreender as razões inconscientes de seu comportamento pregresso e atual. Se a conjetura psicodinâmica é plausível e corresponde a um aspecto inferido corretamente, geralmente provoca novas associações e ressonâncias de significado emocional que ajudam na compreensão de como se deram as soluções “pouco” ou “pouquíssimo adequadas”, estimulando a procura de soluções mais eficazes. 
Esse processo foi submetido a supervisão do Dr. Ryad Simon, que sugeriu que se realizasse, no final do processo entrevistas individuais com o casal separadamente, pois muitas informações são confidenciadas apenas nesse momento.


3. Algumas considerações a respeito da Terapia de casal


3.1 Vantagens e desvantagens


No caso da psicoterapia breve de casal a dinâmica de ambos fica escancarada diante do terapeuta, permitindo uma observação viva no aqui agora. As intervenções podem atingia a dupla, no que se refere à relação, isso me parece uma vantagem. No entanto, conteúdos mais primitivos e individuais, não devem ser apontados na presença de ambos. Conflitos intrapsíquicos individuais devem ser trabalhados na psicoterapia individual. Há de se manter preservada à individualidade de cada um e se ter em mente que à exposição excessiva dos conteúdos psíquicos pode prejudicar ao invés de favorecer a relação afetiva do casal. 
Penso que outra dificuldade, está localizada no manejo da transferência. Especificamente nesse tipo de abordagem, você é permanentemente convidado à julgar o(a) companheiro(a). Há uma tentativa de realizer um conluio com o terapêuta e excluir o terceiro e elegendo um culpado para o fracasso na relação. O casal, às vezes, demora para compreender que não está em um tribunal. Ambos, comumente, regridem neste contexto.
3.2 Objetivos específicos da terapia de casalA terapia breve de casal, tem como objetivo específico resolver a situação problema atual, busca soluções mais adequadas para as situações problema apresentadas relativa a relação; auxilia a definir a condição do casal – se caminharão juntos ou separados; Busca apliar a compreensão e empatia destes, para que no lugar de disputa e rivalidade se instale a colaboração. Tem como objetivo, ampliar o conhecimento do tipo de vínculo estabelecido e nas responsabilidades e consequências da ação de cada qual na relação.O objetivo não é a reestruturação da personalidade.

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