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Piaget, Vygotsky e Wallon: contribuições para os estudos da linguagem

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Por:   •  14/8/2013  •  Tese  •  7.005 Palavras (29 Páginas)  •  991 Visualizações

Página 1 de 29

Psicologia em Estudo

Print version ISSN 1413-7372

Psicol. estud. vol.17 no.2 Maringá Apr./June 2012

http://dx.doi.org/10.1590/S1413-73722012000200011

ARTIGOS

Piaget, Vygotsky e Wallon: contribuições para os estudos da linguagem

Piaget, Vygotsky and Wallon: contributions for language studies

Piaget, Vygotsky y Wallon: contribuciones a los estudios del lenguaje

Caciana Linhares PereiraI

I Doutora em Educação Brasileira (Desenvolvimento, Linguagem e Educação da Criança) pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Professora do Curso de Psicologia da Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Endereço para correspondência

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RESUMO

O presente artigo aborda alguns aspectos da relação entre linguagem e pensamento na criança a partir das teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon. Os aspectos analisados nos permitem situar estes autores no debate - tipicamente moderno - que envolve as complexas relações entre linguagem e pensamento. Constata-se que a modernidade do pensamento dos três autores comparece, sobretudo, no abandono de uma perspectiva instrumental da linguagem e no estabelecimento de proposições que tomam a linguagem como uma função constitutiva do próprio pensamento.

Palavras-chave: Linguagem; pensamento; criança.

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ABSTRACT

This article discusses some aspects of the relationship between language and thought in the child from the theories of Piaget, Vygotsky, and Wallon. The aspects analyzed allow us to place these authors in the debate - typically modern - which involves the complex relations between language and thought. It is noted that the modernity of the thought of the three authors attends, above all, in the abandonment of an instrumental view of language and the establishment of propositions that take the language as a constitutive function of one´s own thinking.

Key words: Language; thought; children.

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RESUMEN

El presente artículo presenta algunos aspectos de la relación entre lenguaje y pensamiento en el niño desde el punto de vista de Piaget, Vygotsky y Wallon. Los aspectos analizados nos permiten ubicar estos autores en el debate - típicamente moderno - que involucra las complejas relaciones entre lenguaje y pensamiento. Se constata que la modernidad del pensamiento de los tres autores comparece, fundamentalmente, en el abandono de una perspectiva instrumental del lenguaje y en el establecimiento de proporciones que toman el lenguaje como una función constitutiva del propio pensamiento.

Palabras-clave: Lenguaje; pensamiento; niño.

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O presente artigo aborda a dinâmica e o funcionamento da linguagem e as relações que a criança estabelece com o outro. Considerando que as teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon, elaboradas no âmbito da psicologia e da educação, evidenciam e ao mesmo tempo impactam modos de pensar e teorizar sobre pensamento e linguagem na criança no século XX, buscamos articular algumas proposições que alinham os respectivos autores às preocupações que marcaram esse século. Na história da psicologia e da educação, a compreensão do que é uma criança - de como uma criança constrói desenvolvimento e como a linguagem se articula a esse processo - modificou-se nestas ciências e nas práticas sociais. Se uma visão instrumental da linguagem colocava-a como uma coisa que estava fora do sujeito e que este acrescentava a si mesmo como mais uma aquisição, a qual funcionava como uma soma de elementos estanques que iam compor o construto maior do desenvolvimento do pensamento, alguns autores passam a atribuir novos contornos a esta perspectiva, mostrando como os processos cognoscitivos vão funcionar ao modo de uma equilibração majorante. Isso significa que o modo de funcionamento da linguagem articulada ao pensamento do sujeito se refaz a cada nova etapa, incorporando as aquisições anteriores em níveis de complexidade crescentes e reorganizando-as de maneira que a díade pensamento e linguagem se apresenta sutilmente estruturada. Nesse contexto, Piaget, Wallon e Vygotsky mostram que o conhecimento se dá a partir do sujeito em sua ação no mundo e conferem a esse processo sujeito-mundo uma dialeticidade ímpar nas teorizações sobre como conhecê-lo.

Depreende-se desse âmbito discursivo uma relação dialética entre homem e mundo que despolariza a velha querela entre a concepção de um sujeito que apenas atualizaria o conhecimento que traria consigo e a de que o meio determinaria tudo no desenvolvimento. Assim é que o pensamento engendra a sua linguagem - a linguagem possível correspondente a cada estágio do desenvolvimento - e o constitui como uma meia enodada consigo mesma. Na Modernidade começa-se não só a discutir o "para além" que a linguagem aponta, mas também a laborar sobre o próprio dizer. O signo é visto como cindido e se passa a problematizar o ato da enunciação, e não só o que é enunciado. Nesse ato do dizer - de natureza problemática, portanto - vê-se o deslizamento do desejo e pergunta-se da possibilidade de o sujeito assegurar-se do que é o real. O século XX foi atravessado por um dilema que se intensificou com a crítica da razão instrumental: o dilema entre a necessidade e a impossibilidade da representação. As discussões em torno da produção de sentido em tempos de barbárie, por exemplo, testemunham este dilema moderno que coloca em cena e interroga profundamente a categoria da representação - dilema que interroga fundamentalmente a relação entre a necessidade e a impossibilidade da representação da experiência. A ciência foi, assim, invadida por experiências sociais que recolocaram em cena a problemática relação entre a experiência e a narrativa que lhe corresponde, entre

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