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Perspectivas Epistemológicas em psicologia clínica e da saúde

Por:   •  26/5/2018  •  Artigo  •  1.855 Palavras (8 Páginas)  •  454 Visualizações

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Casos Práticos

Perspectivas epistemológicas em psicologia clínica e da saúde

        

Carlos Henrique Pires Robaço.

Abril 2018.

FUNIBER.

Departamento de Psicologia.

Psicologia Clínica


Resumo

Este estudo de Caso Prático é dividido em dois casos práticos. O primeiro, trata das normas éticas dos profissionais de psicología. Aborda o caso de Henrique, psicólogo de uma companhia aérea que durante sua carreira acumula varios incidentes de quebra de decoro, ferindo as normas éticas profissionais da prática psicológica. O Caso Prático é desenvolvido em texto dissertativo. O segundo, trata da entrevista realizada pelo Doutor Albert Ellis criador da Psicoterapia Racional-Emotiva, ou também conhecida como TREC - Terapia racional emotiva comportamental, com “Glória”, o doutor recebe sua cliente com uma problemática e demonstra a validade da TREC, utilizando todas as ferramentas possíveis para retirar o sintoma apresentado. O Caso Prático é desenvolvido em modelo de perguntas e respostas. 


Tabela de conteúdos

Capítulo 1 Normas éticas dos psicólogos        4

Capítulo 2 Análise da entrevista de Albert Ellis com “Glória”        7


Caso Prático 1

Normas éticas dos psicólogos

        Nosso caso prático se inicia em um setor de RH de uma companhia aérea. Para garantir a confidencialidade vamos desde o início nos referir às pessoas envolvidas, sejam profissionais ou clientes, com nomes fictícios. Veremos que em um ambiente de trabalho, como em todo lugar, devemos prioritariamente prezar pela Ética.

        O setor de RH possuía uma equipe de psicólogos que faziam recrutamento de pessoal, atendiam as demandas internas e trabalhavam com alguns grupos de funcionários para auxiliar nos trabalhos em equipe, vendas, telemarketing e equipes de vôo. Havia um psicólogo, em especial, que era muito falante, que no convívio da equipe do RH, não poupava a língua. Falava muito, falava de tudo, do que convinha e do que não convinha e de certa forma fazia às vezes de líder de mudança. Sua eloquência e opiniões faziam seguidores, alguns surdos outros mudos, ou seja, cada um na sua. Mas sempre o assunto recaia em sua formação, se dizia muito letrado e, argumentativo, defendia a corrente de psicologia que havia se formado que, se bem me lembro, era Gestalt terapia. Falava pomposamente que devíamos ter responsabilidade com nosso aqui e agora. Incoerentemente - mais a frente vocês entenderão o porquê, ele rechaçava abertamente os colegas que se formaram e aplicavam métodos da psicanálise, jocosamente dizia que eram tarados alguns, recalcados outros, suas críticas a psicanálise eram diretas, contundentes e ostensivas, afinal a língua não cabia na boca.

        Com o passar do tempo e com o crescimento da companhia, a demanda de trabalho aumentou muito e dividiram a equipe de forma que um psicólogo trabalharia em conjunto com um estagiário. Cabendo ao nosso amigo falastrão conduzir a seleção das aeromoças. Desculpe, não apresentei formalmente o seu nome, ele se chamava Henrique. Todo mundo sabia da sua fama de garanhão, galinha, seja lá o adjetivo que for. Mas, o chefe da equipe tinha algum motivo para não cercea-lo e ainda colocá-lo naquele posto de trabalho. Henrique era um bom profissional, pelo menos formalmente, e detinha uma posição destacada e assertiva nos seus trabalhos em grupo. Mas, não muito ortodoxo, fazia perguntas e abordagens descabidas durante a seleção, transformava assuntos pessoais e particulares em tema das discussões, ou seja, dia sim dia não ele tinha assunto na roda para falar. Ria da jovem que sonhava ser aeromoça desde os quatro anos de idade, caçoava da candidata de meia idade que se esforçava para ser jovial falando gírias que não condiziam com sua figura de senhora. Não mantinha nenhuma confidencialidade. E foi nessa quebra do decoro, abandonando a regra de confidencialidade, que ficamos sabendo que ele possuía um consultório. Sua prática era entrar em contato com as candidatas não selecionadas, pois tinha toda informação nas fichas individuais, para aliciá-las com promessas de verificar o perfil e adequa-lo as necessidades da companhia, prometendo uma possível admissão. Quase enforcamos o estagiário para que ele confirmasse a história, mas, para surpresa geral ele revelou algo mais grave. Henrique se aproveitava da ambição das jovens de entrar numa companhia aérea de grande porte e “ficava” com elas, tinha relações intimas com várias jovens em variado cenário. Seu consultório era palco de todo tipo de quebra de decoro ético. O cúmulo do absurdo foi ele ter mantido relação com uma candidata que claramente demonstrava sintomas patológicos de bipolaridade e ao recebê-la na seleção da companhia aprovou-a no teste de seleção, admitindo-a como comissária de bordo. Como disse anteriormente, vocês entenderiam a incoerência de Henrique, ele em seu consultório disponibilizou mobiliário e ambiente acolhedor de meia luz, almofadas confortáveis e tudo mais para supostamente atender usando a metodologia da psicanálise, mas, não tinha interesse de indagar processos anímicos, não tinha interesse de tratar perturbações neuróticas, suas intenções eram espúrias, usar da punção sexual para entrar na intimidade das jovens que acreditavam serem clientes, era o lobo tomando conta de ovelhas. Sua relação com as clientes era totalmente inadequada.

        Vamos sair um pouco deste clima sombrio, que nos causa inconformidade e asco, para continuarmos nosso estudo de caso prático.

        Henrique apesar de ter relativo sucesso em suas seleções, se utilizava de testes antiquados e não tinha se quer a decência de admitir isso e, ainda, de buscar uma formação continuada, passava longe das revistas, artigos e publicações voltadas aos psicólogos. Não se atualizava e nem se quer conversava com os colegas de equipe sobre como eles se mantinham atualizados.  

        Vocês devem estar pensando como um sujeito consegue ferir tantos códigos éticos de uma só vez. Lembro que, primeiro, esses fatos se deram no decorrer de quinze anos de atuação. Segundo, os acontecimentos iniciais colaboravam com os fatos que se sucediam, ou seja, eram imbricados, uma bola de neve, uma atitude deflagrava a outra e o sujeito não tinha como voltar atrás ou não desejava voltar atrás.

Nos primeiros anos em que Henrique fora contratado, ele afirmava continuar a sua formação acadêmica. Dizia estar realizando uma Especialização. Alguns anos após deu notícia da aprovação para o Mestrado e, após o tempo necessário para a conclusão do Mestrado, nos comunicou com alegria sua inscrição no Doutorado, mas, como a titulação não dava ascensão funcional e o cargo de chefe estava cristalizado na figura do Aurélio, nunca vimos diplomas nenhum. Mas, como todo grupo de trabalho há sempre apelidos, e todos de maneira irreverente o chamavam de doutor.

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