Propostas de Ensino de Didática nos Anos 1990

Propostas de ensino de didática nos anos 1990

O ensino da didática passa a ter muitas direções, uma delas é no sentido de analisar os elementos específicos da didática: planejamento, objetivos, conteúdos, métodos, disciplina e avaliação, relacionando-os com uma visão crítica da didática e contextualizando-os frente à realidade da escola brasileira.

Exemplos que seguiram essa tendência: O livro Rumo a uma nova didática, escrito por Vera M.F. Candau. Essa obra trás uma discursão geral sobre o objetivo da didática e sobre o seu papel na formação do professor, aborda o tema pesquisa em didática, análise de diferentes elementos do processo de ensino como por exemplo a formulação e objetivo de ensino; e a avaliação da aprendizagem na escola de 1º grau. Outra obra com objetivos parecidos é Repensando a didática, de Ilma P.A.veiga, que retrata os pressupostos da didática e sua trajetória histórica, a relação professor aluno e os elementos específicos de ensino como, objetivos, conteúdos escolares, metodologia do ensino, o livro didático e a avaliação da aprendizagem.

Uma outro tendência é a didática critico-social dos conteúdos; que possui como principal representante Libâneo. Essa tendência afirma que a função da escola é transmissão, apropriação ativa e reelaboração do saber sistematizado, o autor enfatiza a prática social como ponto de partia, e de chegada e o trabalho docente como mediação. Uma terceira linha é a que altera não apenas o conteúdo mas também a metodologia do ensino da didática; um exemplo de representante nessa área é Martins, que buscava uma coerência entre prática e teoria.

Martins afirmava também que o processo de ensino tem que desprender o seu eixo da transmissão-assimilação de conhecimento para sistematização coletiva de conhecimento. Tendo apoio em dois pressupostos; O primeiro, a escola educa mais pela forma como organiza o processo de ensino. E o segundo, o processo contrário entre a formação acadêmica recebida e a realidade de sua sala de aula, o professor gera uma didática prática onde podem estar contidos os germes de uma teoria pedagógica alternativa.

Outra proposta marcante é a de Lima que, junto com alunos da disciplina Didática do ensino superior, levanta a hipótese de que a formação do professor tem início no período de escolarização, que o leva a produzir saberes práticos sobre como enfrentar esse conteúdo, compreendendo as relações sociais que o permeiam e, a partir das contradições identificadas, tentar construir um novo projeto de prática docente. O segundo momento se caracteriza pelo estudo, em profundidade, das teorias pedagógicas, para verificar sua presença na memória educativa e para ajudar a entender o processo de ensino em suas determinações e condições. O terceiro momento compreende a reinvenção da prática docente pela produção coletiva de alternativas de ensino.

Uma outra proposta que se assemelha muito às anteriores é a de André, que defende o uso da pesquisa etnográfica, como fonte de investigação sistemática sobre a prática docente. Pois essa pesquisas descrevem aquilo que se passa no dia a dia das escolas e das salas de aula, elas permitem, por um lado, aproximar o futuro professor das situações reais da escola. De acordo então com todas as tendências citadas, a maioria se apoia no principio de que deve haver um ativo envolvimento do sujeito no próprio processo de formação e que as interações sociais desempenham papel fundamental nesse processo.